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Eis tudo o que você precisa saber para viajar usando o Couchsurfing

Thiago Sievers Head de Parcerias

O Couchsurfing é um grande sucesso no mundo todo já há um bom tempo. Viajar pelo planeta se hospedando gratuitamente na casa das pessoas parece um roteiro utópico desses livros que descrevem sociedades onde a fraternidade reina soberanamente.

Bem, a fraternidade não reina soberanamente na Terra, sabemos disso, mas a ideia descrita acima é sim praticada por aqui e funciona – muito bem, aliás.

Para quem não sabe, o Couchsurfing é um site onde pessoas colocam suas casas à disposição para receber viajantes sem cobrar nada por isso, e viajante procuram casas de pessoas para se hospedar sem pagar nada por isso.

Como toda a filosofia parece muito linda, muitos costumam desconfiar: “Espera aí, viajar pelo mundo ficando na casa dos outros sem gastar um real com hospedagem? Tem algo de errado nisso aí.”

Mas, por quê? Por que tem que ter algo de errado? Não tem nada de errado não – é assim mesmo que a coisa acontece.

Se você sempre se preocupou com a questão da segurança nesse tipo de serviço, normal, essa é a primeira preocupação de todos mesmo. Mas não precisa encanar tanto assim – o mundo não é esse terror todo que a televisão nos apresenta diariamente.

Pode crer.

Conversamos com Cris Marques, blogueira que utiliza o serviço há 5 anos frequentemente (seu blog Dentro do Mochilão, aliás, é demais), e ela nos disse que nunca teve problemas em suas aventuras.

“As pessoas que falam que couchsurfing é perigoso nunca saíram de casa. Elas ficam vendendo medo para aqueles que querem sair. Eu percebo muito isso, esse medo das pessoas. Mas se nunca saiu de casa, então qual a referência que tem? Quem já usou o serviço sabe que não é perigoso”, conta Cris.

É claro que não dá para garantir que nada acontecerá. Mas, até aí, também não dá para garantir que nada acontecerá num dia comum do seu cotidiano.

Enfim, fazer couchsurfing não é mais perigoso do que viver. Entende?

Mas as coisas no serviço não são tão desgovernadas quanto estou fazendo parecer. A segurança é algo bastante discutido na prática de couchsurfing e há alguns fatores que favorecem isso.

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Primeiro, todos os hosts (aqueles que recebem as pessoas em suas casas) são cadastrados e são avaliados pelos couchsurfers (aqueles que viajam) após a experiência. Ou seja, se o anfitrião já fez alguma besteira, isso certamente estará em seu perfil. O feedback dos próprios usuários garantem a credibilidade (ou a falta dela) daqueles que hospedam.

Outro fator é o seguinte: se há vulnerabilidade nessa história, a pessoa que vai receber está muito mais vulnerável do que a que vai visitar.

O host está abrindo sua casa – sua vida – para a pessoa que receberá. Muitas vezes o viajante ficará sozinho em seu lar, com todos os seus pertences ao alcance de suas mãos, junto de seus familiares e animais. Essa postura inspira profunda confiança e respeito, não?

Então desencana dessa questão de segurança, senhores. Em cinco anos de vivência intensa em couchsurfing (tanto hospedando, quanto sendo hospedada), Cris disse que nunca ouviu falar sobre problemas de segurança.

Logo, temos duas opções: ficar encolhido em nossos sofás com medo ou se jogar nos sofás dos outros e aproveitar a vida.

O que é melhor?

INTERCÂMBIO CULTURAL

O Couchsurfing é um serviço incrível, por isso deu tão certo. O fato de você viajar e ficar na casa de uma pessoa que mora no destino que você vai conhecer promove um mergulho profundo na cultura local. É totalmente diferente do que ficar num hotel.

“Ah, mas no hotel tem aqueles guias de turismo legais”. Sério mesmo? Conhecer a cidade pelos olhos de um local e de forma informal é muito mais interessante do que por passeios pré-traçados.

Os hosts são pessoas comuns. Não é gente treinada para receber viajantes do mundo todo. Nada disso. São pessoas, famílias normais que querem fazer do mundo um lugar melhor, abrindo suas casas para viajantes a fim de oferecer abrigo e trocar experiências.

É tipo você, de uma hora para outra, decidindo que vai acolher em seu lar quem quiser conhecer sua cidade.

Você trabalha muito, mal para em casa? Tudo bem, isso não o impede de ser um host. Muitos estão mesmo nessa condição – afinal, como falei, são pessoas normais, que precisam trabalhar e viver como todos nós.

Aliás, essa é a dica mais valiosa de Cris: quer aproveitar ao máximo o potencial de intercâmbio cultural que a experiência de couchsurfing tem a oferecer? Escolha uma casa de família. Assim, você sempre estará na companhia de alguém que pode te contar sobre a cultura local e te levar para passear pela cidade por lugares que os roteiros turísticos não passam.

“Eu já fiquei numa casa de uma família super rica, que tinha cinco andares. Eles eram muito legais e me acolheram super bem”, conta a blogueira. “Me levaram para jantar pagando a conta e me ofereceram um quarto exclusivo, que era maior do que a minha própria casa na época”.

Cris foi tratada tão bem nessa casa, que se sentia parte da família. Tomava café com todos, que a esperavam para isso, e participava da rotina do lar.

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Em outra oportunidade, em Cochabamba, na Bolívia, ela ficou na casa de uma outra família que também lhe acolheu super bem. Após deixar o lar, ela foi fazer um passeio e acabou machucando o pé, perdendo uma unha e ficando bem machucada. A blogueira não conhecia ninguém na cidade – a não ser a tal família. Então não pensou duas vezes e bateu na casa que estava hospedada dias antes.

