Passar muito tempo sentado faz o cérebro diminuir, revela estudo

Pesquisa mostra que o sedentarismo afeta o volume cerebral

  • Comportamento sedentário está ligado à redução do volume cerebral e declínio cognitivo.

  • Risco de Alzheimer aumenta independentemente da prática regular de exercícios físicos.

  • Indivíduos com predisposição genética são mais vulneráveis aos efeitos do sedentarismo.

Um estudo recente publicado na revista Alzheimer’s & Dementia revelou que adultos com mais de 50 anos que passam longos períodos sentados apresentam maior risco de declínio cognitivo e redução do volume cerebral, mesmo que pratiquem exercícios físicos regularmente. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Pittsburgh e do Vanderbilt University Medical Center, acompanhou 404 participantes ao longo de sete anos.

Durante o estudo, os voluntários utilizaram dispositivos de monitoramento de atividade por uma semana, permitindo aos pesquisadores avaliar o tempo gasto em comportamento sedentário. Os dados foram correlacionados com exames de imagem cerebral e testes cognitivos realizados periodicamente, evidenciando uma associação entre o tempo sentado e alterações em áreas do cérebro vulneráveis ao Alzheimer.

Sedentarismo como fator de risco independente

A pesquisa destacou que o comportamento sedentário é um fator de risco independente para o desenvolvimento de Alzheimer. Mesmo entre os participantes que atendiam às recomendações de atividade física, aqueles que passavam mais tempo sentados apresentaram maior propensão a alterações cerebrais associadas à doença.

Essas alterações incluem a redução do volume do hipocampo, região crucial para a memória e frequentemente afetada nas fases iniciais do Alzheimer. O estudo sugere que a simples prática de exercícios físicos não é suficiente para neutralizar os efeitos negativos do sedentarismo prolongado.

Impacto em indivíduos com predisposição genética

O estudo também observou que os efeitos do sedentarismo foram mais pronunciados em indivíduos portadores do gene APOE-e4, conhecido por aumentar o risco de desenvolvimento de Alzheimer. Nesses casos, a combinação de predisposição genética e comportamento sedentário intensificou as alterações cerebrais e o declínio cognitivo.

Essa constatação reforça a importância de estratégias específicas para pessoas com maior risco genético, enfatizando a necessidade de reduzir o tempo sentado ao longo do dia como medida preventiva adicional.

Recomendações para reduzir o tempo sedentário

Diante dos resultados, os pesquisadores recomendam a adoção de hábitos que interrompam longos períodos de inatividade. Pequenas mudanças na rotina, como levantar-se a cada hora, realizar breves caminhadas ou alongamentos, podem contribuir para a saúde cerebral.

Além disso, integrar atividades físicas leves ao longo do dia, mesmo que em curtos intervalos, pode ser benéfico. A combinação de exercícios regulares com a redução do tempo sedentário pode oferecer uma abordagem mais eficaz na prevenção do declínio cognitivo associado ao Alzheimer.

Curiosidades

  • O hipocampo, região cerebral associada à memória, tende a encolher com a idade, mas exercícios físicos regulares podem ajudar a preservar seu volume. Estudos indicam que atividades aeróbicas promovem a neurogênese nessa área.

  • O gene APOE-e4 está presente em aproximadamente 15% da população e é considerado um dos principais fatores genéticos de risco para o Alzheimer. Indivíduos com esse gene podem se beneficiar significativamente da redução do tempo sedentário.

  • Práticas de atividade física moderada, como caminhadas diárias de 30 minutos, estão associadas a melhorias na função cognitiva e redução do risco de demência. Manter-se ativo é uma estratégia acessível para promover a saúde cerebral.

Redação El Hombre
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