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O paradoxo da felicidade: 5 novas perspectivas sobre como ser feliz

Pedro Nogueira Editor-Chefe

Se você perguntar a 10 pessoas se elas gostariam de ser mais felizes, provavelmente as 10 responderia que “sim”. Mas existe algo chamado “paradoxo da felicidade”. Segundo este conceito, quanto mais queremos ser felizes, mais distante desse objetivo ficamos, porque essa busca está quase sempre focada no que ainda não temos, em vez da valorização do que já possuímos.

A escritora Tracy Brower, que é PDH em sociologia e autora do livro “The Secrets to Happiness at Work”, escreveu um artigo excelente na Forbes explicando o paradoxo da felicidade e falando de cinco perspectivas sobre como ser feliz. Traduzimos aqui no El Hombre o artigo para o português, pois é um conteúdo muito enriquecedor a todos nós.


A maioria de nós quer ser feliz e reconhece o poder da alegria, da satisfação e das emoções agradáveis como algo que desejamos sentir na maior parte do tempo — ou o tempo todo. No entanto, muitas de nossas suposições sobre a felicidade estão erradas e podemos alcançá-la com mais sucesso considerando-a de novas maneiras.

Em culturas e sociedades diferentes, a felicidade é reconhecida como um estado desejado. Desde os tempos antigos, as pessoas teorizam, pesquisam e buscam a felicidade. Na constituição dos EUA, a busca pela felicidade é identificada como um direito humano fundamental. Além disso, segundo um estudo publicado no Psychological Bulletin, a felicidade é uma das emoções humanas mais universalmente reconhecidas. Ao interagir com alguém de uma cultura diferente, a felicidade é a emoção mais familiar e que mais nos une.

O paradoxo da felicidade

Mas o paradoxo da felicidade é que, se você persegui-la, é menos provável que a alcance. Como areia escorrendo pelos dedos na praia, quanto mais fervorosamente a buscamos, menos conseguimos alcançar essa sensação de alegria.

Isso foi demonstrado em pesquisas apresentadas no Journal of Experimental Psychology. É importante notar que, ao buscar a felicidade, você está necessariamente focado no que não tem, o que pode causar frustração, angústia ou insatisfação. Em outro estudo publicado no Psychonomic Bulletin & Review, pessoas que gastam mais energia buscando a felicidade tendem a sentir mais escassez de tempo e pressão, e, portanto, menos contentamento.

Melhor do que perseguir a felicidade é focar na gratidão, apreciando tudo o que puder em sua situação atual, e se concentrar em contribuir para os outros. A generosidade nos ajuda a focar nas conexões com a comunidade e em tudo o que podemos oferecer, o que também está correlacionado com a felicidade. Eis a seguir cinco novas perspectivas sobre como ser feliz:

1# Não espere felicidade constante; sempre haverá altos e baixos

Um equívoco sobre a felicidade é que você pode alcançá-la, como escalar a montanha da experiência e plantar uma bandeira da felicidade no pico. Mas a felicidade não é algo que você possa conquistar como um objetivo final. Não é um estado constante e sempre haverá altos e baixos.

De acordo com pesquisas no Journal of Experimental Psychology, comparando mais de 2300 pessoas em oito países, as culturas ocidentais tendem a acreditar que a felicidade deve ser constante. Isso pode resultar em inflação da felicidade. Você se sente satisfeito e se adapta a esse sentimento, querendo sentir-se ainda mais feliz, e assim por diante.

Mas ser cada vez mais feliz o tempo todo não é realista. A verdadeira felicidade não é um estado constante de euforia. Ela vai aumentar e diminuir, e você sentirá dor e insatisfação. Isso faz parte da condição humana, e você pode aprender com os momentos difíceis e apreciar ainda mais os momentos bons em contraste com as experiências negativas.

O conceito de crescimento pós-traumático sugere que podemos nos desenvolver através de traumas, e é possível passar por momentos difíceis com positividade e resiliência.

