10 grandes filmes da história sobre corrupção

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O lado podre da política sempre foi famoso, mas às vezes parece que fica mais em alta. A Operação Lava-Jato, as questões da reforma política, Eduardo Cunha na câmara, o sucesso de House of Cards e agora o escândalo da FIFA.

A corrupção e os jogos de poder nunca ficam fora de moda. E o cinema sabe muito bem contar histórias assim.

Aproveitando os acontecimentos na maior entidade do futebol mundial, selecionamos 10 elogiados filmes que mostram tudo o que pode haver de pior na disputa por poder.

A Mulher Faz o Homem (Mr. Smith Goes to Washington, 1939)

James Stewart interpreta um inocente e íntegro homem do interior que é convidado a tomar a vaga de um senador dos Estados Unidos. Em Washington, ele vê como toda a política é suja e começa a desacreditar no caráter dos governantes.

Indicado a 11 Oscars – incluindo Melhor Filme -, o longa foi bastante controverso, sendo acusado de “anti-americano” e “pró-comunista” pelos políticos estadunidenses e pela imprensa da capital. Além disso, foi proibido em países que sofriam ditaduras, supostamente porque, apesar de tudo, o filme mostrava que a democracia funciona.

Independente de qualquer coisa, foi e continua a ser considerado uma obra excepcional, e importantíssima nas aclamadas carreiras de Capra e Stewart.

  • Direção: Frank Capra

A Grande Ilusão (All the King’s Men, 1949)

Baseado num livro vencedor do prêmio Pulitzer, indicado ao Leão de Ouro de Veneza e a 7 Oscars, vencendo os de Melhor Atriz Coadjuvante (Mercedes McCambridge), Melhor Ator (Broderick Crawford) e Melhor Filme, A Grande Ilusão é um clássico.

Muitas credenciais para o longa que retrata a ascensão e queda de um homem honesto que se transforma em um político corrupto. O filme mostra que a corrupção não é necessariamente feita por gente que sempre foi desonesta, mas também por gente que acaba sucumbindo à tentação do poder e do dinheiro.

  • Direção: Robert Rossen

Sob o Domínio do Mal (The Manchurian Candidate, 1962)

Raymond Shaw (Laurence Harvey) volta da Guerra da Coreia como herói, mas sem se lembrar por quê. Bennett Marco (Frank Sinatra), que fazia parte do pelotão, tem pesadelos terríveis sobre o que aconteceu durante a guerra, o que o faz começar a investigar isso, descobrindo um grande jogo político.

Um clássico indicado aos Oscars de Melhor Montagem e Melhor Atriz Coadjuvante (Angela Lansbury), Sob o Domínio do Mal é, acima de tudo, um suspense. Em 2004, ganhou uma refilmagem com Denzel Washington e Meryl Streep, dirigida por Jonathan Demme.

  • Direção: John Frankenheimer

Z (1969)

O diretor grego baseou-se em eventos reais acontecidos na política de seu país para contar a história do assassinato de um deputado liberal que é encoberto por uma rede de corrupção que envolve a polícia e políticos.

Este thriller político foi indicado a 5 Oscars, incluindo Melhor Filme, vencendo os de Melhor Montagem e Melhor Filme Estrangeiro (pela Argélia). Um incontestável e poderoso clássico, indicado à Palma de Ouro, em Cannes, vencendo os prêmios do Júri e de Melhor Ator (Jean-Louis Trintignat).

  • Direção: Costa-Gavras

O Candidato (The Candidate, 1972)

Robert Redford interpreta um advogado concorrendo ao Senado, mas que não acredita que vai ganhar e nem quer ganhar as eleições, o que faz com que ele possa dizer tudo aquilo que quiser e que acredita. Mas acaba tendo que mudar o tom de sua campanha e entrar cada vez mais no jogo do poder.

Esta inteligente comédia ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. Uma aclamada sátira política que jamais parece datada.

  • Direção: Michael Ritchie

Todos os Homens do Presidente (All the President’s Men, 1976)

O famoso escândalo de Watergate, que levou à renúncia do presidente Nixon, contado pela perspectiva de dois jornalistas (Dustin Hoffman e Robert Redford) do Washington Post. Considerado um dos melhores e mais importantes filmes políticos e/ou jornalísticos da história, foi indicado a 8 Oscars – incluindo Melhor Filme -, ganhando os de Ator Coadjuvante (Jason Robards), Roteiro Adaptado, Direção de Arte e Som.

Retratando todo o caso de forma extremamente fiel, o longa é quase obrigatório para qualquer um que se interesse pelos temas ou gênero. E ainda popularizou o famoso termo “follow the money” (“siga o dinheiro”).

  • Direção: Alan J. Pakula

Mera Coincidência (Wag the Dog, 1997)

Após o presidente dos Estados Unidos se envolver em um escândalo sexual às vésperas das eleições, seu assessor (Robert De Niro) entra em contato com um produtor de Hollywood (Dustin Hoffman) para que invente uma guerra, assim desviando o foco.

A comédia ácida, indicada aos Oscars de Melhor Ator (Hoffman) e Melhor Roteiro Adaptado, foi lançada um mês antes do caso de Bill Clinton com Monica Lewinsky vir à tona e subsequentes ações militares do governo, causando comparações inevitáveis com a realidade. Indicado também ao Urso de Ouro, em Berlim.

  • Direção: Barry Levinson

Eleição (Election, 1999)

Esta comédia sobre as eleições para presidente do Conselho Estudantil em uma escola de Nebraska mostra a tentativa de um professor (Matthew Broderick) em impedir a vitória de uma aluna (Reese Witherspoon) nessa disputa. O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em Comédia (Reese).

Longe das eleições do governo, o longa usa o também “selvagem” ambiente do ensino médio para fazer uma sátira política, que foi muito bem recebida pela crítica e virou um pequeno cult.

  • Direção: Alexander Payne

Intrigas de Estado (State of Play, 2009)

Um jornalista (Russell Crowe) investiga o caso da morte da amante de um congressista (Ben Affleck), descobrindo uma grande conspiração política. Tratando sobre a privatização da Segurança Nacional, o jornalismo independente e a relação entre imprensa e políticos, o thriller é o menos bem-recebido filme da lista, mas também foi elogiado.

Um dos roteiristas é Tony Gilroy, que também escreveu Advogado do Diabo (Devil’s Advocate, 1997), A Identidde Bourne (The Bourne Identity, 2002) e Conduta de Risco (Michael Clayton, 2007).

  • Direção: Kevin Macdonald

Tropa de Elite 2 (2010)

Sucesso incontestável de crítica e de público, quebrando recordes, dificilmente alguém que esteja lendo este texto ainda não viu o filme. Mas não custa nada dizer que ele conta a história do Coronel Nascimento (Wagner Moura), afastado do BOPE, mas promovido para a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, descobrindo um sistema de corrupção envolvendo políticos, milícias e a mídia.

Poderoso em seu discurso, não se limitando a uma mera continuação do primeiro longa, Tropa de Elite 2 mostra um retrato detalhado, complexo e pessimista de todo o esquema da violência numa grande cidade como o Rio. Um filme absolutamente fundamental para qualquer brasileiro.

  • Direção: José Padilha
CD Vallada

Formado em cinema pela FAAP, o paulistano CD Vallada foi colunista do Portal Higi e hoje traz suas análises da indústria cinematográfica ao El Hombre.

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