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Falamos com Vanessa Cristina, pentacampeã mundial com a seleção

Uma mulher que honra o esporte nacional. Eleita três vezes a melhor do mundo e referência no futsal feminino, Vanessa Cristina lutou muito, se dedicou por muito tempo e suou para ajudar o Brasil a conquistar seu pentacampeonato mundial na modalidade..

Engana-se, porém, quem imagina que estou falando “apenas” das atuações de Vanessa em quadra.

A jovem de 24 anos precisou se empenhar em uma função que não é a sua para que o Brasil pudesse participar da competição na Costa Rica.

Vanessa, junto com as outras pessoas, lutou para conseguir dinheiro suficiente para embarcarmos para a disputa do torneio, que aconteceu entre os dias 10 a 15 de dezembro.

Deu resultado. O Brasil conquistou o pentacampeonato da modalidade (em cinco edições da competição, que iniciou em 2010) e Vanessa brilhou tanto em quadra quanto fora dela.

“Minha função é trabalhar, treinar e jogar, não é buscar patrocínios. Mas nós queríamos ir para este mundial de qualquer maneira e não ia aceitar não conseguir isso. Caso contrário a nossa modalidade ia morrer cada vez mais e outras vezes iríamos ter esses problemas”, explicou Vanessa.

“Então unimos nossas forças, com as atletas, comissão e os clubes, para conseguir arrecadar o valor que precisávamos para conseguirmos viajar. Foi triste saber que precisamos lutar por uma valor que representava pouco para o tamanho da entidade da Confederação (Brasileira de Futsal)”, completou a atleta.

Todo esse esforço de Vanessa e companhia foi por conta de um descaso da Confederação Brasileira de Futsal. A entidade, por pouco, não passou por um grande vexame.

Após o mundial feminino da categoria mudar de país-sede (estava marcado para a Rússia), a CBFS foi alertada de que teria que pagar todos os custos. A entidade, que alegou falta de recurso, deixou o futsal feminino de lado e informou que não pagaria o montante para a viagem da delegação brasileira.

Foi neste momento que as jogadoras se uniram para conseguir a verba para viajar. Elas pediram doações por meio das redes sociais e conseguiram arrecadar R$ 30 mil – muito longe dos R$ 180 mil necessários.

Depois de desacreditar na viagem, Vanessa recebeu a notícia animadora no começo de dezembro: o Banco Itaú patrocinaria a viagem.

“Foi um alívio. Mostrou que nossa modalidade consegue investimento e patrocínio. O que falta mesmo é vontade das pessoas envolvidas da entidade. Mostramos força pelo penta e mostramos que não somos melhores só em quadra, mas também em união”, comemorou a agora pentacampeão mundial, já que esteve também nas outras conquistas anteriores (2010, 2011, 2012 e 2013).

A única coisa que Vanessa não faz questão de lutar é por seguir com o apelido de “Falcão de saia”, em alusão ao jogador que foi eleito quatro vezes melhor do mundo do futsal masculino e é considerado uma lenda no esporte nacional.

“Prefiro me deixar fora desse apelido. Não sou o ‘Falcão de saia’. Ele é e sempre será um mito. Prefiro ficar no cantinho e ser a Vanessa do futsal”, finalizou a atleta com bom humor.

O vídeo com os gols da partida você pode ver aqui.