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Guilherme Paraense, o primeiro herói olímpico do Brasil

Pedro Nogueira Editor-Chefe

Senhores, vamos falar um pouco de história? Os Jogos do Rio estão bombando, então que tal relembrarmos os nossos heróis olímpicos do passado? Aproveitando a medalha do Felipe Wu no tiro esportivo, começaremos com o atirador Guilherme Paraense, o primeiro medalhista de ouro do Brasil.

As Olimpíadas modernas, para quem não sabe, começaram na Grécia em 1896, mas o Brasil só estreou na Antuérpia em 1920, com uma delegação de 21 atletas.

Naquela época não tinha avião para levar a turma, então imagina a odisseia que foi para eles chegarem lá. O trajeto Brasil-Bélgica levou 26 dias de navio e trem. Tudo em condições precárias, pois os atletas tiveram que pagar a viagem do próprio bolso. A acomodação no navio era de 3ª classe, pequena e sem ventilação. Eles até preferiam dormir no chão do bar em vez de ficar no quarto.

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Sabe aquela história de que as coisas sempre podem piorar, não importa quão ruim estejam? Pois é. O equipamento da equipe de tiro foi roubado. Sorte que os americanos se solidarizaram com a situação, emprestando algumas armas e balas para os brasileiros competirem.

Aos 35 anos, o tenente Guilherme Paraense já havia sido campeão de tiro carioca e brasileiro em várias ocasiões, mas os atletas dos Estados Unidos eram amplamente favoritos ao título.

Eis que, num resultado surpreendente, Guilherme cravou 274 pontos de 300 possíveis na pistola de tiro rápido, o que rendeu o primeiro ouro olímpico na história do Brasil.

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Guilherme e a delegação de tiro — que ainda conquistou uma prata e um bronze em outras modalidades — foram recebidos como heróis nacionais ao voltar para cá. Ele acabaria nunca mais disputando outra Olimpíada, mas o feito da Antuérpia foi mais do que o suficiente para imortalizar seu nome.