A alta intensidade está sabotando seus treinos?

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Se você é um praticante de musculação muito determinado, com certeza já percebeu que a intensidade do seu treino é maior que a da maioria das pessoas. Por “intensidade” aqui, nos referimos à intensidade intrínseca, que é o quanto você se esforça em cada série.

Mas quando paramos para observar, isso acaba muito vezes afetando negativamente a qualidade das execuções.

Então hoje viemos levantar alguns pontos que você deve ficar atento para não ter o treino prejudicado pela intensidade.

Postura

Se você, desde o principio da série, já coloca mais peso do que conseguiria realizar com uma execução perfeita e acaba tendo que movimentar todo o corpo para fazer o exercício, é bom ficar esperto. Apesar de parecer que você está treinando em uma intensidade maior e “evoluindo” (já que está levantando mais carga), isso somente quer dizer que está distribuindo o estímulo por outras partes do corpo além da musculatura alvo e colocando suas articulações em perigo.

Roubada

Uma repetição não roubada se caracteriza pela execução de um movimento da forma mais limpa possível: utilizando apenas a musculatura-alvo e com uma postura estável para a coluna. Já na repetição roubada utiliza-se o “jogar de pesos” (ou momentum) ou outras musculaturas para a execução dos movimentos.

Enquanto é verdade que essa estratégia pode ser benéfica, temos que pensar em seu custo x benefício e, principalmente, o quanto estamos “roubando”. Realizar alguns poucos e discretos movimentos diferentes dos comuns para aqueles exercícios é aceitável – mas grandes movimentos não. Como é um aspecto um tanto subjetivo, fica difícil traçar limites para o “roubar saudável”. No entanto, é preciso ficar ligado.

Parciais

Uma técnica de treinamento utilizada por alguns fisiculturistas famosos (como Jay Cutler) consiste em diminuir a amplitude de movimento procurando “focar” em uma determinada musculatura. Por exemplo, no supino, realizar o movimento do peitoral até a metade do caminho para focar no peitoral.

O problema é que essa técnica muitas vezes acaba sendo utilizada como desculpa para que a pessoa utilize cargas monstruosas, o que faz com que ela não consiga nem mesmo adotar a posição ideal. É comum ver caras sendo auxiliados por dois parceiros de treino, que estão ali somente para levantar os halteres do supino reto que ele não consegue nem movimentar. Parece quase um exercício isométrico (no qual a pessoa se mantém na posição de contração por determinado tempo).

É importante entender que não adianta querer apressar seus ganhos e fazer loucuras no treino. Em benefício dos resultados e de sua saúde, deixe seu ego na porta da academia e lembre-se que o objetivo é evoluir sempre. Isso não significa, contudo, que suas subirão constantemente. Esse vídeo mostra como uma boa execução é muito mais valiosa do que cargas gigantescas.

Ricardo Wesley

O educador físico Ricardo Wesley trabalha há 10 anos com treinamento físico. Ele é especialista em Fisiologia do Exercício; tem MBA em Gestão & Estratégia Empresarial; é mestre em Ciências da Reabilitação e doutorando em Imunologia.

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