O ator James Gandolfini, de 51 anos, foi vítima de um ataque cardíaco hoje, 19 de junho.
Depois de começar sua carreira no teatro, em 1992 numa produção da Broadway, James Gandolfini passou a ser mais conhecido depois de interpretar Virgil, um hitman que chega até a bater em mulheres em Amor à Queima Roupa, grande filme de Tony Scott com roteiro de um então novato Quentin Tarantino.
Com seu jeitão e sotaque italiano, Gandolfini se mostrou ótimo interpretando figuras de personalidade forte ou criminosas – como fez nos recentes A Hora Mais Escura e O Homem da Máfia. Mas o ator nunca se acomodou e chegou a buscar papeis diferentes em outras produções, como quando interpretou Carol em Onde Vivem Os Monstros e na peça Deus da Carnificina, recentemente adaptada para o cinema por Roman Polanski.
O ator também produziria importantes documentários — focados no stress pós-traumático que afeta a vida de soldados que voltam da Guerra – e a série Hemingway & Gellhorn, estrelada por Clive Owen e Nicole Kidman, todos para a HBO.
Mas seria interpretando Tony Soprano no seriado Família Soprano que Gandolfini se consagraria.
A série, considerada pelo Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos como a mais bem escrita da história, fazia algo que era o sonho de cineastas como Scorsese e Francis Ford Coppola, abordando com realismo e profundidade o dia-a-dia de um mafioso, tanto nos negócios quanto à sua vida familiar, trazendo um olhar novo e interessante. Refletindo suas próprias experiências – o ator era de origem italiana, católica e cresceu em Jersey, ou seja, era perfeito para o papel –, James Gandolfini tornou Tony Soprano um verdadeiro ícone. Um de seus últimos papéis foi na estreia na direção do produtor da série, no filme Not Fade Away. Havia rumores de que o seriado poderia ter uma adaptação ao cinema, um projeto que infelizmente não será mais viável.
Ainda poderemos vê-lo no filme The Incredible Burt Wonderstone, com Jim Carrey e Steve Carrell, que será lançado esse ano.
Gandolfini nos deixa cedo, aos 51 anos. O local de seu falecimento acabou dando um tom até poético: a Itália, origem de sua família e, claro, dos Sopranos, que o imortalizou.
Descanse em paz, James Gandolfini.
