DiCaprio é Bob Ferguson, um ex-revolucionário que sai da aposentadoria para resgatar sua filha
É senhores, Leonardo DiCaprio – um dos queridinhos de Hollywood – está de volta e em uma produção que tem tudo para ser o grande destaque do ano: Uma Batalha Após a Outra. Na trama, ele interpreta Bob Ferguson, um ex-revolucionário que tenta se desligar do passado, mas é forçado a reagir quando seu pior inimigo reaparece após anos e sequestra sua filha. A urgência e os conflitos atravessam cada cena desta história de resgate e lealdade, que vai te deixar sem ar!
Já conferimos Uma Batalha Após a Outra e listamos 5 motivos (sem spoilers) provando que sim, Paul Thomas Anderson acertou mais uma vez e entrega um dos melhores filmes do ano – e que certamente será o favorito no Oscar 2026.
O resultado de uma grande produção muitas vezes se apoia na força do elenco, e em Uma Batalha Após a Outra isso se confirma. Leonardo DiCaprio comanda o filme com presença natural — ele transita entre a atmosfera pesada de alguém que carrega culpa e frustrações e os momentos mais tensos da missão como pai. Ao seu lado, Benicio Del Toro atua como o Sensei Sergio, oferecendo humanismo e humor na medica certa — sendo uma figura extremamente importante dentro da história.
Já Teyana Taylor vive Perfidia, personagem que marca o primeiro ato com uma força tão sobrenatural, que ecoa durante todo o filme. Sean Penn, como Steven Lockjaw, entrega um antagonista visceral: é alguém que representa rancor, poder e ideologia extrema, sendo a personificação do perigo. E Chase Infiniti, no papel da filha Willa, segura com firmeza sua parte no drama: é a ponte emocional entre o caos externo e o universo íntimo de Bob, mas que não se resume em ser a “garota em perigo”. Ou seja, cada um deles não se limitam a entregar uma performance grandiosa, mas constroem nuances poderosas, que ajudam a sustentar a proposta ambiciosa do roteiro.
O roteiro de Uma Batalha Após a Outra vai além da mera sequência de ação: ele traz reflexões sobre ideologias, fragilidades humanas e as contradições do mundo contemporâneo. Embora seja uma ficção, muitos dos conflitos e debates propostos soam inquietantemente próximos da realidade. O filme aborda temas como polarização, violência institucional, lealdade a causas e a dificuldade de reinventar ideais num tempo inóspito — sempre evitando discursos maniqueístas, mas insistindo no diálogo amargo sobre poder e resistência.
Ao fazer essa junção de personagens com visões distintas, Paul Thomas Anderson cria situações que geram ótimos debates. Com isso, o longa jamais esquece sua missão de entreter, mas a inteligência de sua trama está em saber quando (e como) provocar quem está assistindo.
Quando se trata de direção, Paul Thomas Anderson mostra que sabe o que está fazendo. A condução do filme — desde a composição das cena aos diálogos silenciosos — te mantém atento e envolvido do início ao fim. Ele sabe exatamente quando desacelerar e quando acelerar, fazendo com que mesmo cenas aparentemente “menores” sejam carregadas de significados.
Nas sequências de ação, Anderson entrega momentos visualmente deslumbrantes — perseguições, embates e confrontos — que são capazes de tirar o fôlego. É incrível como dá para sentir e vivenciar cada cena apresentada na telona. O diretor também traz um olhar maduro sobre o tema: não apenas se preocupa com espetáculo, mas com sentido. E isso é visível no modo como sabe equilibrar o tom entre o que é realidade e o que é ficção. Com esse olhar afiado e certeiro, Anderson prova que sabe bem como exercer uma autoridade criativa que desafia e faz pensar.
O que diferencia Uma Batalha Após a Outra de um mero blockbuster de ação é o cuidado estético aplicado em cada cena. Há momentos em que a composição visual remete a quadros — o cuidado com luzes, sombras, silhuetas, enquadramentos amplos que respiram. Isso dá ao filme uma textura digna de obra de arte.
Além disso, a trilha sonora atua como um personagem: aparece nos momentos certos, pontua a urgência e reforça o clima de cada uma das cenas (em especial uma, que é durante uma perseguição). Esses cuidados – tanto visual, quanto sonoro – faz com que a produção seja de fato, uma experiência cinematográfica memorável.
Uma Batalha Após a Outra é, entre outras coisas, um filme que não se prende a rótulos. Ele mistura gêneros — o humor surge nos momentos mais inesperados, os tiroteios e perseguições são intensos, há determinados duelos, e tudo isso ganha uma roupagem moderna que torna a narrativa mais interessante. E essa “mistura” não soa confusa; ao contrário, ela é usada com inteligência, criando tensão e alívio, contraste e harmonia na medida certa.
Mas não se deixe enganar, a presença do humor é estratégica: ele quebra a tensão nos momentos corretos, dá leveza aos personagens e evita que o filme se torne excessivamente sombrio. A ação funciona porque está inserida no contexto de cada personagem e nunca é gratuita. Os momentos de faroeste — como olhares fixos e confrontos diretos — remontam ao cinema clássico, mas são apresentados com uma estética contemporânea que surpreende. E de certa forma, a fusão de estilos torna o filme magnético, ficando difícil de piscar. E no fim, é a ousadia de misturar gêneros — sem medo de ser algo único — que o torna um dos filmes mais interessantes do ano.
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