fbpx
johnny

A autopromoção está queimando você no escritório?

Pedro Nogueira Editor-Chefe

Dois casais se encontram numa festa de aniversário infantil. Os quatro dividem uma mesa. As esposas se conhecem, mas os respectivos maridos, não. Após as apresentações iniciais, os dois homens começam uma conversa amena:

“Você trabalha em que área?”, pergunta o primeiro.

“Em várias!”, responde o segundo. “Na verdade, em sou bom — aliás, muito bom — em… [termos técnicos falados em inglês, mesmo tendo equivalentes em português].”

Naturalmente, quem fez a pergunta deve ter se sentido um tanto arrependido e desconfortável de ter que ouvir alguém que mal acabou de conhecer, desatando a elencar um leque de elogios e exaltações a si próprio.

Um papo desses não costuma durar muito tempo, pois torna-se muito chato.

As mensagens implícitas nas palavras e atitudes de quem “se acha” são:

  • Sou muito melhor que você
  • Não erro
  • Derrubei muitos concorrentes para chegar onde estou
  • Tenho sempre razão
  • Sou um vencedor, um iluminado
  • Tenho sempre o controle da situação
  • O futuro será brilhante para mim

Especialistas na área comportamental costumam afirmar que esse tipo de postura esconde um tremendo déficit de autoestima, por isso sentem uma necessidade incontrolável de se autopromover e se afirmar como “seres superiores”.

O mercado de trabalho costuma cobrar um preço alto para pessoas que agem assim. Se são tão perfeitos como dizem, ninguém tolerará um erro sequer.

Além disso, serão vistos como profissionais vaidosos ao extremo e, por isso, desagregadores – o que dificultará, e muito, o trabalho em equipe. Também serão alvos preferenciais de fofocas, maledicências e piadinhas infames dentro da empresa.

Pense bem: vale mesmo a pena se autopromover?

Mesmo que você seja altamente competente e preparado, deixe que seu chefe, o cliente, seus colegas, o mercado reconheçam. Não tente se antecipar. O caminho da busca pelo reconhecimento externo leva mais tempo, pode não ser justo com alguns talentos, mas certamente lhe livrará de representar uma caricatura de si próprio.

Lembre-se que os melhores vetores para o avanço da carreira são os resultados, a expertise e os relacionamentos. Não há espaço para o culto à personalidade