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Henry Miller // Escritores que todo homem deveria ler #3

Sempre que estou em Paris, lembro de Henry Miller.

Foi em Paris que ele construiu a maior parte de sua obra grandiosa, em que o sexo se mistura com o lirismo e daí nascem parágrafos soberbos.

Penso numa passagem específica: uma declaração de amor a Germaine, uma prostituta barata, em Trópico de Câncer. Talvez não exatamente a ela, mas à “coisa rosa” que ela levava entre as pernas, “um tesouro”, “um presente de Deus”.

Ele admirava aquele “matagal” e os lábios que o separavam tanto quando estavam unidos como quando estavam separados.

Não me lembro de um outro escritor que tenha transmitido em sua prosa tanta adoração pelas mulheres quanto Henry Miller. A mais comoventa forma de amor: incondicional. A mulher não tinha que ser linda, elegante, rica para Miller encontrar magia, encanto, beleza nela.

É o caso de Germaine.

E, no entanto, as mulheres não lêem Henry Miller, de uma forma geral. E as que rompem com a regra o desprezam como machista. Ou mesmo careca. Piada. (Miller foi vencido cedo pela calvície, conforme se pode ver no ótimo filme “Henry & June”.)

Eu protesto, aqui diante de cada um de vocês – eu protesto, como se fosse um advogado póstumo do grande, incomparável, insubstituível celebrador de mulheres que foi Henry Miller.