A China promoveu, em 28 de junho, o primeiro campeonato de futebol entre robôs humanoides completamente autônomos, realizado na zona de desenvolvimento de Yizhuang, em Pequim. Quatro equipes universitárias se enfrentaram em partidas de 3 × 3, com cada tempo durando 10 minutos e intervalo de 5 minutos.
Os robôs, fornecidos pela Booster Robotics, equipados com câmeras ópticas e sensores visuais, conseguiram identificar a bola a cerca de 20 metros com mais de 90% de precisão. Sua movimentação envolvia chutes, dribles e ações estratégicas usando algoritmos de deep reinforcement learning (aprendizagem profunda por reforço). Apesar da capacidade de se levantarem sozinhos após quedas, alguns precisaram ser retirados em macas, provocando cenas que alternaram entre diversão e preocupação.
O torneio funcionou como ensaio para os Jogos Mundiais de Robôs Humanoides, que ocorrerão em agosto durante a World Robot Conference, também em Pequim.
A competição, chamada RoBoLeague, contou com equipes da Tsinghua, China Agricultural University, Beijing Information Science & Technology University e mais uma instituição. As universidades desenvolveram algoritmos de percepção visual, estratégias em tempo real e colaboração entre múltiplos robôs.
Segundo Cheng Hao, CEO da Booster Robotics, ambientes esportivos são ideais para acelerar testes de integração entre hardware e software, contribuindo para “construir confiança pública” na tecnologia. Ele destacou também a perspectiva de competição mista entre humanos e robôs, desde que a segurança seja garantida .
O torneio teve confrontos acirrados entre os robôs, mas acompanhados por falhas de equilíbrio, colisões e chutes imprecisos, com comentários que lembravam o futebol infantil. Ainda assim, o evento brilhou pela autonomia completa — sem intervenção humana durante os jogos —, um marco significativo na robótica esportiva.
Na final, a equipe THU Robotics, da Tsinghua University, venceu 5‑3 a Mountain Sea, da China Agricultural University, totalizando oito gols no jogo decisivo e 26 no torneio. A vitória reforça o avanço da Tsinghua na liderança de pesquisa em inteligência artificial aplicada a ações coordenadas em campo.
Programados para 15 a 17 de agosto em conjunto com a World Robot Conference, os Jogos Mundiais de Robôs Humanoides incluirão 19 modalidades, entre esportes como futebol e atividades práticas e performances. O sucesso da RoBoLeague serve como preparação crucial para as equipes e o público, que poderá testemunhar inovações em autonomia, coordenação e sensoriamento.
A expectativa é que, até agosto, os robôs ganhem mais estabilidade e precisão. Para isso, os dados do torneio em junho devem acelerar melhorias nos algoritmos de visão, reação a quedas e estratégias táticas.
O torneio nacional é parte da estratégia chinesa de promover eventos esportivos com robôs — como maratonas e boxe — para testar sistemas autônomos em situações complexas. Além disso, visa apresentar à população o potencial dos robôs humanoides em interações sociais seguras e tecnicamente integradas .
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