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Ame sua mãe e todas as suas imperfeições

Thiago Sievers Head de Parcerias

Dizem que o amor de mãe é o amor mais puro que exite. Se é ou não é eu nunca vou saber. Mas acredito.

Contudo, ao passo que isso eleva a figura materna a um patamar inalcançável aos outros seres humanos, também coloca um senhor peso nas costas das mães. O amor mais puro não deve sofrer deslizes, afinal.

Mas se mães são representações do sentimento sublimado, são também pessoas como eu e os senhores — falíveis.

Eu já disse, nunca vou saber, mas imagino que mãe, vez ou outra, também tem vontade de mandar o filho catar coquinho. E qual o problema nisso? Elas também têm sacos — e, sabemos, uma hora eles enchem.

As homenagens dos filhos às genitoras são cheias de referências aos carinhos e cuidado:

Obrigado por me amar.

Obrigado por me cuidar.

Obrigado por estar ao meu lado nos momentos difíceis.

Obrigado por me dar tudo o que eu quis na hora que eu quis.

Agora, me digam, qual o segredo em amar alguém nessas condições? O reconhecimento é válido, claro. Não, muito mais que isso: é necessário, é imprescindível. Mas amar a mãe perfeita é muito fácil.

Escrever um belo texto destacando as qualidades de quem lhe deu a vida é mamar na teta — mas, desculpem, está longe de ser gratidão. Ou melhor, é a gratidão em seu nível mais superficial.

São Tomás de Aquino fez um tratado sobre a gratidão em que a separa em três níveis:

  • O primeiro é caractrizado pelo reconhecimento do benefício recebido;
  • O segundo pela louvação;
  • E o terceiro pela retribuição.

Segundo o frade, o único idioma que expressa a gratidão em seu terceiro nível é o português com a palavra “obrigado”. Quando dizemos obrigado a alguém, estamos criando um vínculo com a pessoa, declarando que estamos “obrigados” a retribuir o auxílio que ela nos deu.

Agora, reflita: o seu “obrigado, mãe” expressa isso?

Convenhamos, senhores, uma publicação no Face ou uma flor no Dia das Mães não contam como retribuição. Beleza?

Ame a sua mãe em todas as suas imperfeições e demonstrará sua verdadeira gratidão pelos cuidados recebidos. No dia a dia, onde o bicho pega, é que o amor vale de verdade.

Tenha paciência, seja tolerante, auxilie-a em suas dificuldades e faça com que seu recado no segundo domingo de maio tenha coerência.

O verdadeiro amor filial não se manifesta na vida notória das redes sociais — mas na intimidade discreta do lar.