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A ciência por trás do nocaute

Vitor Belfrot bem que tentou, mas não deu. Na luta dessa madrugada o brasileiro foi nocauteado no primeiro round pelo americano Chris Weidman (que também já derrubou Anderson Silva, como você deve lembrar).

Depois de resistir a uma forte investida de Belfort, Weidman levou a luta para o chão, montou no adversário e encerrou a história, aumentando a sua invencibilidade para 13 lutas.

Mas qual é ciência por trás do nocaute? O que é necessário para que um lutador vá à lona? Qualquer golpe na cabeça pode fazer esta tarefa? Ou há alguma forma específica?

Para compreender isso, é necessário imaginar a cabeça como um grande balde repleto de água. Dentro dele, fica boiando uma bola de basquete – o cérebro – que ocupa quase todo o espaço. Agora, imagine que esta bola fique presa ao fundo do balde por um cabo USB, que é o que a mantém funcionando.

Qualquer golpe na cabeça é protegido pela calota craniana – o balde –, enquanto o cérebro tem seu impacto aplacado pelo líquido ao seu redor. Mas quando o impacto é forte demais, a bola acaba batendo do lado oposto do balde, causando uma concussão.

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Silva já caiu com os golpes de Weidman

E, dependendo da altura do golpe, aquele cabo USB (que aqui representa o tronco encefálico, parte responsável por manter a consciência e a ativação do cérebro) pode se soltar ou afrouxar transitoriamente – e, com isso, o cérebro “desliga” por alguns segundos, para depois “reiniciar”.

É o nocaute.

Pela localização do tronco encefálico (o cabo USB), que fica na base do crânio, próximo à coluna vertebral, golpes vindos de baixo – uppercuts, por exemplo – ou na nuca acabam causando este tilt com mais facilidade do que golpes vindos de cima. Os cruzados e suas variações, que têm grande poder de impacto e provocam uma rotação súbita na cabeça (e, por consequência, no cérebro) também são capazes de causar o nocaute.

Como comentamos em um artigo anterior sobre a demência do Maguila, golpes repetidos na cabeça vão gradativamente danificando o cérebro através de lesões em pequenas áreas que vão progressivamente morrendo, por falta ou por transbordamento de sangue. O MMA é um tipo de luta menos agressiva que o boxe, mas mesmo assim, também é capaz de causar esta demência a longo prazo.

Agora vamos aguardar para ver se surge um brasileiro que consiga devolver nossa honra contra Weidman.

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O americano ficou com o cinturão