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Anderson Silva perdeu a luta, mas reconquistou seu posto de herói no UFC 200

Pedro Nogueira Editor-Chefe

Anderson Silva pode ser o maior lutador de MMA da história, mas sejamos honestos: fazia tempo que as pessoas não o viam mais como um herói. E não por causa das suas derrotas, mas como elas aconteceram.

Primeiro foi o nocaute para Chris Weidman em 2013, quando perdeu o cinturão dos meio-médios após 7 anos sendo campeão. Spider só tomou aquele soco fatídico porque baixou a guarda para brincar com o rival. Na revanche Anderson deu azar, porque quebrou a perna num chute. Mas aí vieram o dopping contra Nick Diaz e o revés contra Michael Bisping, numa luta em que novamente exagerou nas brincadeiras.

Eis que na semana passada, a poucos dias do histórico UFC 200, um card cheio de ex-campeões, a luta principal vai por água abaixo: Jon Jones, que enfrentaria Daniel Cormier, o campeão dos meio-pesados, é pego no dopping.

Surge Anderson Silva para substitui-lo.

Vamos a alguns fatos, ok? Cormier era o atual campeão de uma categoria de peso acima de Anderson. Ele estava treinando para a luta do sábado, enquanto o brasileiro, com 41 anos, teve só 2 dias para se preparar.

Ainda assim, Anderson encarou o desafio e aguentou 3 rounds de pressão de Cormier, que para não correr riscos na trocação, preferiu adotar a estratégia do wrestling: levar o Spider para o chão, ficar por cima dele e golpeá-lo dali, aproveitando seu peso maior.

A torcida vaiou bastante Cormier pela estratégia — que rendeu a ele a vitória por decisão unânime — enquanto tratou Anderson como um herói.

Aos 41 anos, talvez Anderson não tenha mais tempo de recuperar seu velho cinturão. E digo “talvez”, porque parece que a idade tem nele um efeito mais lento do que no resto da humanidade. Vai saber? Mas a verdade é que, no final das contas, não é necessariamente o resultado que transforma lutadores em heróis. Seja na vitória ou na derrota, os fãs querem ver Anderson lutando com coração, como nesta batalha contra Cormier.

O árbitro pode ter erguido o braço de Cormier ao final da luta. Mas Anderson foi o verdadeiro vencedor da noite.