Esquiva Falcão: a espera brasileira por um próximo grande boxeador está terminando

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A carência de um pugilista brasileiro nos ringues de grandes lutas de boxe nos Estados Unidos pode terminar em breve. Um cinturão de título mundial da modalidade tem promissoras perspectivas de retornar à terra de Popó, Maguila e Éder Jofre.

Estas, ao menos, são as pretensões de Esquiva Falcão na “terra dos campeões”.

“Aqui nos Estados Unidos, que é a terra dos campeões, estou crescendo a cada dia. O Brasil perdeu muito interesse no boxe por falta de campeões. Eu consegui uma medalha em Olimpíada (prata em 2012, em Londres, feito que o Brasil não conquistava desde 1968 com Servílio de Oliveira) depois de 44 anos e mídia começou a falar um pouco de boxe de novo. Eu mesmo agora estou me cuidando para ajudar o boxe renascer de novo”, disse Esquiva ao El Hombre.

Profissionalizado em 2013 e nos EUA há dois anos, Esquiva caminha a passos firmes no celeiro de grandes boxeadores mundiais. Já soma sete vitórias em sete lutas, cinco delas por nocaute. O capixaba, de 25 anos, disputa na categoria médio-ligeiro e treina na academia americana do filipino Manny Pacquiao.

 “Vim para os EUA para ser campeão mundial. Aqui a cada esquina tem um treinador bom e estou em um local ótimo para treinar. Tenho tudo para ser grande”, disse o pupilo brasileiro, que já arranca suspiros do campeão mundial Acelino Popó Freitas.

“O Esquiva tem se destacado e, se ele focar, pode fazer o Brasil brilhar no boxe de novo. Ele tem muita luta pela frente, mas estou confiante que pode ser um representante que o Brasil quer ver”, disse Popó à reportagem.

As palavras de Popó, último campeão mundial brasileiro – que retornará de sua aposentadoria para fazer mais três lutas no cenário profissional -, se enquadram à filosofia de trabalho de Esquiva. O medalhista de prata em Londres deixou de lado festas, baladas e uma vida de glamour nos Estados Unidos para conquistar seu tão desejado sonho: ser campeão mundial.

Ele com a medalha de prata em 2012

“Deixei de lado um pouco a minha vida e só me dedico ao boxe. De segunda a sábado estou treinando pesado. Como eu disse, eu vim aqui para ser campeão e tenho cumprido certinho tudo o que é preciso para isso.”

Até o fim de 2016.

Este é o prazo que Esquiva e seu staff estipulam para conseguir uma luta válida pelo cinturão de campeão mundial. “Estou conseguindo devagarzinho mostrar que eu posso lutar contra o campeão e ganhando pontos no ranking. Espero daqui, no máximo, dois anos lutar pelo título”, explicou o entusiasta pugilista.

“Meu ano de 2014 foi maravilhoso. Foi de muito aprendizado. Tive de aprender muita coisa, porque o boxe profissional é muito diferente do boxe olímpico. São praticamente esportes diferentes. Hoje estou adaptado e posso dizer que em um nível acima da média pelo pouco tempo que tenho. Acredito que em 2015 eu faça mais umas cinco lutas e assim vou crescendo ainda mais.”

Confiança. Como também puderam perceber, este foi o tom da conversa do lutador com a reportagem.

Esquiva demonstra a cada palavra que pode ser o representante brasileiro de destaque no cenário mundial. Está com a língua afiada e discurso de vencedor.

No Brasil tem conseguido atrair a atenção, tanto que o canal esportivo fechado Sportv já transmite todas suas lutas. Mas ele quer mais. E se depender de suas pretensões, teremos em breve mais um novo ídolo do esporte nacional.

“Tivemos grandes lutadores no Brasil como Éder Jofre, Maguila e Popó. Depois não teve ninguém. Estou aqui para tentar ocupar este posto”, finalizou. Espero que ele esteja certo.

Felipe Piccoli

Felipe Piccoli é especializado em jornalismo esportivo desde 2008. Com passagens pela Rádio Bandeirantes e pelo jornal Marca Brasil, hoje ele é coordenador de reportagem da Band.

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