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A “Era Guardiola” no Barcelona | Times Inesquecíveis #1

Ver o brilho de um indivíduo é sempre algo comovente, que nos inspira e aquece o coração de qualquer um. Porém, não há nada mais glorioso do que ver o sucesso de um grupo, quando uma equipe trabalha junto para conseguir atingir seu objetivo. O esporte costuma nos trazer isso. Histórias de grandes times que, após percorrer um árduo caminho, têm a chance de se consagrar e atingir sua meta: o lugar mais alto do pódio.

Mesmo quando o título escapa, isso não quer dizer que o sucesso não tenha sido alcançado. São várias as equipes que, mesmo não conseguindo ser campeãs, se destacaram e marcaram seu nome na história.

No Times Inesquecíveis, iremos falar de ambos os casos. O clube pode ter vencido ou não, mas o mais importante é que ele marcou época, inspirou uma geração de torcedores e encantou quem é fanático por esportes.

E por falar em encanto, por que não começamos com aquele time que foi um dos mais dominantes de todos os tempos, tanto pelo seus títulos quanto pelo futebol bem jogado? Sim, estamos falando do Barcelona de 2008 a 2012, época que foi treinado por Pep Guardiola.

era Guardiola
Guardiola e Messi: uma parceria de sucesso pelo Barcelona

Época de renovação

Para montar um supertime, são necessários investimentos. Ao contrário do seu maior rival, Real Madrid, o Barcelona não era um clube conhecido por contratações bombásticas e multimilionárias. Os “Culés” costumam montar elencos competitivos com muitos jogadores de sua base, chamada de “La Masia”. Mas a temporada 2008/09 foi uma das exceções em sua história.

Após o baixo rendimento nos últimos anos, a saída de alguns jogadores como Deco e Ronaldinho Gaúcho foi inevitável. Com isso, o Barcelona se viu obrigado a contratar em peso para reforçar seu plantel. Foram gastos quase 100 milhões de euros em contratações. Entre elas, estavam o lateral Daniel Alves e o zagueiro Piqué, duas peças importantes da espinha-dorsal do time.

Com um elenco que misturava jogadores experientes com jovens promessas, a escolha do técnico foi um tanto surpreendente. Pep Guardiola, ex-jogador do clube e então treinador do time B, foi a opção do presidente Joan Laporta para comandar o Barcelona na temporada. Esse foi o começo da trajetória do catalão.

escalação barcelona
O elenco contava com jovens promessas, como Messi e Piqué, e jogadores experientes, como Xavi e Iniesta

Estilo de jogo

Se falamos de Barcelona e Guardiola, não temos como não falar de tiki-taka. Apesar do próprio Pep dizer na sua biografia que odeia essa forma de jogo, é inegável que o técnico é um dos principais nomes quando falamos de passes rápidos e posse de bola.

Podemos dizer que esse sistema está no DNA do Barcelona. Inspirado no “futebol total”, estilo de jogo em que nenhum jogador tinha uma posição fixa, o tiki-taka foi implementado no clube catalão por Johan Cruijff, lenda do futebol holandês e treinador do time entre 1988 e 1996.

Apesar de essa filosofia não ter sido criada unicamente por Guardiola, foi ele quem elevou o estilo de jogo até o ápice. Seus pilares eram a posse de bola, para propor o jogo e não deixar o adversário atacar, e a movimentação, para confundir a marcação e poder abrir espaços no campo de ataque.

Cada jogador tinha uma função definida, mas isso não necessariamente significava que as posições no campo eram fixas. O estilo de jogo do Barcelona exigia jogadores polivalentes e que podiam atuar em mais de uma posição.

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Sob comando de Guardiola, Messi atuou tanto pela ponta quanto centralizado

O caminho das conquistas

A temporada 2008/09 começou com grande pressão pra cima de Guardiola. O inexperiente técnico começou sua carreira com uma derrota para o Numancia e um empate contra o Racing Santander. Porém, após o grupo assimilar bem as ideias do treinador, o Barcelona deslanchou e sobrou em todas as competições.

