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alex globo
Craque dentro e fora do campo

Futebol depois da novela é um pecado

Boss traduziu para mim as declarações de Alex, o craque do Coritiba e, para muitos, do campeonato brasileiro. Alex dá uma paulada na emissora que transmite o campeonato, a Globo. O horário em que passam os jogos na TVé um horror, disse Alex. Dez da noite, pondera ele, é ruim para o jogador, obrigado a uma longa espera no hotel, e ainda pior para o torcedor.

Boss me conta que é uma exigência da Globo, para que ela passe antes sua soap opera. Ladies and gentlemen, se é ruim para vocês no Brasil, imaginem para mim aqui na Inglaterra. Para cobrir o campeonato, conforme me comprometi com Boss, sou obrigado a ficar acordado até as 4 da manhã. Até Chrissie, minha mulher azeda e neurastênica, concorda em que o horário dos jogos no Brasil são absurdos.

Comparemos. Aqui, os jogos começam às 19h45. Antes das dez da noite, você já está na sua casa. A poltrona é numerada, e o metrô leva e traz você com conforto e segurança. No mundo todo, as emissoras de televisão pagam uma fortuna para transmitir os jogos dos campeonatos nacionais. E fazem concessões. No Brasil, a emissora faz exigências.

Ladies and gentlemen, perguntei a Boss como as pessoas toleram isso. Imagino o horário da Premier League ser comandado por Rupert Murdoch. A rainha seria deposta. O brasileiro é tão acomodado assim? O interesse particular da Globo vale mais que o interesse público? Conheço, de reportagens que vi aqui, a biografia suja do antigo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. É um homem de propinas.

Mas ele já saiu. Nada mudou? Ladies and gentlemen, é tempo de protesto no Brasil. Protestem, por favor, contra o descalabro do horário do futebol. A Globo não pode mandar tanto assim. Alex está certo. Peguem as palavras de Alex e transformem numa bandeira.