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Legenda

Nos bastidores da Campus Party

Pedro Cohn Diretor de Negócios

Chegamos, eu e o Thiago (nosso editor de Bem-Estar), por volta das 15:37 ao estacionamento do Anhembi e de cara tomamos um susto:

“Senhor, são R$30 de estacionamento”

Bom, não tínhamos outra escolha a não ser pagar. Pelo menos, como imprensa, não precisamos desembolsar os R$300 do ingresso – o que foi um alívio.

Logo que passamos pela porta principal, nos deparamos com uma gigantesca fila de pessoas (detalhe, todas com mochilas). Na hora não entendemos do que se tratava. Pensamos que estavam sorteando algum tipo brinde. Então decidimos dar uma volta pelos estandes da Microsoft, Intel e Ford. O passeio durou até descobrirmos que estávamos na parte do evento que era aberta ao público e aquela fila abismal era justamente para entrar no floor da Campus Party.

Assim que vencemos a fila encontramos uma sequência de simuladores, tanto de carros quanto de aeronaves. Não perdemos muito tempo ali, pois isso é algo que já vi muito na faculdade e o Thiago simplesmente não tem interesse nisso.

Eu já estava de olho nos cabos ethernet, que traziam etiquetas laranjas que indicavam a velocidade da internet: 30GB. Tratei logo de plugar um deles em meu laptop e testar a famosa net da Campus Party. O site speedtest.net apontava 238MB velocidade de download e 16MB de upload. É algo muito, muito impressionante, mas que, por se tratar de uma Campus Party, eu já esperava. A velocidade da internet, aliás, parece ser um dos principais motivos da presença de tantos campuseiros (ao todo 8 mil). Inúmeras mesas equipadas com fontes de energia e os cabos azuis, foram espalhadas pelos quatro cantos (literalmente) do galpão de proporções assustadoras para receber as máquinas dos participantes do evento.

Todos os PC’s e monitores eram registrados no nome do seus respectivos donos – uma medida de segurança absolutamente indispensável. Mesmo com toda a segurança, eu não arrisquei em deixar meu computador sem a presença de um adulto responsável. Mas eu era exceção – o que não faltava eram desktops com monitores de até 40” e netbooks com 11” abandonados por seus donos, que provavelmente estavam nas barracas ou vendo alguma palestra.

Eram 9 palcos destinados às apresentações. Alguns grandes nomes passaram esse ano pela Campus Party: Buzz Aldrin (segundo homem a pisar na Lua), Nolan Bushnell (criador do videogame Atari) e Tiago Leifert (apresentador da Rede Globo), entre outros.

Depois de baixar alguns gigas, a fome bateu. Fomos até a lanchonete para encontrar mais uma surpresa: 1 pão de batata + 1 coca + um salgadinho Torcida = R$10. Na hora pensei: “Como os os participantes do evento vão se alimentar de forma adequada?” Eles tinham duas opções: esses salgados a preços estratosféricos ou um restaurante por quilo igualmente caro. Na verdade, existia ainda uma terceira opção, mas essa era no mínimo duvidosa: marmitex por R$12.

Além da Internet

“OOOOoooOOOOoOoooOOOO” era o som que ecoava pelo evento a cada 5 minutos. Quando um campuseiro emitia esse grito de guerra, os outros milhares seguiam o exemplo. Descobrimos que era algo que já vinha de outras edições, e, por alguma razão, esse brado me fazia sentir parte do grupo.

Para mim, o mais interessante do evento não foram as palestras, a comida, ou até mesmo a internet rápida — e sim o clima que predominava no ambiente. Imagine-se na sala de sua casa com alguns amigos. Acrescente milhares de metros quadrados e centenas de pessoas em clima de férias e terá uma ideia de como me senti no evento. Em alguns momentos era como estivesse em algum tipo de universo paralelo.

Como éramos da imprensa, não tínhamos acesso ao camping. Sentados nas grandes mesas com os cabos azuis, conhecemos um grupo de amigos (sendo que alguns deles se conheceram em outras edições da Campus). Eles nos falaram bastante de como foram os eventos anteriores e sobre a experiência de passar uma semana acampando no local. Nesse momento vimos uma ótima oportunidade de esclarecer uma dúvida: as pessoas transavam nas barracas? Eles nos revelaram que sim – mais do que podíamos imaginar. Ainda mais por que algumas barracas eram duplas, o que nos leva a imaginar que foram feitas com esse propósito.

Correria

Em um evento de tecnologia não pode faltar o Twitter. Ele era usando por todos e para tudo. Vi pessoas vendendo mouses, teclados e até comida pela rede social com a #CPBR6. Com o mesmo o código, campuseiros marcavam lutas de espadas de espuma, luau na madrugada, campeonatos de Mortal Kombat e até jogatina de War e outros jogos de tabuleiro.

Mas o forte do Twitter eram as promoções feitas pelas empresas parceiras do evento. De tempos em tempo era anunciado que algo seria oferecidos para os “X” primeiros que chegassem a um lugar designado. Quando isso acontecia, uma correria dos infernos formava-se. Eram pessoas de todos os lados avançando com a maior velocidade possível, ignorando qualquer obstáculo à frente (inclusive outras pessoas), para receber o brinde — que normalmente eram almofadas ou chaveiros. Acho que as pessoas iam mais pela diversão do que pelo presente em si.

Quando falei para o Thiago que ele iria comigo para a Campus Party, ele não me pareceu muito feliz com a ideia – e nem mesmo eu estava animado para ir. Mas posso dizer que foi um boa surpresa. Se vale os R$300? Apesar do preço ter aumentado quase 100% em relação ao ano passado, acho que vale a pena o investimento. Conheci pessoas interessantes, baixei alguns gigas de arquivos (como, por exemplo, minha biblioteca do iTunes Match) e assisti algumas palestras relevantes. Pode ter certeza que estarei na próxima edição da Campus Party em São Paulo.

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