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Fritura
Fritura

5 razões para evitar frituras

Thiago Sievers Head de Parcerias

Se a comida é gostosa, rapaz, suspeite dela: normalmente o que é saboroso e te causa desejos é, igualmente, pouco saudável. Quem não se lembra da propaganda do menino que esperneia por um brócolis no meio do supermercado e só se acalma quando recebe um rabanete da mãe? Como o próprio comercial diz, isso não existe. Você pode até achar gostosinho uma couve bem feita, mas jamais vai salivar por ela. Agora, uma batata frita, um frango à passarinho ou um pastel junkie é capaz de acionar um dos nossos instintos mais remotos: o de comer feito um primata, sem direito a guardanapo, mas com boca aberta e osso roído.

Contudo, esse prazer bem experienciado só durou até que fossemos alertados sobre os malefícios da fritura. Depois disso nossa consciência nunca mais permitiu que desfrutássemos livremente daquela coxinha que presenteia seus dedos com doses generosas de gordura. A sabedoria é assim – ao mesmo tempo boazinha e cretina. Se, porventura, você ainda não sabe dos prejuízos que os alimentos fritos trazem à saúde, segue uma lista com 5 pontos negativos desse tipo de preparo alimentar.

Altamente calórico

Quando o óleo (qualquer seja ele) é exposto a altas temperaturas, ele sofre mudanças em sua composição química. Essas alterações em sua estrutura molecular faz com que os ácidos graxos passem de insaturados para saturados — isso quando não chegam a se transformar em gordura trans. Esse fenômeno não é nada positivo, pois as gorduras saturadas e trans aumentam o nível de LDL e diminuem o nível de HDL em nosso organismo.

Elimina nutrientes dos óleos

O fenômeno acima não apenas traz substâncias nocivas para nossos corpos como elimina nutrientes importantes. Entre eles estão os ômegas 3 e 6, que ajudam a conservar o sistema cardiovascular mas se esvaem junto da fumaça liberada pela alta temperatura.

Está associado ao câncer

O Centro Fred Hutchinson de Pesquisa sobre o Câncer nos Estados Unidos publicou um estudo recentemente onde alerta sobre a relação entre o consumo de alimentos fritos com o câncer de próstata. Além desse tipo de câncer, a fritura é associada aos cânceres de mama, pulmão, pâncreas, cabeça, pescoço e esôfago, segundo o Instituto Nacional de Câncer.

Promove o envelhecimento

O consumo em excesso de gordura saturada (o que a fritura fornece em alta quantidade) é um fator que contribuí para o aumento da produção de radicais livres em nosso organismo. Essas últimas substâncias – os radicais livres -, quando em abundância, são responsáveis por um fenômeno conhecido como estresse oxidativo, que está associado ao envelhecimento.

Está relacionado à doenças cardiovasculares

O LDL (colesterol conhecido como ruim) promove o acúmulo de placas de gorduras nos vasos sanguíneos, o que pode ocasionar obstrução no sistema circulatório. Uma vez que a fritura aumenta o nível dessa substância no organismo, ela está associada a doenças cardiovasculares. Além desse raciocínio simples, diversas pesquisas já foram realizadas para estudar a relação entre fritura e doenças cardiovasculares. Em uma delas, inclusive, essa relação foi colocada em cheque.

Mas se ficar longe de alimentos preparados através da imersão em óleo quente é um sofrimento para você, apresentamos as dicas da doutora em Engenharia de Alimentos e livre docente em Tecnologia de Óleos e Gorduras Neuza Jorge, divulgadas no site da Unesp, para amenizar as alterações que o calor provoca nesses produtos:

➤ Não utilizar excesso de óleo na fritadeira. O nível deverá ser o mínimo requerido para fritar os alimentos convenientemente e otimizar a distribuição do calor através do líquido. Não empregar sem necessidade temperaturas muito elevadas (usar temperatura em torno de 180°).

➤ Manter a taxa de produção ao máximo: fritar por períodos longos ao invés de utilizar a fritadeira por vários períodos curtos, tendo o cuidado de evitar exposição ao ar quano o óleo não estiver em uso.

➤ Evitar adição de óleo novo ou usado.

➤ Utilizar óleos com menor grau de insaturação, pois apresentam maior estabilidade térmica e oxidativa (evita o uso de óleos de soja e canola).

➤ Realizar filtração do óleo quando quantidades apreciáveis de resíduos de alimentos fritos forem liberados para o meio de fritura (como é o caso dos alimentos empanados).

➤ Evitar frituras de alimentos variados em uma só fritadeira, pois, se empanados, partículas podem se desprender para o óleo e serem queimadas, carbonizando-o, originando o seu escurecimento e conferindo sabores e aromas desagradáveis aos alimentos, ao mesmo tempo que aceleram a degradação do óleo.

➤ Utilizar, de preferência, tachos, panelas ou fritadeiras construídos com aço inoxidável, uma vez que outros materiais podem apresentar alto poder pró-oxidante.

➤ Manter sempre limpa a fritadeira, pois o óleo polimerizado e depositado nas paredes tende a catalisar reações que levam a alterações no óleo.

➤ Outra opção, seria utilizar panelas com revestimento cerâmico, que são menos agressivas, segundo matéria do CozinhaBlog.