Amelia e o novo luxo do vinho chileno

Há lugares no mundo em que a natureza parece feita sob medida para o vinho. O Vale de Limarí, no norte do Chile, é um deles. Cercado por montanhas áridas e banhado pelos ventos frios do Pacífico, o vale guarda uma combinação rara: solos calcários — os mesmos que consagram regiões lendárias da Borgonha — e um clima capaz de dar aos vinhos um frescor quase mineral. É desse cenário que nasce Amelia, a linha premium da Concha y Toro que vem se tornando uma das expressões mais elegantes do Chile moderno.

Durante sua passagem recente pelo Brasil, o enólogo Marcelo Papa — diretor técnico da Concha y Toro — apresentou a nova safra em um encontro com jornalistas e formadores de opinião. O evento revelou mais do que taças cheias: mostrou um movimento em curso na viticultura chilena — o da sofisticação. Por muito tempo, o Chile foi visto como um país de vinhos acessíveis e consistentes. Agora, rótulos como Amelia estão rompendo esse estereótipo. São vinhos que falam de origem, de textura e de identidade — com a precisão de quem entende que elegância não é excesso, mas equilíbrio.

O enólogo Marcelo Papa, o diretor técnico da Concha y Toro

O Amelia Chardonnay 2023 é um exemplo claro dessa filosofia. Fresco, complexo e de acidez vibrante, foi eleito o Melhor Vinho Branco do Ano pelo Chile Wine Report 2025, do Master of Wine britânico Tim Atkin. Com 97 pontos, é o branco chileno mais bem pontuado da edição — um feito que simboliza o novo patamar da produção local. O vinho exibe notas de frutas cítricas e flores brancas, envolvidas por um toque salino que remete diretamente aos solos do Limarí. É o tipo de Chardonnay que poderia facilmente confundir um degustador acostumado com rótulos da Côte de Beaune, só que com sotaque chileno.

Já o Amelia Pinot Noir segue o mesmo caminho de pureza e refinamento. Produzido com uvas cultivadas sob brisas frias e maturado em carvalho francês, entrega uma elegância discreta — aquela que não precisa levantar a voz para ser notada. Cereja, morango, chá preto e uma textura sedosa tornam cada gole uma experiência de leveza e profundidade.

No fim das contas, Amelia não é um vinho para ocasiões protocolares, mas para momentos de contemplação. Um jantar à luz baixa, uma conversa sem pressa, um disco de jazz ao fundo. É luxo sem ostentação — o tipo de sofisticação que o tempo ensina a apreciar. E talvez seja por isso que Amelia represente tão bem o espírito contemporâneo do homem elegante: aquele que entende que o verdadeiro estilo está nos detalhes, e que uma taça bem servida pode dizer tanto quanto um bom terno.

Redação El Hombre
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