fbpx

Sete semanas e meia de Freeletics

Thiago Sievers Head de Parcerias

No final de novembro escrevi um texto falando sobre uma nova modalidade esportiva, o Freeletics, que promete trincar o corpo em 15 semanas. Impressionados com a proposta do treinamento, eu e Felipe Lex nos comprometemos a comprar o planejamento e segui-lo à risca para ver se realmente funciona. E hoje estamos aqui para contar nossa impressão, agora que atingimos metade da meta – sete semanas e meia.

Se você ainda não sabe do que se trata, pare tudo e leia esse texto. Se você já sabe, prossigamos.

Antes de começar o treinamento havia muito tempo que eu não fazia exercícios de musculação. Um ano talvez. No entanto, eu sempre andei de bicicleta (cerca de 20 quilômetros por dia) e recentemente estava correndo (30 quilômetros por semana). Ou seja, minha condição física aeróbia era boa – mas a condição para exercícios de resistência nem tanto.

O primeiro dia de treinamento foi tenso. Segundo o nosso planejamento, deveríamos fazer o workout Venus, que é formado por 50 flexões, 20 abdominais “tesoura” e 50 agachamentos… vezes 4. Cara, é muita coisa para quem não está acostumado. Eu não sei como eles aconselham as pessoas que querem começar no Freeletics a fazerem o workout Aphrodite, que é mais difícil ainda. Na primeira vez que eu fiz o Aphrodite eu quase morri – e já estava na quinta semana.

No dia seguinte ao primeiro treino eu fique bastante dolorido. As dores duraram cerca de uma semana. Ou seja, os treinos seguintes (que continuaram igualmente intensos e volumosos) eu realizei ainda sentindo o resultado do primeiro treino nos meus músculos. Foi pesado. Aos poucos o corpo foi acostumando. Lá pela terceira, quarta semana os mesmos exercícios já estavam bem mais fáceis de serem realizados. Workouts em que eu demorava 45 minutos para fazer já estava fazendo em 35.

A partir do momento em que você se acostuma com os estímulos o desafio passa a ser psicológico. Nenhum workout que eu fiz demorou mais de 50 minutos. São treinos relativamente rápidos – mas muito, muito volumosos. Você sabe que terminará o treino, mas dá preguiça de começar. E aí toda a ideologia de não desistência do Freeletics vale a pena. Mas, veja, isso não significa que os treinos deixam de ser difíceis. Eles continuam em nível bem alto (ao menos para mim), só que, nesse momento, você já sabe que é perfeitamente possível realiza-los de forma razoável.

Logo nas primeiras semanas eu já comecei a sentir uma diferença em meu corpo. Como eu falei, os exercícios estavam sendo executados com mais facilidade por mim e eu percebia algumas mudanças físicas, apesar de serem bem suaves. Se isso me animava? Sim, bastante. Mas esses resultados não vêm de graça. É simplesmente impossível não acontecer nada no seu corpo malhando feito um burro de carga. Não tem como. O que o Freeletics promete não é milagre, são resultados de um esforço hérculeo (ou quase isso) aliado a uma disciplina invejável. Admito que cheguei até aqui porque me comprometi com a matéria. Não sei se ainda estaria malhando se não fosse isso.

Continuando, quando chegou a sexta semana eu fiquei de saco cheio. Eu não sei como é que o computador calcula os treinos de cada semana, se ele considera os seus desempenhos anteriores ou se é aleatório. O que eu sei é que os treinos são diferentes para cada conta. Ou seja, se você comprar o My Coach o seu planejamento será diferente do meu. Isso é certeza. Mas qual o critério – se é que há um – para eles montarem isso eu não consegui descobrir. Acontece que os caras me lotaram de Aphrodite. Em 10 workouts, 8 foram Aphrodite. Eu não aguentava mais fazer esse treino. Ele já estava, inclusive, deixando de ser desafiador. E então eu pensei: será que é isso? Será que é somente isso até o final das 15 semanas?

Não – não era só isso.

Quando terminei a sexta semana e pedi para o computador me fornecer os próximos dias de treino, eu quase cai da cadeira com o que vi: Hell Days. Os Hell Days – ou dias do inferno – são chamados assim porque eles são compostos por 3 workouts. Até então praticamente todas as sessions (uma session é um dia de treino) que eu tinha feito tinham sido compostas por um workout. Ou melhor, teve uma session que tinha sido estruturada por 2 workouts, mas eles eram bem tranquilos. Quando eu vi o Hell Day, ao mesmo tempo em que pensei que os caras não têm a menor ideia do que estão fazendo, eu fiquei animado – finalmente estímulo novo.

Para você ter uma ideia, um dos Hell Days era composto por:

Poseidon:

  • 20 barras
  • 20 flexões
  • 15 barras
  • 15 flexões
  • 10 barras
  • 10 flexões
  • 5 barras
  • 5 flexões

Hades:

  • 25 burpees
  • 15 barras
  • 15 flexões
  • 25 burpees
  • 2 corrida de 40 metros
  • Tudo vezes 3

Hyperion:

  • 6 flexões de ponta cabeça
  • 12 barras
  • 6 flexões com uma mão
  • 12 pistols (agachamento com uma perna)
  • 60 segundos de descanso
  • Tudo vezes 6

Você pode dividir esses 3 workouts como você quiser durante o dia – mas tem que fazer tudo em menos de 24 horas. Foi bem difícil.

Hoje, tendo completado metade do treinamento, percebo uma boa diferença em meu corpo. As pessoas que convivem comigo no dia a dia percebem uma sutil mudança, apenas. Mas estou bem satisfeito, até por saber que estou na metade do treino ainda.

Uma coisa bem interessante do Freeletics é que ele te mostra que você mal conhece o seu limite. Se dependesse de uma programação minha, eu pararia praticamente todos os workouts pela metade, pensando que não conseguiria fazer tudo. Mas você está ali e você tem que fazer. Então se dá conta que é capaz de ir muito além do que pensava.

Mas, sinceramente, eu não sei como uma pessoa que está completamente fora de forma pode suportar esse treino. Como falei no começo do texto, estava sem condicionamento para exercícios resistidos, mas longe do sedentarismo. Além disso, sou bem magro (65 quilos e 1,80 metro), o que facilita para a realização de exercícios como barra, flexão e outros. Não tive nenhum problema de dor nas articulações, na lombar ou qualquer outra coisa, apesar de entender que o volume dos exercícios prejudica a execução e pode favorecer uma lesão.

Por fim, posso dizer que estou bem satisfeito com o treino. É duro para caramba. Requer muita força de vontade e disciplina – mas o resultado aparece. Daqui sete semanas e meia eu volto para contar as impressões finais e mostrar o resultado por fotos – assim veremos se esse negócio de antes e depois, para o Freeletics, é real ou não.

Leia aqui como foi a experiência de 15 semanas de Freeletics