“Eles super me acolheram. A mãe da família fazia escalda pé para tirar o pus da minha unha. A filha deixou eu ficar em seu quarto e cuidaram de mim por mais 5 dias. Foi tão comovente a história que em certa altura meus pais já estavam conversando por telefone com todos na casa. Eles cuidaram de mim como se fossem minha própria família. Tenho contato com essas pessoas até hoje.”

Isso não é incrível?

ETIQUETA DO COUCHSURFING

Não se paga nada pelo serviço de Couchsurfing. Isso não é uma sugestão – é uma regra. Não se pode cobrar pela hospedagem.

Não significa, no entanto, que não se deva fazer uma agrado respeitoso àqueles que acolhem.
Cris nos contou sobre uma etiqueta do couchsurfing, saca só: “O Couchsrufing é uma troca. As pessoas, quando te recebem, têm muita curiosidade de saber sobre o seu país, sobre a sua cultura. Então é uma troca de gentilezas se você oferecer um presente, um jantar, alguma coisa da sua terra, algum conhecimento da sua cultura.”

Ela, por exemplo, pegou o costume de sempre presentear os anfitriões com uma mandala que faz com suas próprias mãos.

É muito mais do que o presente pelo presente, saca? É uma forma de agradecimento, de reconhecimento pela confiança que a pessoa teve em abrir as portas da casa a você – e sem cobrar nada.

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TIPOS DE HOSPEDAGEM

Há de tudo no Couchsurfing. É possível achar mansões, como a que Cris citou acima, ou então apartamentos super pequenos e modestos. A própria blogueira disse que já chegou a dormir em esteiras porque não havia cama. Sofá, rede, chão – tudo é possível.

Mas você não precisa se colocar numa situação que esteja acima de seus limites. Na hora de procurar casa, há alguns filtros, que vão categorizar os tipos de hospedagens disponíveis.

TEMPO DE HOSPEDAGEM

O serviço de couchsurfing não é um substituto para os hotéis. “A casa das pessoas não é uma pensão”, lembra Cris.

O tempo de hospedagem varia e não há regras para isso. No entanto, geralmente são períodos curtos de 1 a 3 dias. É mais uma acomodação de passagem do que um lugar para se instalar.

Isso, contudo, é variável. Lembre que couchsurfing não é um negócio como uma pousada, é tipo um amigo te recebendo em sua casa. Só que o host não é seu amigo – ainda.

Então tudo vai da conversa, da relação estabelecida entre anfitrião e o couchsurfer, e da flexibilidade de ambos.

Se você pretende viajar por um período de tempo um pouco maior usando o Couchsurfimg, portanto, é bom ter em mente que provavelmente terá que procurar várias casas em seu destino.

PROBLEMAS

Como falei no começo do texto, a segurança não é um problema nesse serviço. De qualquer forma, colocaremos no final do texto a tradução das referências básicas que o site dá sobre esse fator.

Mas há, sim, alguns problemas no serviço.

Os principais, segundo Cris, estão relacionados a questões burocráticas, tipo a pessoa não aparecer na data combinada para te hospedar. Portanto, você precisa ter uma carta na manga para esse tipo de situação, seja uma pousada, um hotel ou mesmo outra casa de couchsurfing.

Fora isso, outras questões podem surgir da sua dificuldade em se adaptar à rotina e cultura dos seus hosts. Mas aí é um problema seu, e não de quem te recebe.

COMO VIAJAR

Para usar o serviço é muito simples: basta se cadastrar no site, o que você pode fazer com sua conta do Facebook.

Depois disso, é só usar, aproveitando os filtros e todas as informações que o Couchsurfing oferece sobre seus usuários para escolher uma casa em que você se sentirá confortável.

De resto, senhores, é só se jogar no mundo!

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SEGURANÇA BÁSICA (pelo site do Couchsurfing)

Sua segurança é importante. Leve isso a sério. Nós levamos.

Seja você um anfitrião, um surfista, nós queremos que esteja seguro.

  • Confie em seus instintos
  • Se uma pessoa, uma situação ou um perfil parece inseguro por qualquer motivo, passe adiante. Não se preocupe em parecer rude. Se comunique claramente com os outros e cuide de si mesmo.

  • Esteja informado sobre a cultura do local onde você está indo
  • Faça sua lição de casa e garanta que esteja sabendo sobre os costumes culturais e recomendações de segurança de cada lugar que for viajar.

  • Comunique-se pelo Couchsurfing
  • Não dê o seu número de telefone e email até que conheça e se sinta confortável com uma nova pessoa. Use os sistemas Couchrequest e Messaging do site para se comunicar.

  • Analise os perfis cuidadosamente
  • Tome tempo para analisar cuidadosamente o perfil de cada membro. Leia o que os usuários dizem sobre si mesmo e o que outros usuários dizem deles. Dê a si mesmo o tempo para ler completamente todas as informações disponíveis.

  • Conheça seus limites e aproveite com responsabilidade
  • Curtir com o um rockstar pode ser divertido, mas coloca a sua segurança e bem estar na mão dos outros.

  • Tenha um plano B
  • Conheça as suas opções. Se algo não funcionar com o seu anfitrião, garanta que terá outra alternativa para ficar.

  • Deixe um feedback
  • Conte aos outros couchsurfers sobre suas experiências com as pessoas que conheceu. Seja honesto e claro. Você pode fazer isso deixando reviews que outros membros podem ver.

  • Relate abusos ou experiências negativas ao Couchsurfing
  • O nosso time Trust and Safety está aqui para ajudar a construir a comunidade mais segura e confiável possível. Eles precisam de você para realizar seu trabalho. Relate confidencialmente experiências negativas ou preocupações com segurança aqui.