“Os grupos do WhatsApp estão tirando a minha paz”

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Os grupos do WhatsApp nos pregaram uma peça — o que era para ser uma ferramenta prática de comunicação está se mostrando um problema insolucionável.

Geralmente são criados com ótimas intenções, mas em pouco tempo se tornam um antro de conversas dispensáveis e confusas.

É neguinho mandando GIF de futebol e putaria; a tia que aprendeu a mexer no celular dando bom dia, boa tarde, boa noite; as pessoas sem bom senso tratando de assuntos pessoais; as amigas mandando piadas com emoticons, charadas e compartilhando as insossas correntes, achando que estão arrasando. Tudo isso junto e misturado.

Quem consegue manter a sanidade mental num ambiente desse?

Para piorar, os grupos demandam atenção constante. Se você se distanciar por algumas horas do celular, ao voltar verá dezenas de mensagens aguardando leitura. Só de ver aqueles altos números em destaque o coração acusa um golpe. Os assuntos já se acumularam de tal maneira que será preciso perder longos minutos retrocedendo na página para encontrar o início da conversa.

Alguns meses dessa rotina faz com que comecemos a olhar aquele aglomerado de pessoas — aquilo não é um grupo! — como um inconveniente sem igual. Mas o que fazer? Você já está ali, junto do “Só os Diferentão”. Existe uma etiqueta misteriosa que te acusa de barbárie caso você ouse deixar o grupo. Quem se arriscaria?

É preciso se arrastar, bravamente, nessa sobrevivência!

Lógico que eu já apelei para o recurso de silenciar as conversas. Mas, ainda assim, sou obrigado a ver o grupo no topo da lista quase sempre que entro no aplicativo. E não apenas isso: tenho que entrar no grupo para tirar a notificação — ou o número, assim como a agonia, aumentará exponencialmente a cada minuto.

Mas, juro, se fosse só esse o problema eu conseguiria viver satisfeito.

O ápice da inconveniência grupal é quando as pessoas não permitem que eu sofra em silêncio e me cobram participação. “E o Thiago, que nunca fala nada?”; “Maior antissocial”; “Ele não gosta do grupo.”

Não mesmo! Sorry. Não é nada pessoal — é social. Mas para constatar o tamanho do meu respeito por vocês eu permanecerei e, vez ou outra, farei uma rápida participação. É o máximo que minha generosidade permite.Agora, se me dão licença, o zapzap está apitando.

Thiago Sievers

Co-fundador do El Hombre, é responsável pelo canal do YouTube e pelas parcerias comerciais. Vem trabalhar todo dia de bicicleta e tem um condicionamento de atleta olímpico. É editor também do "Moda Masculina Journal".

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