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Haja coração! A reação do corpo em uma partida de futebol

A Copa do Mundo no Catar reavivou as esperanças do brasileiro de trazer o hexa para casa. Infelizmente não foi dessa vez, mas o Brasil garantiu a felicidade de muita gente antes da derrota. Contudo, entre felicidade e frustração, você já parou para pensar no que acontece com o nosso coração durante uma partida de futebol?

O corpo responde a qualquer movimento de expectativa, e com o esporte não poderia ser diferente. O futebol tem um gostinho a mais por ser a modalidade esportiva favorita no Brasil e, de acordo com um infográfico apresentado no blog da ExpressVPN, é o esporte mais assistido online pelos brasileiros. Na verdade, tudo começa muito antes do gol, e sim, a intensidade da Copa torna os sentimentos ainda maiores.

De acordo com Sergio Timerman, especialista em ressuscitação do Incor e Coordenador do Centro de Treinamento em Emergências Cardiovasculares da SBC, durante a Copa há um aumento na incidência de ataques cardíacos e derrames: “(…) em países nos quais se gosta muito de futebol, a população muda de hábitos. Nos jogos pela manhã, vemos pessoas já tomando cerveja, comendo gordura ou tomando muito café”.

DADOS CIENTÍFICOS

Um estudo alemão publicado na revista científica The New England Journal of Medicine, revelou que na Copa do Mundo de 2006 as emergências cardíacas entre torcedores alemães cresceram, em média, 2,66 vezes.

Em 2013, por sua vez, um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou aumentos de infarto de 4% a 8% entre brasileiros durante os jogos do Mundial de Clubes.

POR DENTRO DO QUE ACONTECE (LITERALMENTE)

O infarto é o ápice de uma sucessão de eventos que acontecem no corpo, mas não é preciso chegar a esse ponto para que a situação se complique. Dentre os hormônios que aceleram o coração, a adrenalina e a noradrenalina são as primeiras liberadas. As consequências são boca seca e aumento da sudorese e da pressão arterial. Nesta última, placas de gordura podem ser destruídas, o que bloqueia a artéria, sendo fatal.

O aumento da pressão sanguínea é uma tentativa da adrenalina e da noradrenalina (juntamente com o cortisol) para que os órgãos vitais – cérebro, coração e pulmão – trabalhem mais rapidamente, o que afeta os estoques de glicose, usados para que o cérebro fique mais desperto. “É por isso também que pessoas com diabetes podem ter picos de glicemia temporários nessas horas”, explica Timerman.

O corpo então diminui o fluxo sanguíneo para outros órgãos, como os sistemas digestivo e urinário. Isso explica por que, quando nervosas, muitas pessoas perdem o apetite ou a vontade de ir ao banheiro.

GOOOOOOOOOOL!

O gol realmente significa alegria, já que ao comemorá-lo o corpo costuma liberar neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, responsáveis pela sensação de prazer e felicidade. Contudo, o organismo precisa de tempo para se recuperar, pois ainda tem adrenalina correndo e a pressão pode subir ao ponto de causar desmaios.

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Não tem como negar: o futebol é uma das maiores paixões dos brasileiros

PERDA E FRUSTRAÇÃO

Infelizmente, nem sempre o resultado é o desejado e, com isso, vem a frustração, com a qual pode ser difícil de lidar. De acordo com Rita Martins, psicanalista e mestre em Psicologia pela Universidade Gama Filho, este sentimento leva a diferentes descontroles emocionais e, “sendo assim, dependendo da maneira como se manifesta, o manejo é diferente”.

COMO GERENCIAR AS REAÇÕES CORPORAIS?

A resposta está no psicológico. Devemos começar pelas expectativas, que precisam ser realistas. Existem situações que estão fora do nosso controle e compreender isso ajuda o corpo a relaxar. Cercar-se de pessoas menos ansiosas e diminuir o volume da TV pode ser um bom começo.

A tristeza é normal, mas passa. Sempre haverá outros jogos e, com estes, novas emoções. Gerenciá-las, contudo, significa ter uma relação saudável com essa paixão nacional e, desse modo, todos saem ganhando.