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Esses são os caras que fazem os clipes mais incríveis do mundo

Thiago Sievers Head de Parcerias

Lembro perfeitamente quando assisti pela primeira vez o clipe de “Here It Goes Again”, do OK Go, lá em 2006. Me recordo bem, porque esse é um daqueles trabalhos que te fazem dizer: “Nossa, como ninguém pensou nisso antes?”. É simples e genial. E eu não fui o único a pensar isso.

O vídeo chegou a ter mais de 50 milhões de views no YouTube (até que tiraram do ar e subiram um novo, que atualmente está com quase 24 mi), e ganhou vários prêmios, entre eles o Grammy de 2007 de Best Short Form Music Video.

Com esse trabalho se revelou ao mundo a banda que revolucionaria o universo dos vídeos de música. Se o papel dos clipes antes era “ilustrar” as canções, com o OK Go eu arriscaria dizer que eles passaram a ter uma importância maior até do que as composições.

Alguns podem enxergar isso como demérito, mas de maneira alguma seria justo pensar assim. Vídeo clipe é arte também, oras, e os caras elevaram essa arte a outro nível, fazendo dela o seu carro-chefe.

Desde “Here It Goes Again”, eles lançaram vários outros clipes e sempre surpreendendo-nos com a criatividade. Mas, sério, surpreendendo mesmo.

A banda acabou de receber o prêmio de “Melhor Coreografia” no VMA, que aconteceu nesse domingo, com o vídeo de “I Won’t Let You Down”. Mas, senhores, só isso? Prêmio de Melhor Coreografia foi tudo o que eles mereceram por esse trabalho?

O Melhor Clipe ficou com “Bad Blood”, da Taylor Swift. Duvido que os caras do VMA realmente acham que o vídeo da loira é melhor do que o do OK Go. Não que ele seja ruim. Tá, é até legal, mas não traz nada de novo, é mais do mesmo.

Agora – se você ainda não viu – veja “I Won’t Let You Down” e fique atônito. Para mim, o melhor trabalho premiado da noite – de longe!

Bons clipes não são novidades, óbvio. Várias bandas fizeram trabalhos incríveis para representar visualmente suas músicas, como Rolling Stones, Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers, Björk, Michael Jackson. Há vídeos com produções gigantescas, com ótimos roteiros, animações divertidíssimas e etc.

Mas a questão é que o OK Go viu outra potencialidade nos vídeos de música: fazer com eles sejam mais do que vídeos de música. Eles enxergaram fora da caixinha.

Seus trabalhos têm algumas marcas características, como a utilização de planos sequências gigantescos, as coreografias singulares, o bom humor, a utilização criativa do espaço, o baixo orçamento (atualmente eles estão ficando mais saidinhos, no entanto), utilização de time lapse, muita movimentação de câmera para acompanhar a dinâmica, entre outras.

Mas o principal é a criatividade.

O trabalho criativo da banda (e de todos que cooperam com eles, pois fazem várias parcerias) ultrapassa qualquer barreira das possibilidades humanas, eu diria. É outro nível!

E as músicas? Bem, as músicas são ótimas. O problema é que, com os vídeos, elas ficam totalmente em segundo plano. No trabalho deles, é a música que apoia o vídeo, e não o contrário, como é normalmente.

Separei, então, os grandes clipes da “videografia” da banda. Ousei fazer uma ordem de preferência – mas foi bem difícil.

Para o bem da sua vida, assista todos!

12# A Million Ways – 2005

Esse vídeo não é tão bom, mas está na lista pois é o primeiro que os caras fizeram com suas características básicas. Nele vemos, em potencial, tudo o que eles apresentaram nos anos seguintes – e, torcemos, continuarão apresentando.

11# Skyscrapers – 2012

Esse clipe está longe de ser tão grandioso em termos de criatividade quanto os outros. Mas, artisticamente, é fantástico. A consistência do conceito artístico e a sutilidade da dança fazem do “Skyscrapers” um grande trabalho.

10# Last Leaf – 2010

O “Last Leef” é mais bem feito do que criativo, já que existem vários trabalhos desse gênero por aí. Ele tem uma característica bem diferente dos outros clipes da lista, tanto que os integrantes nem aparecem. Mas, de qualquer forma, é bem legal.

