“Dá desgosto saber que o São Caetano está deste jeito”

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Lembro-me de torcer freneticamente para o São Caetano conquistar a Taça Libertadores de 2002. Era, sim, por clubismo, uma vez que desejava que o então simpático vice-campeão do Campeonato Brasileiro em duas oportunidades (2001 e 2002) e campeão do Paulistão em 2004 conquistasse o continente antes do Corinthians.

Não deu certo. Foi uma decepção para mim, então jovem torcedor e apaixonado por futebol. O Azulão perdeu para o Olímpia-PAR. Mesmo com a derrota naquela ocasião, imaginei que o time do ABC se firmaria no futebol brasileiro como um dos grandes clubes nacionais.

Outro engano e grande decepção.

No auge, muito dinheiro entrou com patrocinadores, além das participações em grande torneios nacionais e continentais. Mas tudo foi por água abaixo. O São Caetano deu uma verdadeira aula de como afundar um clube em apenas uma década.

Nesta segunda-feira, dia 29 de setembro, o time caiu para a Série D do Brasileirão. Foi o terceiro rebaixamento em apenas dois anos – para Série C, agora para a Série D e também para a Série A2 do Campeonato Paulista.

“Jamais imaginei que o clube pudesse chegar ao fundo do poço como está agora. É triste e deprimente. Fizemos história e a diretoria jogou tudo por água abaixo”, contou ao El Hombre o ex-atacante Adhemar, presente na fase áurea do clube no começo do milênio e o maior artilheiro da história do São Caetano com 68 gols.

A queda para a Série D foi decretada com uma rodada de antecedência. Foram 17 partidas até aqui na Terceirona com apenas cinco vitórias, três empates e nove derrotas. “Dá desgosto saber que o São Caetano está deste jeito”, reclamou ex-jogador.

Este é mais um fiasco do Azulão (agora Azulinho) que deixou marcas negativas no clube. Entre 2013 e 2014 o clube teve nada menos que 50 derrotas em 90 jogos (mais 22 vitórias e 23 empates). Marcas tão ruis que podem fazer com que o São Caetano feche as portas em 2015.

“Não queria que o clube acabasse e ainda quero acreditar que, algum dia, o São Caetano vai se reerguer”, finalizou Adhemar. Quero pensar como o nosso amigo, mas não vejo nenhuma luz no fim do túnel. O último que apague a luz em São Caetano.

Ele comemorando um gol contra o Palmeiras na Copa João Havelange, em 2000

Felipe Piccoli

Felipe Piccoli é especializado em jornalismo esportivo desde 2008. Com passagens pela Rádio Bandeirantes e pelo jornal Marca Brasil, hoje ele é coordenador de reportagem da Band.

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