Você conhece o Quokka, o animal mais feliz do mundo?

• O Quokka tem um sorriso permanente, que inspirou o apelido de “animal mais feliz do mundo”.
• Adaptado ao clima seco: obtém a maior parte da água dos alimentos e armazena gordura na cauda.
• Vulnerável devido à perda de habitat e predadores, apesar da simpatia e visibilidade turística.

O quokka, um marsupial pequeno e com uma expressão que lembra um sorriso constante, tem chamado a atenção mundial — tanto por sua aparência carismática quanto pelos desafios ecológicos que enfrenta. Originário da Austrália Ocidental, esse animal cativou internautas, turistas e especialistas, tornando-se uma figura emblemática da vida selvagem.

Apesar da fofura, o quokka vive sob pressão. Sua classificação como espécie vulnerável evidencia que, por trás do carisma, existe uma realidade de ameaças ambientais e necessidade de preservação ativa.

Os encantos e a fama do quokka

O quokka, parente de cangurus, pesa entre 2,5 kg e 5 kg, medindo entre 40 cm e 60 cm — tamanho comparável ao de um gato doméstico. Sua pelagem é marrom, e suas pernas traseiras são fortes e adaptadas tanto para saltar quanto para escalar arbustos de até 1,5 m.

Encontrado principalmente na ilha de Rottnest, na Austrália Ocidental, também habita Bald Island e locais isolados no continente, como a reserva Two Peoples Bay. Embora rotulado como “o animal mais feliz do mundo”, o sorriso percebido resulta da estrutura natural do focinho, e não de emoção. A popularidade do animal aumentou no passar dos anos, principalmente após postagens com celebridades, como Chris Hemsworth, em 2019.

Sobrevivência em ambientes adversos

O quokka é herbívoro e noturno, alimentando-se de gramíneas, folhas e arbustos como a Guichenotia ledifolia. Uma vantagem adaptativa importante é sua capacidade de extrair quase toda a água necessária dos vegetais, além de armazenar gordura na cauda, o que lhe permite sobreviver em ambientes de escassez hídrica. 

No entanto, enfrenta sérios desafios. Desde a colonização europeia, sua área de ocorrência no continente diminuiu em mais de 50%. A expansão urbana, incêndios florestais e predadores – como raposas, gatos e cães – contribuíram para essa redução populacional. 

As populações mais estáveis estão nas ilhas, especialmente em Rottnest — onde estima-se entre 8.000 e 12.000 indivíduos — e em Bald Island, com 600 a 1 000 quokkas. No continente, restam aproximadamente 4.000 indivíduos, distribuídos em pequenos grupos.

Conservação e interação com humanos

O quokka é curioso e pouco temeroso em relação ao ser humano, o que facilita o contato e as famosas fotos com turistas. Ainda assim, alimentar ou tocar no animal é ilegal e prejudicial, podendo resultar em multa e riscos à saúde do quokka. 

Medidas de conservação incluem proibição de alimentação e manipulação por visitantes, programas de reprodução em cativeiro e restauração de habitats. A cooperação entre governos, pesquisadores e o público é essencial para garantir a continuidade da espécie.

A presença cativante do quokka, aliada aos seus desafios de sobrevivência, reforça a necessidade de proteção consciente. O “sorriso” que encanta o mundo traz à tona a urgência de preservar esse marsupial único.