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O caminho para a felicidade nem sempre está nos degraus convencionais da vida

Sempre tive uma concepção completamente limitada de sucesso. Desde criança, ser bem sucedido, para mim, era ter um emprego, uma família, viajar uma vez por ano e conseguir pelo menos um diploma. Ou seja, não dava pra ter sucesso sem passar pela faculdade.

O hippie que vendia artesanato na praia, era, claro, um fracassado aos meus olhos. Mais um cara que não estudou na vida — pois é, o fantasma da meritocracia me assombrou, e muito, quando eu ainda não tinha conhecimento suficiente pra compreender, amplamente como deve ser, o conceito de sucesso.

E o pior é que isso guiou a minha vida de certa forma. Resultado: aos treze eu já estava surtando nessa busca pelo tal sucesso. Estudava pro vestibular como se minha vida dependesse disso, já me sentia mal por ainda não trabalhar (e não produzir), e ainda malhava nas horas vagas porque, é claro, ter sucesso também dependia, necessariamente, de ser gostosa.

No meio de toda essa loucura, eu – uma pobre adolescente de treze anos – já vivia louca e estressada como uma mulher de trinta. Pior: uma mulher de trinta que não sabe viver.

Muita gente via (e vê) isso positivamente. “Ela é tão madura!” Mas a verdade é que isso só me tornou um ser estático, cheio de paranoias e com pressa em satisfazer os anseios que, sinceramente, sequer eram meus – eram do mundo, que me impunha isso desde que me entendia por gente.

Mas, na minha cabeça, eu teria sucesso.

Passei no vestibular, arranjei um emprego bacana, fiquei gostosa, juntei grana pra viajar. É, o sucesso chegou. Mas, como Raulzito, eu me perguntei: e daí?

E hoje, com mais maturidade que pressa pela vida, vejo pessoas felizes sem salários milionários, sem diplomas emoldurados em suas paredes, sem expedientes convencionais e sem absolutamente corresponderem às pressões sociais.

Atores sem muita grana mas com muita arte nas veias, músicos talentosíssimos e felizes longe da fama, artesãos que pagam as contas sem precisar vender a alma… Gente que se tatua onde quer, não precisa reproduzir discursos com os quais não compactua só pra não fazer feio na frente do chefe.

E essas são, pra mim, pessoas de sucesso – porque ter sucesso é ser feliz.

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