9# White Knuckles – 2010

O que envolve cachorros as pessoas já costumam gostar. Se for com uma precisão de treinamento dessa então… O “White Knuckles” não é lá tão impressionante se considerarmos o padrão OK Go – mas é bem divertido.

8# Here It Goes Again – 2006

Esse o clipe que falei no começo do texto, que foi o que viralizou e fez o OK Go ser conhecido como “a banda daqueles vídeos hora” (segundo minha própria denominação). Realmente tem que ter uma cabeça muito diferenciada para pensar numa ideia dessa. Totalmente caseiro.

7# WTF? – 2010

Mais um exemplo de como a criatividade desses caras é fora do normal. Com uma ideia muito simples, de usar um delay na edição de imagem, eles conseguem nos deixar de boca aberta com os efeitos alcançados.

E o que é da hora não é apenas a ideia, mas como eles trabalham a ideia, tudo o que eles desenvolvem a partir dela. Uma curiosidade, é que todos os objetos que eles utilizam no vídeo foi comprado em loja de 99 cents (tipo o 1,99 dos americanos).

6# All Is Not Lost – 2011

A ideia criativa desse vídeo por si só já seria suficiente para admirarmos o trabalho. Mas a coreografia, desenvolvida em parceria como grupo de dança Pilobolus, torna a experiência de assisstí-lo surreal.

Outra coisa legal do clipe, é que desenvolveram uma versão interativa para ele. Para isso você terá que acessar esse link pelo Chrome. O vídeo foi um experimento do software para o uso do HTML5.

5# End Love – 2010

O vídeo de “End Love” surpreende pela paciência que necessitou para ser criado. Foi feito em time lapse e executado num período ininterrupto de 18 horas. Estão entendendo? 18 horas seguidas de gravação! Imagine você começar a gravar um clipe e pensar “só vai acabar daqui a 18 horas”. Por isso – e muitas outras, você verá – o resultado é incrível.

Conforme a gente vai assistindo o vídeo, pensamos: “Mano, como esses caras fizeram isso?”. Assista e depois nos diga se não é exatamente assim.

4# This Too Shall Pass – 2010 (versão Rube Goldberg)

A versão oficial é aquela com a marchinha – mas essa, que usa a ideia da máquina de Rube Goldberg, é muito mais legal. Dá até aflição ver todas essas coisas acontecendo e não poder parar para analisar como eles pensaram em cada movimento. É incrível quanto detalhe há em cada mecânica.

Imagina quanto tempo eles levaram para planejar, montar e rodar tudo isso?

3# The Writing’s On the Wall – 2014

Mais um clipe gravado num único take. Esse é um dos fatores que fazem de seus trabalhos tão impressionantes. Assistir a esse vídeo e imaginar que foi tudo filmado de uma vez só me deixa meio maluco.

Foi preciso pensar com absurdo detalhe cada ponto em que a câmera iria parar – fora todo o processo criativo para desenvolver o “roteiro”. Foda mesmo!

2# Needing/Getting – 2012

Não podemos dizer que esse vídeo foi realizado com poucos recursos. Mas isso pouco importa. O que esses caras fazem é de se desacreditar por completo.

A Chevrolet contratou a banda para fazer esse vídeo promovendo o Chevy Sonic. São mais de 1000 instrumentos “tocados pelo carro”. Quatro dias foram precisos para gravar o clipe, além de aulas de direções para o cantor Damian Kulash. O vídeo passou no Super Bowl XLVI e foi sucesso total, óbvio.

1# I Won’t Let You Down – 2014

Por fim, eis o vídeo que não mereceu o prêmio de Melhor Clipe do VMA. Não sei em que mundo que aqueles caras vivem, sério.

Esse trabalho aqui é de chorar. Não vou nem ousar descrever. Apenas assista.

OUTROS TRABALHOS

Sim, eles fazem dinheiro com esse talento muito além dos vídeos de suas músicas também. Dê uma olhada em alguns trabalhos em que o OK Go foi contratados para fazer e que são muito bons.