fbpx

“O beijo em Amy Adams aconteceu naturalmente”

NOVA YORK – Parece não haver forma de parar Jennifer. Aos 23 anos ela está no topo do mundo com um Oscar em seu currículo, além de ser a estrela de Jogos Vorazes, que já faturou um bilhão de dólares nas bilheteria pelo mundo. Seu desempenho em A Trapaça – uma comédia ousada dirigida por David O. Russell e co- estrelado por Christian Bale, Bradley Cooper e Amy Adams – está absurdamente sexy. Lawrence já recebeu o Globo de Ouro como atriz coadjuvante por seu trabalho no filme e a maioria dos observadores da indústria esperam um resultado parecido no Oscar. O sucesso pode estragar a jovem Jennifer Lawrence?

“No ano passado eu não tive muita chance de fazer outra coisa além de trabalhar”, explica Lawrence. “Eu deveria fazer uma pausa entre as filmagens de Jogos Vorazes e X -Men, mas David (O. Russell) me ligou e disse que tinha escrito este personagem especialmente para mim e quando eu descobriu que ela era essa louca, manipuladora, dona de casa alcoólatra maníaca-depressiva, como eu poderia recusar?”

Lawrence interpreta Rosalyn, a mulher atrevida do personagem de Bale, um vigarista que é forçado a ajudar o FBI com uma operação policial liderada pelo agente frenético interpretado por Bradley Cooper, que visa derrubar mafiosos e políticos corruptos.

O filme também apresenta um beijo sexy entre Lawrence e Amy Adams, uma ideia que veio de Adams. “Eu não quero levar o crédito por coisas que não fiz, mas essa ideia foi minha”, disse a atriz. “Eu não sei por que. Talvez eu só queria beijar Jennifer. Ela é tão bonita. Ela também tem lábios macios.”

Na entrevista que segue, Jennifer Lawrence fala sobre sua notável ascensão profissional e como esta menina “normal” vinda de Kentucky se vê diante de sua enorme fama e fortuna. Ao longo dos últimos cinco meses, Lawrence esteve inseparável do seu namorado britânico, Nicolas Hoult, que estão juntos há dois anos e romperam brevemente no começo de 2013.

Jennifer, este tem sido um ano agitado para você, não?

Eu nunca trabalhei tanto, mas foi divertido. Se eu olhar para trás, tudo parece um borrão, mas eu amo o meu trabalho tanto que eu realmente não estou preocupada com folgas entre filmes. Quando eu decidi fazer A Trapaça, eu vi a oportunidade como um desafio criativo. Férias não são muito importantes para mim, eu fico entediada.

Você gosta de estar em um set de filmagem?

É emocionante e muito estimulante. Foi muito divertido trabalhar com Bradley e David novamente, e conhecer Christian Bale e Amy Adams. Eu não tive tempo para me preparar para o papel e meio que tive de deixar meus instintos assumirem.

Há um boato de que você adquiriu o sotaque de Nova Jersey de tanto assistir a série de TV “The Real Housewives of New Jersey”. É verdade?

(risos) Eu não sei exatamente de onde tirei o sotaque, embora eu assisti a esse programa e a outros reality shows com as mulheres de Nova Jersey. Eu sei que quando eu cheguei no set eu comecei a falar com o sotaque de imediato.

O que você acha de Rosalyn. Ela é bastante selvagem, não é?

Ela é muito impulsiva e gosta de gritar e gritar. A gente não tem certeza do motivo pelo qual ela é assim. Ela não é mesquinha e, apesar de nem sempre fazer as coisa certas, é alguém que eu senti que eu, particularmente, era capaz perdoar, porque ela simplesmente não sabe o que está fazendo e se suas ações podem ter alguma repercussão grave.

Ela é simplesmente sem noção às vezes?

Uma de suas falhas é escolher não ver certas coisas. Eu sei que as mulheres se comportam dessa maneira em situações muito difíceis ou dramáticas. Você não consegue entender por que elas fazem isso e elas mesmas não conseguem explicar suas ações. É apenas a maneira que são.

Mas Rosalyn também está vivendo em uma realidade diferente, difícil. Um exemplo é quando ela diz para o marido: “Por que você não pode simplesmente ficar feliz por mim? ” quando ela está falando em se mudar com um cara da máfia de Miami.

Que tipo de relacionamento você tem com Christian Bale?

Christian está disposto a tentar coisas diferentes e assumir riscos. Nos incentivamos e nos envolvemos com nossos personagens tanto pudemos. Isso é animador. A gente sentiu muita liberdade trabalhando juntos e alguns dos momentos mais engraçados das filmagens foi quando gravávamos nossas cenas.

