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A democracia foi preservada no caso Sheik-CBF

Que alívio! A justiça desportiva, desta vez, falou mais alto, sem interferência da federação máxima do futebol brasileiro, a CBF. A democracia foi preservada. Comemorem, hombres.

Palmas para Emerson Sheik – o único dos verdadeiros boleirões ainda em ação (aqueles que falam o que pensam, sem medo de repreensão e da chatice que virou o futebol) -, que teve coragem e falou aquilo que todos pensam sobre a CBF: que ela é uma vergonha. O melhor de tudo foi ver que o atacante ficou longe das idiotas punições do STJD.

Hombres, esperei ansiosamente pelo julgamento do Sheik, que, a meu ver, nem deveria ser indiciado pela ofensa à CBF. Acreditava que ele seria punido e já estava pronto para escrever mais um texto criticando CBF, STJD e mais alguns setores chatos do futebol.

Mas fui surpreendido, assim como o próprio botafoguense. Ele foi absolvido por unanimidade com a alegação de liberdade
de expressão.

“Foi um espetáculo, preservando a democracia. Eles me surpreenderam com esta decisão”, disse Sheik ao sair do STJD. Concordo com ele, que, neste caso, foi indiciado pelo artigo 258 do CBJD – Código Brasileiro de Justiça Desportiva (“Atitude reiterada de afronta e reclamação contra instituições e autoridades com claro intuito intimidatório e desrespeitoso através da mídia”).

“Cheguei ao STJD com um sentimento de injustiça e até de certa revolta por ser réu por expressar minha opinião. Saí de lá com sensação de dever cumprido e, principalmente, de ver como no Brasil a democracia é respeitada. A ‘vergonha’ no futebol brasileiro não é sentida só por mim. Debatendo, colocando o dedo nas feridas e as discutindo é o que temos que fazer para evoluir”, publicou Sheik, depois, em uma rede social.

Ele não conseguiu escapar da punição de quatro jogos (pena mínima) por ofensas ao árbitro Igor Junio Benevenuto durante derrota por 3 a 2 do Alvinegro para o Bahia, no último dia 17, no Maracanã, pelo Brasileirão. Mas com essa decisão eu concordo. Ele pegou pesado neste caso e precisava, sim, tomar um gancho.

Neste caso, o árbitro do jogo relatou na súmula que advertiu Sheik quando o jogador teria disparado: “Apita essa porra!”. Acrescentou ainda que, após a expulsão, ouviu o seguinte do atleta: “Safado, sem vergonha, você é um merda, vagabundo, não apita nada!”.

No fim da contas, o que fica de lição deste episódio é que precisamos de mais jogadores como Emerson Sheik no futebol. Ele é meu ídolo e admiro seu estilo escrachado, descontraído e verdadeiro. Ele fará falta quando aposentar as chuteiras.