2# Não se compare com os outros; isso só trará infelicidade

Uma das barreiras que enfrentamos na busca pela felicidade são as comparações que fazemos, principalmente por causa das redes sociais. Enquanto você rola a tela, é natural comparar-se com as postagens idílicas dos outros e presumir que não é tão realizado, bem-sucedido ou feliz.

Mas, é claro, você está vendo apenas uma versão editada (e possivelmente manipulada) da vida das pessoas. Além disso, as expectativas podem atrapalhar o contentamento.

Pesquisas na UC Berkeley descobriram que até mesmo se sentir mal por se sentir mal pode fazer você se sentir pior — que espiral negativa! Uma alternativa melhor é tirar a pressão e aceitar que nem sempre você estará feliz.

Além disso, há várias maneiras de viver uma boa vida, e a sua pode ser diferente do que você vê no TikTok ou Instagram. Saiba também que não existe perfeição, e você pode se sentir satisfeito em fazer bem, em vez de tentar alcançar um ideal impossível.

3# Não existem condições perfeitas; tudo tem seus prós e contras

Às vezes, as pessoas acreditam que a felicidade é algo que podem finalmente sentir quando as condições forem perfeitas: um parceiro ideal, um trabalho dos sonhos ou um lugar maravilhoso para viver.

Mas todos nós temos o poder de criar as condições para a felicidade. Cada escolha que fazemos tem pontos positivos e negativos. Há muito que você pode amar em seu parceiro, mas ele ainda tem alguns hábitos irritantes. Ou seu trabalho utiliza muitos dos seus melhores talentos, mas fazer os relatórios de despesas é um aborrecimento total.

Lembre-se de que nenhuma situação estará isenta de contratempos. Ao fazer uma escolha, você está escolhendo um conjunto de circunstâncias e é sábio selecionar a melhor opção para você. A partir daí, você pode fazer o seu melhor para influenciar de acordo com suas preferências, ser tolerante com as imperfeições das circunstâncias e fazer uma escolha diferente, se for necessário seguir em frente.

4# Não é fácil ser feliz; você precisa transpirar por isso

De acordo com a cultura popular, a felicidade deve ser fácil, e a experiência da felicidade é relaxar em um lugar bonito e comer bombons. Mas essas são ilusões. Na realidade, o caminho para a alegria geralmente é bastante difícil. E o desafio pode ser uma ótima fonte de felicidade.

Se as coisas forem muito fáceis ou muito difíceis, podemos nos desinteressar, mas uma quantidade “adequada” de estresse (chamada de eustresse) pode ser extremamente motivadora.

Resolver um problema realmente difícil, lutar por um objetivo desafiador ou aprender algo totalmente novo pode trazer prazer. O trabalho árduo pode ser algo muito bom quando nos sentimos recompensados e realizados como resultado. Suar, tanto literal quanto figurativamente, pode ser algo muito bom.

5# Não vá sozinho; vá acompanhado

Na pesquisa transcultural mencionada anteriormente, um dos motivos pelos quais as culturas ocidentais experimentavam menos felicidade ao buscá-la mais agressivamente era porque as pessoas tendiam a buscar seus objetivos de forma mais individualista.

Na verdade, uma chave para a felicidade são as conexões e a comunidade. Somos programados para pertencer a algum lugar. Mesmo os introvertidos precisam de algumas relações próximas nas quais possam confiar.

Procure experiências que possa compartilhar com os outros. Estenda a mão e apoie as pessoas de sua comunidade. Empreste seus talentos às necessidades que você vê ao seu redor. Quando você cultiva esses tipos de conexões, experimentará maior felicidade. O ditado é apropriado: “Para ir rápido, vá sozinho. Para ir longe, vá junto.”

Resumindo

A felicidade não é difícil de experimentar, mas os equívocos podem atrapalhar. No entanto, a felicidade está em suas mãos para criar. Reduza a pressão que coloca sobre si mesmo. Saiba que sua felicidade não será igual à dos outros, e você não precisa alcançar condições perfeitas ou constantes de alegria. Lembre-se de que os altos e baixos são naturais e aproveite todas as pequenas coisas, sabendo que elas resultam em um sentimento geral de positividade.