Este é o seu segundo filme com o diretor David O. Russell. O que você gosta sobre o seu modo de trabalhar?

Eu acho que ele me inspirou a encontrar o meu melhor desempenho neste filme. Eu tenho muito a agradecer a ele. David me ensinou muito sobre mim. Trabalhar com ele é a experiência mais crua e criativa que se pode ter.

Por que você acha que a técnica de direção de Russell tira de cada ator seu melhor desempenho?

Seu método cria muita vulnerabilidade. Todo mundo está na palma de sua mão e é tudo muito cru e real. David me mostrou que eu trabalho melhor quando estou um pouco assustada, o que foi estranho inicialmente.

Como surgiu a ideia do seu beijo com Amy Adams?

Isso foi idéia da Amy. Não houve menção de um beijo no script, mas David veio até mim e disse que Amy estava pensando que eu deveria beijá-la em uma cena. Eu disse algo como: “O quê? Por quê? Eu não entendo.” Então, quando nós começamos a cena… fazia sentido o beijo. Rosalyn tem uma necessidade tóxica para estar no controle e dominar a situação. Eu não achava que fazia sentido antes de David me falar sobre o beijo. Em seguida, quando estávamos na cena, aconteceu naturalmente porque era tão verdadeiro e necessário. Foi a maneira do meu personagem para assustá-la e ao mesmo tempo cobri-la de lip gloss.

Todos os personagens principais parecem estranhos e excêntricos em sua própria maneira.

Meu sentimento é que todos eles estão tentando sobreviver a essa situação e terminar em um final feliz. Eles querem encontrar a si mesmo e desfrutar de uma vida melhor, mesmo que não tenham certeza exatamente de como chegar lá.

Como sua vida e carreira estão se desdobrando? Às vezes você acha que não vai conseguir dar conta?

Não. Eu gosto de trabalhar duro, viajar e fazer parte deste mundo. É difícil ter uma vida pessoal quando você está sendo seguida o tempo todo – mas cada trabalho tem seu lado negativo. Coisas como sair para jantar se tornaram complicadas, porque você tem que planejar tudo se não quiser que os paparazzi fiquem na sua cola. Mas na maioria das vezes é esta grande aventura. É difícil para mim ir mais devagar. No entanto, atuar nunca será algo que eu me canso de fazer. Eu sou a pessoa mais sortuda do mundo por estar fazendo o que faço.

Você gosta de assistir filmes para relaxar?

Às vezes. Eu gosto de assistir filmes na temporada. Um dos meus filmes favoritos é Encontros e Desencontros. Eu tenho uma obsessão pelo Bill Murray. (Risos)

Por que Bill Murray?

Eu adoro ele. Ele é um ator incrível e tem uma personalidade sensacional. Quando eu o encontrei pela primeira vez no ano passado eu fiquei tão nervosa que não conseguia nem falar. Ele é um dos meus atores favoritos de todos os tempos.

Você consegue ir para casa em Louisville (Kentucky) de vez em quando?

Eu costumava voltar para casa apenas nas férias. Mas depois que meu sobrinho nasceu há alguns anos eu não consigo ficar longe dele. Então tento ir para casa mês sim mês não. E existe outro bebê que acabou de nascer e por isso estou ansiosa para passar mais tempo em casa novamente.

Seus pais foram fundamentais para você se tornar atriz, não é mesmo?

Eu nunca teria chegado em qualquer lugar sem meu pai e minha mãe me apoiando, acreditando na importância que a atuação tem na minha vida. Eu estava tendo problemas na escola e tinha muita ansiedade social. Atuar era a única coisa que fazia a ansiedade ir embora. Eu não me sentia bem comigo mesmo até que descobri a atuação. Meus pais se sacrificaram tanto para eu ser capaz de realizar meus sonhos. Eu devo tudo a eles.

Desde que você se tornou famosa ficou mais difícil manter ou desenvolver amizades verdadeiras?

Eu aprendi a passar tempo com pessoas que eu conheço muito bem e que não mudaram a forma como se comportam comigo apesar de tudo o que aconteceu na minha vida. Me incomoda se eu sinto que as pessoas não me tratam normalmente. Eu gosto de ser eu mesma com as pessoas.

Você planeja manter sua agenda ou fazer uma pausa no próximo ano?

Estou pensando em fazer uma pausa e diminuir um pouco o ritmo. Eu sinto que eu tenho trabalhado duro para construir minha carreira e estou ansiosa para desfrutar de algum tempo com amigos e família e começar a levar uma vida mais calma. É hora de relaxar um pouco.