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O que a Seleção deveria aprender com os Golden State Warriors

Pedro Nogueira Editor-Chefe

Será que Dunga acompanha outros esportes além do futebol? Esta é uma pergunta que me ocorreu ontem, ao ver o Brasil sofrendo contra a Colômbia pela Copa América.

Imagino que a NBA, pelo menos, ele não veja. Porque se Dunga tivesse assistido à sensacional final entre Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers, saberia que time de verdade não depende de um só jogador.

Li ontem um texto falando sobre as lições que o basquete poderia ensinar ao futebol.

Hoje faço uma reflexão parecida: o que a Seleção deveria aprender com os Golden State Warriors.

Caso você não tenha acompanhado as finais, vou dar um resumo, ok? Ela opôs o melhor time da temporada (GSW) contra o melhor jogador da atualidade (LeBron James).

No final, o poder do grupo falou mais alto.

LeBron alcançou um feito inédito na história das finais da NBA: foi o líder de ambos times em pontos, assistências e rebotes. Ninguém jamais fez isso, nem mesmo Michael Jordan.

Ainda assim, não foi o suficiente. Faltou mais suporte de seus colegas para chegar ao título.

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Não dá para dizer que eles têm culpa, também. Tampouco o técnico ou presidente dos Cavaliers. O time foi vítima do azar: os melhores jogadores além de LeBron — Kyrie Irving e Kevin Love — se lesionaram nos playoffs.

Com a presença deles, talvez a história fosse diferente.

Mas na ausência, a coletividade do GSW ganhou.

Quando Curry tinha problemas com seu arremesso, vinha Klay Thompson e marcava cestas. Quando era Klay errando muito, Iguodala pontuava para o time. Ou Barnes, ou Green.

A questão é que, na falha de um, existia outro para levar o time à frente.

Já no Cleveland, se a vitória não vinha por LeBron, não vinha por ninguém.

Um detalhe curioso, notado pelo jornalista Sinclair Menezes? Apesar do craque do time Stephen Curry ter sido eleito o MVP (jogador mais valioso) da temporada regular da NBA, a coroa de MVP das finais foi para Andre Iguodala, que iniciou a série como reserva.

“Onde você encontra um reserva sendo MVP?”, pergunta Menezes. “Num time muito coeso, com talentos muito próximos, eis onde.”

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A Seleção Brasileira hoje vive um momento igual ao do Cleveland: é um exército de um homem só.

Contra o modesto time do Peru, a única coisa que nos salvou foi a genialidade de Neymar, com um gol e uma assistência sensacional.

Já ontem, contra a Colômbia, ele jogou mal. Resultado? Perdemos.

É uma receita desastrosa para um time depender de um jogador apenas — e não é muito difícil perceber isso. Bastaria a Dunga ter ligada na ESPN e visto as finais da NBA para saber.