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Vale a pena comprar um Nintendo Switch em 2021?

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No ano passado, minha linda esposa (que também é redatora deste site) me presenteou com uma caixinha vermelha: tratava-se do console híbrido mais recente da Nintendo: o Nintendo Switch, console lançado em março de 2017. E após quase um ano comprando jogos para o console e jogando partidas online e offline, obtive uma visão do seu propósito, e uma dimensão  de sua natureza híbrida. Então siga com a leitura, que tenho certeza que tirarei todas as suas dúvidas sobre esse interessante aparelho.

Afinal, o que é o Nintendo Switch?

Como mencionado em nossa introdução, o Nintendo Switch é, até a data desta matéria, o console mais recente da empresa, sendo o sucessor do Wii U, sendo este último considerado um dos maiores fracassos comerciais da história da empresa pela carência de softwares/apoio das third-parties (e até da própria Nintendo), e por parte do público não ter compreendido que não trava-se de um upgrade do Wii original (este que, em contraponto, foi surpreendentemente um dos maiores sucessos de toda a história da Nintendo com a inovação de seus controles de movimento).

Com o Switch, a companhia sentiu-se na obrigação de unir o melhor dos dois mundos, característica ausente em seu aparelho anterior: reforçar fortemente a criação de jogos exclusivos da própria companhia, e uma abertura maior para jogos desenvolvidos por outras empresas. Adicionalmente, e de uma forma parecida com a de seu antecessor, a Nintendo achou apropriado a ideia de fazer com que o console fosse jogado diretamente pela TV, ou pela tela do próprio videogame, mesmo fora de casa. E daí sua natureza “híbrida”/on the go.

Em um momento em que smartphones estão cada vez mais potentes, mas que pecam na qualidade de games para jogadores que não gostam de simplesmente jogar algo como Angry Birds em seu poderoso celular, o Nintendo Switch é uma “baita” de uma opção para quem gosta de jogar muitos de seus jogos favoritos até fora de casa, já que uma pesquisa inicial mostrava que a maioria de seus usuários prefere jogar o Switch fora da TV (“undocked”) do que nela (“docked”). E com a adição da variante estritamente portátil e mais barata lançada em 2019, o Nintendo Switch Lite, essa pode ser uma opção ainda mais interessante pra você. Todavia, precisamos fazer aqui algumas ressalvas…

O Nintendo Switch Lite, versão exclusivamente portátil do Nintendo Switch.

Custos e jogos disponíveis

Embora seja possível encontrar o Switch novo por aproximados R$ 2500,00 em lojas online no Brasil (e por cerca de R$ 600,00 menos na versão Lite), o videogame possui uma mídia baseada em cartuchos. E, como já é sabido por gamers, cartuchos são uma mídia mais custosa de ser produzida do que a dos concorrentes. E com as taxas de importação dos jogos, esse preço sobe ainda mais para nós, brasileiros. E ainda que a Nintendo ofereça a opção de mídia digital em sua eShop, o preço do formato digital para jogos da empresa ainda está fixado em R$ 299,00 para seus lançamentos recentes (e até para títulos mais antigos da Nintendo).

Ao que parece, a Nintendo possui uma política de preços fixos que tende a mudar (geralmente para mais) ao longo do tempo. Ocasionalmente, você irá se deparar com pequenas promoções, e tem a vantagem de (somente para compras online) ganhar moedas digitais que abatem o custo de uma próxima compra na eShop.

Em contrapartida, seus exclusivos lançados até o momento são de alta qualidade para um console que propõe ser (também) um portátil: Animal Crossing: New Horizons, The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Super Mario Odyssey, Mario Kart 8, Splatoon 2, Fire Emblem: Three Houses etc.