O ano de 2009 foi o mais vitorioso da história do clube. Após serem campeões da La Liga (campeonato espanhol) e a Copa do Rei (copa da Espanha), os “Culés” enfrentaram o Manchester United na final da UEFA Champions League. E com Messi sendo protagonista, o Barcelona bateu por 2×0 os ingleses e se consagrou como o melhor time do continente Europeu. Mais tarde, os catalães ainda conquistariam o Mundial de Clubes, sobre os argentinos do Estudiantes.

Era Guardiola
O gol de cabeça de Messi sacramentou o título do Barcelona

Após o sucesso estrondoso do primeiro ano de Guardiola, a temporada seguinte foi de altos e baixos. O ano de 2010 foi marcado pelo grande desgaste físico da equipe, com o time sendo eliminado da Champions pela Inter de Milão e da Copa do Rei pelo Sevilla. Apesar dos revezes, o Barça conseguiu superar o Real Madrid e conquistar a La Liga.

Já em 2011, o time voltou a ser dominante na Europa. Após ser eliminado nas semifinais da Copa do Rei pelo Real, os catalães deram o troco nos “Merengues” vencendo o time de Madrid na semifinal da Champions.

Após garantir o título da La Liga, o Barcelona voltou a enfrentar o Manchester United pela final do torneio continental. Dessa vez, uma vitória de 3×1 fez Guardiola e seus comandados serem campeões europeus novamente. O ano ainda terminou com o título mundial, após um massacre de 4×0 para cima do Santos.

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O capitão Éric Abidal levantando a taça da Champions League 2010/11

Depois de ser eliminado pelo Chelsea, na semifinal da Champions 2011/12, Pep Guardiola anunciou sua saída da equipe catalã. Após 247 jogos e 179 vitórias, o ídolo do Barcelona deixou o clube com 15 títulos na bagagem e sem ficar com a posse de bola menor que o adversário em nenhum jogo.

A escalação ideal

Ao longo de quatro temporadas de muitos troféus levantados, é difícil eleger os melhores 11 iniciais do Barcelona de Guardiola. Para eleger a melhor escalação desse time que marcou época, vamos voltar para 2009, na primeira temporada de Pep como treinador do clube.

Era a 34ª rodada do espanhol. O Real Madrid vinha de uma sequência de vitórias e tinha a chance, em um confronto direto com o Barcelona em sua casa, de diminuir a diferença para o líder e se aproximar do topo da tabela. Esse também era um dos jogos mais importantes da temporada para o time catalão, que não queria dar a oportunidade do principal rival se reerguer.

Por isso, Guardiola foi a campo com seu time titular: 

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A escalação de Real Madrid x Barcelona | foto: Futebol no Planeta

Porém, havia uma diferença. Em vez de Messi atuar na ponta-direita como de habitual, ele foi deslocado por Pep para atuar mais centralizado, fazendo a função de “falso 9”. O objetivo era fazer com que a movimentação do argentino dificultasse a marcação dos “Merengues” e criasse espaços para o Barcelona jogar. E a estratégia não poderia ter funcionado melhor.

O Real abriu o placar com Higuaín, mas o Barça virou o jogo ainda no 1º tempo com gols de Puyol, Henry e Messi. Na volta do intervalo, o time da capital até demonstrou uma reação com gol de Sergio Ramos. Contudo, os catalães fizeram mais três gols (Henry, Messi e Piqué) para calar o estádio Santiago Bernabéu. Foi um 6×2 que entraria para a história do “El Classico”.

A estratégia de Guardiola, colocando seu craque como um falso centroavante, foi repetida mais algumas vezes e se tornou emblemática dentro do futebol. Seus conceitos e ideais fizeram do Barcelona uma máquina, que será lembrada por sua dominância e pelo jogo bonito por vários anos.

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