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O amor tem sido vítima de um grande mal-entendido

Thiago Sievers Head de Parcerias

Aproveitei o lançamento de O Despertar da Força para fazer algo que deveria ter feito há muito tempo: assistir os seis filmes de Star Wars. Assisti e, como muitos, fiquei intrigado com uma coisa em específico: o amor de Anakin por Padmé.

Ou melhor, a obsessão.

O jedi não amou Padmé nem aqui e nem numa galáxia muito distante. Não, senhores! Longe disso. Muito longe. Tão longe que foi esse suposto amor que o levou ao lado negro da Força.

E o que mais intriga é que a relação travada pelos dois é apenas um espelho do que acontece em nossas vidas corriqueiramente.

É normal: as pessoas declaram amor aos seus parceiros! Lindo. O problema é quando a declaração não condiz com as atitudes. E isso acontece com tanta frequência que temo que o amor tem sido vítima de um grande mal-entendido.

“Apego é proibido. Possessão é proibido. Compaixão, que eu definiria como amor incondicional, é essencial para a vida de um Jedi. Então podemos dizer que somos encorajados a amar.” Foi o que disse certa vez um jovem padawan para a senadora de Naboo.

Mas ele não foi tão profundo nesse conhecimento quanto foi na busca pela imortalidade. Como muitos de nós, Anakin se entregou às suas paixões e ignorou que esse não é o caminho do amor.

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Ele ficou tão obcecado pelos próprios desejos que chegou a dizer à Padmé, após ouvi-la declarar que tudo o que queria era seu amor, que esse amor não a salvaria, “somente meus novos poderes podem fazer isso.”

Bem, parece que ele se equivocou.

Amar é, antes de tudo, respeitar – coisa que o bonitão certamente não fez. Saber lidar com as diferenças, amparar nas dificuldades, aceitar imperfeições – o que, por direito, todos nós queremos e, por dever, todos devemos dar.

Entre tantas sacadas geniais, Star Wars vem nos alertar algo muito importante: talvez ela não te ame tanto assim. Ou talvez você não a ame tanto assim. Vai saber.

O amor foi tão banalizado que se você não responder um “eu te amo” com outro “eu te amo” fodeu. Não estou sugerindo que você seja cara de pau como Han Solo, mas essa obrigação não deveria existir.

Talvez o amor incondicional idealizado por Anakin ainda não esteja ao alcance de seres privados de habilidades jedis, mas podemos muito bem amarmo-nos dentro das possibilidades humanas – o que, de forma alguma, tira a grandeza do nobre sentimento.

Agora, por favor, não confunda apego e obsessão com amor. Esse equívoco tem aruinado os relacionamentos.

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Por isso resolvi listar algumas atitudes que se fazem parte do seu relacionamento significa que o amor está passando bem distante de sua porta.

Veja aí e nos diga se faltou alguma.

Controlar as ações

Querer comandar todos os passos do parceiro não é sinonimo de carinho. Às vezes as pessoas usam essa desculpa para monitorar cada ação da vida do cônjuge. Bullshit!

Querer saber demais

Aqui ainda estamos no campo do controle. Talvez a pessoa até permita que você tenha lá sua liberdade – mas a troco de relacionar a ela cada momento relevante de seu dia a fim de que possa sofrer grave inspeção. Cuidado, às vezes essa situação não fica tão clara assim, mas já acontece há algum tempo.

Ter ciúmes em alta dose

Ok, ciúmes é compreensível em nossas condições humanas – mas altas doses do sentimento não! Se a pessoa não te deixa conversar com alguém do outro sexo é melhor abrir seus olhos. E se ela faz acreditar que tem que ser assim mesmo, hum…

Manter contato a todo instante

Uma hora sem dar sinal de vida – nem que seja um emoticon carinhoso pelo zapzap – e o relacionamento já está em vias de ruir? Há algo de errado aí…

Fazer todos os programas juntos

Pessoas apaixonadas querem ficar juntas. Isso é fato. Mas se agarrar ao parceiro a ponto de não deixá-lo fazer nada sem sua companhia é sacanagem. E não venha com o papo de que é porque há tanto amor que não se quer desgrudar. Isso está com cheiro de obsessão…

Mudar o gosto pessoal do parceiro

Gosta-se de uma pessoa do jeito que ela é. Se começa a querer mudar o jeito de vestir, o gosto alimentar, o gênero de filme, as opiniões, então não ama-se quem o parceiro verdadeiramente é.

Não aceitar ser contrariado

Não há manifestação mais oposta ao amor do que a intolerância. Se a pessoa com quem você se relaciona fecha a cara na primeira demonstração que você faz de discordar dela, então é melhor procurar outros braços – caso você queira mesmo ser amado.