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Terminamos de ver os 10 episódios de “Marco Polo”

Pedro Cohn Diretor de Negócios

Foi rápido e indolor.

Ou, melhor, rápido e prazeroso: 10 episódios em 3 dias. Este foi o curto tempo que levei para assistir “Marco Polo”, a nova série do Netflix.

Eu já havia escrito sobre ela aqui no El Hombre, com algumas informações básicas do show.

Mas, agora, tendo terminado tudo, decidi também fazer um review.

O ENREDO

Como o nome já sugere, “Marco Polo” conta a história do famoso aventureiro italiano, que passou 24 anos na Ásia no final do século 13.

O foco da primeira temporada é sua estadia na corte de Kublai Khan, um grande imperador mongol, que está numa jornada para conquistar o sul da China.

A série não é 100% fiel à história real.

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Mas, vamos combinar, isso não é um grande problema: estamos falando de uma série, afinal, não de um documentário.

Biografia romanceada é um adjetivo que faria jus à produção.

Ainda assim, “Marco Polo” é uma boa aula de história, que provavelmente fará você interessar-se pelo Império Mongol e seu líder.

A HISTÓRIA

Eu descobri, ao ver um documentário sobre Kublai Khan, logo após terminar o último episódio, que ele foi o homem que unificou a China e fez de Pequim sua capital.

Era um homem culto e equilibrado, ao contrário de seu avô Genghis Khan.

Sua primeira opção era sempre a diplomacia, em vez de guerra.

Kublai foi também um dos pioneiros da globalização, ao aceitar diversas religiões em seu reino e corte, inclusive entre seus conselheiros de confiança.

Também fui pesquisar mais sobre Marco Polo, obviamente.

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Ele foi o grande disseminador da cultura chinesa (da qual Kublai Khan era adepto) na Europa, com seu livro “As Viagens”, em que conta com detalhes a vida na Ásia.

No entanto, não foi ele quem introduziu o macarrão à Itália, como prega uma velha lenda: uns 200 anos antes de Marco nascer a receita já chegara ao país.

Mas isso não diminui, com certeza, o legado de sua aventura oriental.

Marco era conhecido por ser um grande contador de histórias — e as deixava sempre muito vivas com sua observação aos detalhes.

Exatamente por isso ele conquistou a afeição de Kublai, que regularmente o mandava para locais diferentes e, depois, o mandava fazer seus vívidos relatos.

A RECEPÇÃO

Em geral, os críticos bateram pesado em “Marco Polo”: apenas 27% deles aprovaram, segundo o Rotten Tomatoes.

O que é esquisito, uma vez que 92% das pessoas gostaram.

Eu estou neste segundo time, definitivamente.

“Marco Polo” tem tudo o que você pode querer numa série: boa trama, boa produção, boas atuações.

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O protagonista, Lorenzo Richelmy, 24 anos, não é um exemplo de carisma.

E, por esta razão, acaba ficando ofuscado por outros personagens mais fortes, como o próprio Kublai Khan (Benedict Wong), seu mestre de artes marciais Hundred Eyes (Tom Wu) ou o chanceler chinês Jia Sidao (Chin Han).

Mas o fato é que, em geral, as atuações agradam.

Assim como o figurino e as locações, fruto de um orçamento de US$ 90 milhões para os 10 episódios.

E VOCÊ DEVERIA ASSISTIR?

A resposta é “provavelmente sim”.

Caso você goste de artes marciais e filmes do gênero, como “Herói” ou “O Último Samurai”, vale a pena arriscar.

Tanto o tutor de Marco Polo, um monge taoísta, como o inimigo Jia Sidao, dão lições constantes sobre kung fu e a filosofia oriental.

Estas eram as minhas cenas prediletas.

Se você é fã de séries épicas, como “Vikings” ou “Game of Thrones”, também deveria apostar em “Marco Polo”.

Ela segue uma fórmula parecida, com intrigas palacianas, muito sexo, batalhas sangrentas e duelos entre espadachins.

Em “Marco Polo”, essa fórmula mais uma vez deu certo.