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Não dependemos de Neymar, mas de um bom esquema tático

Thiago Sievers Head de Parcerias

Quem acompanha o site já deve ter percebido que sou fã de Neymar. Gosto muito do moleque e de seu futebol.

Então fiquei realmente muito, muito triste com a lesão e sua ausência pelo resto da Copa. Inacreditável. Estou chateado.

Mas penso que ainda temos muitas chances sim: o Brasil mostrou que não sofre de Neymar-dependência, mas de bom-esquema-tático-dependência.

Estava pensando isso muito antes de receber a notícia da fratura do atacante. Quando terminou o primeiro tempo o texto já estava em minha cabeça.

Até agora, nos quatro jogos que o Brasil havia feito, parecia mesmo que éramos Neymar-dependentes. Mas ontem foi provado que não. Basta que um bom esquema tático seja armado, que os jogadores respeitem a estratégia traçada e pronto, temos um time bastante competitivo.

Segundo minha opinião, o primeiro tempo do jogo de sexta foi o melhor tempo que a seleção jogou no Mundial – e o Neymar não se destacou.

Atribuo isso a uma mudança em especial: o recuo de Oscar para o meio-campo.

O garoto do Chelsea começou a Copa muito adiantado, caindo pela ponta direita. E contra a Colômbia ele atuou mais como um meia armador. Ele fez a função que estava faltando na seleção: a ligação entre defesa e ataque.

Até agora não tínhamos jogador cumprindo essa função. A bola ficava perdida no meio-campo brasileiro.

Acho que tecnicamente Oscar ainda não está muito bem. Mas sua função tática foi muito importante. Ele buscou jogo inúmeras vezes e fez a bola correr, deu movimentação.

Outra coisa que funcionou muito bem foi a dupla de volantes. Paulinho e Fernandinho se mostraram muito entrosados e fizeram uma bela partida. Para mim essa é a dupla que tinha que permanecer.

Não acho que Luiz Gustavo estivesse mal. Pelo contrário: ele fez uma boa Copa até agora. Mas as outras duplas não foram tão consistentes como essa. Talvez defensivamente sim. Mas vejo que o nosso problema não era defensivo, mas ofensivo.

Com Paulinho e Fernandinho essa conexão entre defesa e ataque fluiu com mais eficiência. Acho que Paulinho tem melhores condições ofensivas do que Luiz Gustavo. Sexta, inclusive, ele atuou realmente como um meia ofensivo muitas vezes quando o Brasil estava com a bola. Penso que essa dupla deu mais liga ao meio de campo brasileiro.

Mais um ponto que funcionou bem foi a entrada de Maicon. O experiente lateral é mais aplicado taticamente do que Daniel Alves. Apesar de uma ou outra bola ter vazado em suas costas, ele dá mais segurança à defesa do que o jogador do Barcelona. E ele tem um poderio ofensivo muito bom.

Além disso, a dupla de zaga foi monstruosa, tática e tecnicamente, e o ataque com Hulk foi muito bem. Aliás, o paraibano tem sido o grande destaque do ataque canarinho nos últimos jogos. Estou gostando muito de sua ousadia.

E Fred ainda está devendo. Mas o bom da Copa é que um gol na hora certa é capaz de fazer um jogador se tornar ídolo.

Ou seja, o Brasil pode sim ser muito eficiente sem Neymar. É claro que se ele estiver em campo as coisas ficam muito melhores para o nosso lado. Mas não somos dependentes do jogador.

Agora, só para registrar: Thiago Silva, porra parceiro, você é nosso capitão, que cartão estúpido foi aquele!?

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