A recusa quase definitiva de Michael Jordan à Nike e a virada inesperada da sua mãe revelam um momento decisivo na construção de um império de tênis. Naquele encontro entre Jordan e grandes marcas, os valores em jogo não se limitavam ao valor do contrato: implicavam também em decisões sobre imagem, legado e futuro. A influência materna foi determinante para que Jordan reconsiderasse e seguisse com a Nike — decisão que se transformou na criação da icônica linha Air Jordan.
Em 1984, Michael Jordan estava prestes a iniciar sua carreira na NBA quando recebeu propostas de gigantes como Adidas, Converse e Nike. A oferta da Adidas era de cerca de US$ 500 mil, mas sem participação nos lucros futuros. A Nike, por sua vez, apresentou uma proposta menor — US$ 250 mil —, porém com linha exclusiva e percentual sobre as vendas, o que acabou sendo um diferencial estratégico.
Jordan, à época, não achava os tênis da Nike “legais o suficiente”, o que o deixou inclinado a recusar a proposta. Foi então que entrou em cena sua mãe, que enxergou o potencial da Nike em dar-lhe não apenas um contrato, mas uma identidade autoral como atleta. Graças ao apoio e à convicção materna, Jordan optou pela Nike — uma decisão que mudaria os rumos da indústria esportiva.
No dia 26 de outubro, Jordan assinou um contrato de cinco anos com a Nike, no valor de US$ 2,5 milhões — três vezes mais que qualquer outro acordo na NBA até então. Em abril seguinte, a Nike lançou o primeiro modelo da linha Air Jordan, com expectativa modesta de arrecadar US$ 3 milhões em três anos.
Logo, o sucesso foi estrondoso. Já em 1985, as vendas superaram os US$ 126 milhões — um retorno impressionante e além das projeções iniciais. A marca também enfrentou as regras da NBA: o Air Jordan I trazia menos de 51 % de branco — violando o regulamento. Isso resultou em multas para a Nike, mas acabou gerando enorme publicidade. A campanha publicitária “Banned” destacou esse conflito como um símbolo de rebeldia e exclusividade.
Em 22 de setembro de 1997, surgiu oficialmente a Jordan Brand — com linha própria dentro da estrutura da Nike. Desde então, a marca ganhou força, diversificou produtos, colaborou com artistas e expandiu sua presença nos esportes, moda e cultura pop.
Em 2022, a Air Jordan gerou US$ 5,1 bilhões em receita para a Nike, com uma parcela significativa indo diretamente para Jordan — entre US$ 150 milhões e US$ 256 milhões. O impacto financeiro e cultural da parceria transforma o que começou com uma hesitação em um dos mais emblemáticos negócios esportivos da história.
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