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Mumford & Sons
Mumford & Sons

Se você gosta de música folk, leia este texto

A banda inglesa de música folk é uma ótima notícia. Faz boa música, com boas letras, bons arranjos, boa voz. É uma novidade no mercado e faz frente, com um show absolutamente simples, a todos (exceto por uma elite da música pop) os artistas mais cheios de parafernália do mundo.

Mas vejo neles um lado questionável: a formação. O Mumford & Sons tem uma das formações mais criativas da música pop recente. Legal, né? A intenção deles é provavelmente que você diga “sim, legal”.

A verdade é que a formação da banda é irrelevante. O resultado artístico é o que importa. Pense num pintor: você quer ver seu quadro, certo? Se ele o pintou com o pincel, o nariz, o dedo ou o pênis, é irrelevante. O sucesso ou fracasso da comunicação emotiva deste pintor com você está no quadro.

Da mesma forma, me parece que o Mumford & Sons usa um subterfúgio para chamar atenção – um que não é artístico de forma nenhuma, e que só ajuda a tornar a banda marcante em um aspecto que não envolve a sua música. “É aquela banda do cara que canta e toca um bumbo ao mesmo tempo”, dirão as pessoas.

Caso semelhante é o do White Stripes. A banda ficou famosa por não ter um baixista, apenas o casal Jack e Meg White, com os respectivos instrumentos guitarra e bateria.

Diferentemente dos rapazes de Mumford & Sons, os White Stripes arruínam sua música com a falta de um baixo. O instrumento é fundamental para gerar certas emoções em quem ouve a música. Sem ele, simplesmente, parte da emoção não existe.

Tocar sem baixista é mais ou menos como um pintor não usar uma cor, mesmo que essa cor fizesse seu quadro ser muito melhor.

No caso de Mumford & Sons, o problema é menor. Todo o espectro de frequências é preenchido. Mas quem disse que a música não poderia ser ainda melhor com uma bateria, que tem caixa, tons, prato?

Mas apesar de tudo isso, o Mumford & Sons continua sendo uma das melhores bandas que apareceram nos últimos anos, como atesta o vídeo a seguir.