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Hugh Hefner (1926-2017): lições de vida com o fundador da “Playboy”

Pedro Nogueira Editor-Chefe

Hugh Hefner, o icônico fundador da “Playboy”, faleceu em 2017 aos 91 anos, de causas naturais, na famosa mansão que leva o nome da revista.

Ele foi, sem dúvida, um dos homens mais influentes do século passado.

Hefner lançou a “Playboy” em 1953, que esteve na vanguarda da revolução sexual e social que aconteceria nas décadas de 1960 e 70.

Sua primeira capa trouxe Marilyn Monroe, então no auge da carreira, nua.

Numa época em que o conservadorismo imperava nos Estados Unidos, a revista adotou uma postura liberal e ousada: fotografava mulheres nuas, produzia entrevistas inteligentes e defendia um lifestyle hedonista de aproveitar a vida ao máximo.

A “Playboy” chegou a ter circulação de 7 milhões de exemplares, na década de 1970, e seu símbolo do coelho virou um ícone da cultura pop.

Nos últimos anos, porém, a revista perdeu muito da sua relevância, por conta do conteúdo erótico gratuito que a internet oferece. Mas o legado de Hefner ajudou a moldar o mundo como conhecemos hoje.

Aqui no Brasil a revista também fez história, trazendo em suas capas as mulheres mais desejadas do país — como Adriane Galisteu, Feiticeira, Maitê Proença e Tiazinha, entre outras — e um conteúdo de alta qualidade editorial.

A filosofia progressista da “Playboy” teve um impacto mundial não apenas na área da sexualidade, mas também da política e cultura.

“Nunca enxerguei a Playboy como uma revista de sexo“, Hefner disse numa entrevista de 2002. “Sempre vi como uma revista de lifestyle, na qual o sexo era um dos ingredientes mais importantes.”

As longas e aprofundadas entrevistas da “Playboy” são consideradas, até hoje, uma aula de jornalismo. A revista teve conversas francas com grandes homens de sua época como Martin Luther King, John Lennon, Steve Jobs, Frank Sinatra e muitos outros.

Aqui no Brasil podemos citar Senna, Xuxa, Pelé, Tom Jobim

Isso sem contar os colaboradores da revista. Estamos falando de escritores do nível de Norman Mailer, Ernest Hemingway, Jack Kerouac e Hunter Thompson.

Criado numa família metodista, Hefner viveu uma infância e adolescência em que o puritanismo e as proibições reinavam em sua casa.

Ele começou sua carreira como ilustrador; virou redator da revista de lifestyle masculino “Esquire”; e então reuniu US$ 8 mil de 45 investidores diferentes (hoje seria o equivalente a US$ 73 mil) para lançar a “Playboy”.

O resto, com o perdão do clichê, é história.

A “Playboy” anunciou a morte do seu fundador com um retrato de Hefner trazendo uma famosa frase dele: “A vida é muito curta para viver o sonho dos outros.”

De fato, Hugh Hefner trilhou seu caminho com uma valentia ímpar, defendendo seus ideais sem medo da opinião alheia. Ele arriscou, insistiu e lutou por isso até o último dia de sua vida.

Essa é a grande lição que ele deixa para nós, além do legado de um mundo mais liberal e menos repressor. Obrigado, Hef.