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Kevin Costner está muito bem no papel

Se você gosta de esportes americanos, precisa ver “Draft Day”

Pedro Nogueira Editor-Chefe

Sou louco por basquete, mas nunca liguei muito para beisebol ou futebol americano.

As três principais ligas esportivas dos EUA, no entanto, têm uma característica em comum, que sempre despertou a minha curiosidade: o draft.

Diferente do que ocorre no futebol brasileiro, onde os times têm suas divisões de base e promovem seus jovens talentos para a equipe principal, nossos vizinhos do norte têm um sistema diferente.

Há um processo seletivo, digamos assim, chamado draft na NBA, NFL, MLB e outras ligas esportivas americanas.

Funciona da seguinte maneira: todo anos as equipes se reúnem para convocar os atletas que se destacaram na liga universitária, escolar, das divisões amadoras ou de outros países.

A ordem de escolha é inversa do sucesso da equipe na temporada anterior.

Os piores times, portanto, sempre ficam no começo da fila – o que deixa as ligas muito mais democráticas do que o futebol europeu, por exemplo.

Quando a estrela precoce LeBron James chegou à NBA, não foi para os Lakers ou os Celtics – mas para o pequeno Cleveland Cavaliers. Com Michael Jordan foi a mesma coisa. O Chicago era um time pequeno, sem nenhum título, antes da sua chegada.

Uma breve comparação?

A NFL teve 8 diferentes campeões nos últimos 10 anos. No mesmo período, a Liga Espanhola teve apenas 3. E quase foram 2, porque o Atlético de Madrid fez um milagre no ano passado, quebrando uma sequência de 9 vitórias de Barcelona e Real Madrid.

Eu tenho um conhecimento básico de como funciona o draft – existem, inclusive, algumas pequenas diferenças de liga para liga.

Mas sempre quis saber como funcionam os bastidores.

É isso que o filme “Draft Day”, que veio ao Brasil com o nome “A Grande Escolha”, mostra.

Trata-se da história de um general manager – cargo parecido com o diretor de futebol no Brasil – nas horas que antecedem o draft da NFL.

O filme mostra as dúvidas, questões e inseguranças dele em relação à escolha.

Pegar um jovem craque problemático? Ou um garoto cheio de raça? Ou trocar a sua escolha dos três anos seguintes, com outro time, pelo craque do ano?

É uma bomba de tensão, pois o futuro da equipe inteira está em suas mãos. Um erro significa meia década de irrelevância no campeonato.

Obviamente é um filme hollywoodiano que exagera a situação.

Li na Sports Illustrated uma crítica de um jornalista que, durante 10 anos, trabalhou na NFL. Ele grifou as diferenças entre ficção e realidade.

Há algumas, mas a essência é a mesma.

Para quem gosta de esportes americanos, esse é um filme indispensável – tanto quanto Jerry Maguire (1996) ou Moneyball (2011).

E, mesmo que você não conheça nada da NFL, também pode gostar da história.

Afinal ela tem um ótimo elenco, com Kevin Costner (Sonny Weaver Jr, o general manager indeciso) e Jennifer Garner (colega de equipe e amante dele).

No IMDB e no Rotten Tomatoes, os melhores termômetros para definir a qualidade de um filme, Draft Day recebeu boas notas: 6,8 no IMDB, 6,2 entre os críticos do Rotten Tomatoes e 6,9 dos leitores do Rotten Tomatoes.

Não é uma obra de arte, como você pode ver, mas com certeza um ótimo passatempo.

Especialmente para quem gosta de esportes.