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Como funciona o “dogging”, prática sexual que eleva a transa em público a níveis extremos

Que o proibido é mais gostoso e no sexo vale tudo, todos sabemos! Sendo a adrenalina a maior culpada de tudo isso, aquele frio na barriga de que “há perigo” só contribui para o aumento da libido na relação a dois.

A adrenalina está presente em quase tudo o que nos faz acelerar o coração e reacender a sensação de estar vivo. Uma reação fisiológica geradora de prazer psicológico.

Seja pulando de paraquedas, encarando uma grande onda no surf, indo a um festival de rock ou fazendo sexo em local público, tudo o que “transgride” a moral pública ou os ensinamentos de nossa santíssima mãe contribuem para a aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da respiração, elevação das artérias, vaso constrição e sensação de “alerta”.

Relacionado também ao orgasmo, a adrenalina provoca o aumento do fluxo sanguíneo nos músculos sexuais e o suor. E nós sabemos o benefício de uma bela noite de prazer: relaxamento, melhor circulação sanguínea, bom-humor, melhora da qualidade do sono e da autoestima, diminuição das cólicas menstruais e dores de cabeça, queima de calorias, fortalecimento da musculatura pélvica, aumento da imunidade, regulagem dos intestinos, prevenção do infarte, retardamento dos efeitos do envelhecimentos, dentre outros.

Sendo assim, a seguidinha “adrenalina do ‘proibido’ + prazer sexual” torna-se quase que obrigatório de tempos em tempos na vida a dois.

Quando na medida certa, e em concordância entre o casal, beijos quentes no carro, e um amasso em público podem apimentar e contribuir para uma reciclagem do tradicional “entre quatro paredes”.

Mas há quem não se satisfaça com essa pequena “transgressãozinha”, com esse proibido que não faz mal a ninguém, e buscam em algo mais radical o prazer necessário para o orgasmo. São os praticantes de Dogging.

O DOGGING

A origem da palavra está no inglês dogging (passeando com o cachorro), mas não tem nada como animal explicitamente!

O termo, que surgiu na década de 70 na Inglaterra, pode ter relação com o comportamento sexual dos cachorros (coito em via pública) ou com o fato de alguns homens aproveitarem o passeio noturno com seus animais para espiar os casais dentro dos carros.

Nesta prática – que consiste em um casal transar em um carro ou em público – estão envolvidos, para além do prazer já esperado pela relação sexual, também o existente no exibicionismo e voyeurismo (prazer em observar). No dogging é comum que um casal tenha relação ou se exiba no interior de um veículo estacionado, enquanto alguns homens ao redor se masturbam, participam do ato ou apenas assistem.

Porém, há que se atentar às regras dessa prática! Diferentemente do voyeurismo convencional, em que a observação acontece à distância, no dogging os envolvidos ficam bastante próximos. Os limites são estabelecidos por meio de códigos não verbais: luz acesa no interior do veículo significa que os interessados podem se aproximar, a janela abaixada indica que o toque é permitido e a porta aberta convida à participação no sexo.

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Um dado curioso é que na Inglaterra, onde dizem ser o berço do dogging, a prática é tão popular que virou até documentário na TV aberta: Dogging Tales. E também há um site, o Dogging After Dark, que mostra quais os pontos mais procurados para a prática. São mais de 5000 locais no Reino Unido.

Mas, diferentemente do que acontece lá fora, no Brasil transar em locais públicos é considerado crime de ato obsceno, culminando em noite na cadeia. Mesmo assim, a fantasia tem pegado em cidades como São Paulo

Em entrevista para a revista GLAMOUR a paulistana Camilla, 32 anos, dá a dica para os iniciantes: “Estacionamentos de supermercados 24 horas são os melhores lugares pra quem quer começar a praticar. Depois das duas da manhã, eles estão vazios e ninguém te importuna. Foi meu namorado quem me apresentou a esse mundo. Vimos um vídeo gringo, fiquei entusiasmada e topei a brincadeira. Uma vez, ouvi o segurança do supermercado chamando o colega pra ver o casal – nós – transando. Me dá tesão saber que tem gente curtindo o que vê e que posso ser pega a qualquer momento”, confessa a moça.

O psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., da Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual, acredita que “quem escolhe esse tipo de experiência quer confrontar os padrões sociais. São pessoas que se desafiam a descobrir novas maneiras de sentir prazer”.

Já Diego Vivani, psicólogo do Instituto Paulista de Sexualidade, o INPASEX, tem outro palpite: “O que cada um espera do sexo varia muito. Uns querem procriar, outros estabelecer uma conexão emocional. Com o dogging, o objetivo é claramente de autoafirmação sexual: o praticante ganha confiança ao deixar outras pessoas excitadas”, define.

“Porém, vale frisar que sexo grupal e em lugares públicos não é algo novo. O buzz em torno da questão foi retomado com a criação do termo dogging, uma maneira que os usuários encontram pra ‘normatizar’ a prática”, finaliza.

E então, caro leitor, você encara o desafio do real proibido e corre o risco de uma noitada no xadrez, ou prefere apenas um friozinho na barriga dos “amassos” escondidos?