Como lidar com o TOC

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Imagine esta situação: você quer usar o banheiro, pois está apertado, querendo fazer o número dois. No entanto, você está bem na praça da Sé — e o único banheiro que tem é um banheiro químico. Você se arriscaria? É compreensível se você disser que “não”. Agora, imagine outra situação: você está na sua casa e dá aquela vontade de fazer o número dois. Tranquilo, não?

Pois para algumas pessoas com TOC, ambas as coisas são um sofrimento. Estamos falando aqui da germofobia, um dos sintomas mais comuns de TOC: aquele que tem um medo irracional de germes e a todo o tempo lava as mãos – às vezes, até o ponto de esfolar a pele, ou de ter três sabonetes diferentes, cada um para limpar a sujeira do outro.

Não há ainda uma explicação convincente para o TOC; sabemos apenas que é mais uma das desordens dos circuitos cerebrais. Nele, a pessoa sofre com dois distúrbios concomitantes: a obsessão, ou seja, aqueles pensamentos de que algo ruim vai acontecer, e a compulsão, que são os rituais feitos à exaustão.

São aquelas pessoas que ficam uma hora checado se o gás da cozinha está desligado antes de sair, achando que a casa vai explodir; ou só andam nas lajotas pretas da calçada (se houver um pedaço sem, elas voltam e pegam outro caminho de lajotas pretas); e até mesmo tem pensamentos sexuais perturbadores e repetitivos.

O TOC é um transtorno sério e que compromete seriamente a qualidade de vida da pessoa. Por sinal, o comprometimento da qualidade de vida é algo essencial para o diagnóstico. Afinal, como posso diferenciar se eu só sou metódico? Por isso, é importante saber também que existe a personalidade anancástica, que é aquele seu colega muito organizado, metódico, que faz sempre tudo do mesmo jeito – mas que não compromete sua vida ou sofre imensamente se algo sai do padrão.

No TOC, a obsessão, o pensamento é o sofrimento e o ritual é o alívio; não completá-lo pode fazer a pessoa sentir como se fosse explodir, ou ficar totalmente aterrorizada. Mas existe tratamento: terapia cognitivo-comportamental e medicamentos antidepressivos. A solução está em controlar e conviver com a sua doença.

Se você se sentiu enquadrado nestas situações, vão aí alguns sites que podem ajudá-lo:

David Nordon

David Nordon é médico e escritor.

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