A intensidade da caminhada não é tão relevante quanto a quantidade de passos dados diariamente
Caminhar regularmente está associado à redução significativa do risco de câncer.
Atingir 9 mil passos diários pode diminuir em até 16% a probabilidade de desenvolver a doença.
A intensidade da caminhada não é tão relevante quanto a quantidade de passos dados diariamente.
Um estudo recente publicado no British Journal of Sports Medicine analisou dados de mais de 85 mil adultos no Reino Unido para investigar a relação entre atividade física e risco de desenvolver câncer. Os participantes utilizaram acelerômetros de pulso para monitorar seus movimentos ao longo de uma semana. Após um acompanhamento médio de 5,8 anos, os pesquisadores observaram que aqueles que caminhavam mais apresentavam menor incidência de 13 tipos diferentes de câncer.
Os resultados indicaram que indivíduos que davam 7 mil passos por dia tinham um risco 11% menor de desenvolver câncer em comparação com aqueles que caminhavam 5 mil passos. Para aqueles que atingiam 9 mil passos diários, a redução do risco chegava a 16%. Curiosamente, o benefício adicional parecia estabilizar após esse ponto, sugerindo que 9 mil passos pode ser um número ideal na prevenção da doença.
Uma das descobertas mais relevantes do estudo foi que a velocidade da caminhada não influenciou significativamente na redução do risco de câncer. Ou seja, caminhar em um ritmo mais acelerado não proporcionou benefícios adicionais em comparação com um ritmo mais lento. Isso reforça que o principal fator de proteção está na quantidade de passos acumulados diariamente.
Essa informação é especialmente importante para pessoas com limitações físicas ou dificuldade em manter ritmos acelerados. Saber que caminhar em um ritmo confortável já pode contribuir de forma significativa para a saúde ajuda a tornar esse hábito mais acessível e sustentável ao longo do tempo.
Os autores da pesquisa apontam que, por ser uma atividade de baixo impacto e fácil implementação, a caminhada tem grande potencial de adesão populacional. Pequenos ajustes na rotina podem resultar em grandes benefícios à saúde, mesmo sem a necessidade de práticas esportivas mais intensas.
Especialistas acreditam que a caminhada pode atuar na prevenção do câncer por meio de diversos mecanismos fisiológicos. A atividade física regular está associada à redução da inflamação sistêmica, ao fortalecimento do sistema imunológico e à melhora na regulação hormonal. Esses fatores estão diretamente ligados à diminuição do risco de desenvolvimento de tumores.
Além disso, caminhar contribui para a manutenção de um peso corporal saudável — e a obesidade é reconhecida como um fator de risco importante para vários tipos de câncer, como os de mama, cólon e fígado. A prática regular também ajuda no controle de níveis de insulina e de hormônios como o estrogênio, que, em excesso, podem influenciar na formação de células cancerígenas.
A caminhada ainda pode impactar positivamente a saúde mental, reduzindo o estresse e promovendo a sensação de bem-estar. Esses efeitos colaterais benéficos da prática física também são considerados fatores indiretos de proteção contra doenças crônicas.
Incorporar a caminhada no dia a dia pode ser mais simples do que parece. Algumas estratégias incluem optar por escadas em vez de elevadores, descer um ponto antes ao usar transporte público, fazer breves caminhadas após as refeições ou estabelecer metas diárias com o auxílio de aplicativos de celular ou pulseiras inteligentes.
É importante lembrar que qualquer aumento na atividade física já representa um ganho. Caso atingir os 9 mil passos por dia não seja possível de imediato, vale começar com metas menores — como 5 ou 6 mil passos — e aumentar gradualmente conforme a adaptação. O importante é manter a constância, que é o que gera os efeitos positivos ao longo do tempo.
A pesquisa reforça a mensagem de que caminhar pode ser uma ferramenta poderosa de prevenção e promoção da saúde pública. Com acesso fácil, baixo custo e alto potencial de adesão, esse hábito simples pode ajudar a reduzir significativamente o risco de diversos tipos de câncer.
Caminhar não apenas reduz o risco de câncer, mas também melhora a saúde cardiovascular, ajuda no controle do peso e melhora o humor.
A meta de 9 mil passos diários é mais acessível do que a tradicional recomendação de 10 mil passos, tornando-se uma opção viável para muitas pessoas.
A intensidade da caminhada não precisa ser alta; o importante é manter a regularidade e atingir a quantidade de passos recomendada.
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