Chegou a hora de morar sozinho, e agora?

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É, hombre, chegou a hora… Você, que rogou aos céus por esse momento, agora encara sua saída de casa com um misto de apreensão e entusiasmo.

Seus pais também, só que com muito mais intensidade. Enquanto sua mãe está aos prantos no telefone com a sua avó, repetindo — pela trigésima sexta vez — que você é apenas uma criança, seu pai já alardeou pros amigos das antigas que chegou a hora de você, o varão da família, surfar na onda da vida e deleitar-se com o que ela tem de melhor.

Pais são assim mesmo, intensos. Releve.

Insights familiares à parte, é importante você ter a noção da carga emocional que a tua saída de casa proporciona no seu ninho. É um baita fardo, acredite. Mas não há espaço nem tempo pra melancolia: aprenda a lidar com isso e foque no teu novo canto.

Para tanto, vamos, enfim, ao que nos traz a este espaço de sonhos de consumo não mais reprimidos: os impactos financeiros que a tua saída de casa proporcionará na sua vida, e na de sua família também.

Você tem cacife pra viver como um lobo solitário, cabrón?

Peço licença poética paro o Tite (antes que eu me esqueça: sim, eu sou palestrino. Aliás, parabéns ao maior de todos pelos seus 100 anos de límpida e gloriosa existência).

Pois bem, pra sair de casa é essencial que você pratique a sua PLA-NE-JA-BI-LI-DA-DE. Isso é: tenha dinheiro pra arcar com essa mudança.

Se seus pais quiserem — e puderem — ajudá-lo, não há problema algum. Desde que seja por algum tempo. Afinal, você quer ou não quer tornar-se um homem independente?

Bancar esse sonho sai caro, obviamente. Compute todas as despesas que irá gastar pra colocá-lo de pé: alguma reforma, móveis e os eletrodomésticos — prioridade total para o videogame, obviamente.

E então os gastos mensais: condomínio, aluguel, água, luz, telefone, TV a cabo, internet, supermercado, lavanderia e alguém para ajudá-lo a limpar a esbórnia da open house de estréia do teu barraco novo. Haja capital!

Se você chamou a responsa, vestiu a 10 e vai encarar o jogo, toma algumas dicas.

Seja minimamente organizado, isso te poupará muita dor de cabeça:

  • Calcule suas finanças e planeje-se pra ver se você tem condição de morar sozinho.
  • Formule estratégias criativas para levantar esse dinheiro e custear teu sonho.
  • Se necessário, economize em algo e repasse a verba pro apê; morar sozinho não pressupõe que você passe necessidades nem deixe de curtir a sua vida.
  • Se tiver que deixar de sair com os amigos ou com uma gata pra economizar e pagar as contas do barraco, não vale a pena.

Com tudo isso em mente, não preciso nem dizer que a vida lhe espera, linda, cheirosa e com uma gelada na mão, na sua nova sala. Vida longa ao lobo solitário!

André Rossi

Jornalista especializado em finanças, André Rossi passou pelo curso de jornalismo econômico do Estadão e atualmente é repórter da revista Capital Aberto. Toda noite, antes de dormir, ele acende uma vela para Jesus ajudar o seu Palmeiras a subir.

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