Mídias físicas e digitais

A eShop brasileira possui pormenores (ou detalhes realmente importantes para alguns) que precisam ser fortemente ressaltados no presente artigo: muitos títulos ainda não chegaram e/ou não são encontrados na sua versão nacional, forçando o usuário a ter que buscar a mídia física para estes. Isso talvez não seja necessariamente um problema para alguns que são “forçados” a comprar a mídia física para determinados games, pois diferente de consoles anteriores da Nintendo e de das rivais Sony e Microsoft, o Switch não possui trava de região, sendo este um ponto muito forte do videogame.

Isso significa que mesmo se você comprar um jogo na Europa ou Japão, ele vai rodar normalmente em seu Switch comprado no Brasil, ou em qualquer outro lugar do mundo. Igualmente, vale ressaltar a indisponibilidade dos games jogados em nuvem em alguns países (como o Brasil): como o Switch não é tão possui o horse power de seus mais novos rivais PlayStation 5 e Xbox Series X/S (sendo compreensível se você ver que o Switch é um tablet ligado em uma base), alguns desenvolvedores estão adotando o “cloud-based gaming” no Switch.

Para os leigos, trata-se de uma alternativa da qual você joga um jogo estando conectado constantemente à internet, e está sendo executado em um poderoso computador, enquanto você controla no seu console com a mesma naturalidade de jogar um jogo usando o hardware do próprio Switch (desde que tenha uma boa conexão com a internet). Os chamados “Triple A” (jogos de peso e de grande orçamento) em forma de nuvem já foram lançados para o Switch, como Control, Resident Evil 7, Hitman 3, e Assassin’s Creed: Odyssey. Infelizmente, parece não haver previsão do lançamento desses jogos nesse formato aqui no Brasil. Talvez eles considerem nossa internet lenta demais? Hum…

Independentemente da forma como comprará seus jogos, fortemente recomendo que compre o maior cartão SDHC que poderá encontrar: o Switch não possui um grande HD ou pequeno SSD para armazenamento de dados, vindo com uma memória interna de apenas 32GB. Jogos lançados apenas em mídia digital ocupam quase que a metade disso. Um exemplo disso é Doom Eternal (17,5GB), lançado apenas na loja virtual. E quando quiser economizar espaço para jogos, a mídia física é uma grande vantagem nesse cenário.

Vale a pena investir em um Nintendo Switch em 2021?

Aqui estamos analisando um console em 2021 que, independentemente de seus pequenos problemas de limitações regionais, hardware de 2017 (sua versão OLED mais recente não trouxe o resolução 4K que alguns jogadores almejavam), e alto custo de jogos, é um sucesso tremendo. Mas essa questão possui uma forte subjetividade.

Se você é fã há décadas da Nintendo, sempre gostou dos exclusivos da empresa, considera os custos, e realmente lhe atraí a ideia de poder jogar de forma portátil em qualquer lugar jogos de altíssima qualidade que não encontrará no iPhone ou Android, o Switch é, sim, o videogame perfeito para você, caro leitor.

Não obstante, se você não liga muito para os exclusivos que a Nintendo tem a oferecer, se incomoda em ter que jogar em um console com gráficos inferiores aos de seus rivais já mencionados, gosta de jogos mais adultos, ou até mesmo não se importa com a sua portabilidade, talvez seja uma compra para se pensar duas vezes.

Pontos positivos vs negativos

Prós

  • Portabilidade não encontrada em outros consoles.
  • Games exclusivos de peso Nintendo não encontrados em outras plataformas.
  • Console family/kid-friendly, como tradição já conhecida da empresa.

Contras

  • Alto custo dos jogos e alguns acessórios, especialmente no Brasil.
  • Gráficos inferiores aos de seus rivais da atualidade mesmo quando jogado na forma não-portátil.
  • Excesso títulos indie na loja nacional, e indisponibilidade regional para alguns outros.

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Dmitry Nardelli

Músico de dois extremos (aficionado por metal progressivo e música clássica), Dmitry se dedica a escrever sobre um dos seus hobbies favoritos: videogames.

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