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Por que a seleção de 62 tem de servir de exemplo para a atual

O clima é de velório e de eliminação para muitos. Mas a Copa definitivamente não acabou para o Brasil, hombres. Não temos nosso principal craque a partir de agora, é verdade, mas para quem não teve Rei Pelé uma vez e mesmo assim foi campeão, ficar sem o craque do Barcelona não necessariamente significa o nosso fim.

No Mundial de 1962, no Chile, Pelé sofreu uma fisgada na coxa direita na segunda partida da competição e, dali em diante, desfalcou o Brasil. Aquela lacuna deixada pelo camisa 10 abriu espaço para a ascensão de um atleta pouco falado até mesmo entre torcedores brasileiros no período: Amarildo. Voluntarioso e valente, o então avante do Botafogo não se intimidou com a difícil tarefa de substituir Pelé e tornou-se figura indispensável na campanha do bicampeonato mundial.

Bernard, Willian, Hernanes ou outra opção que Luiz Felipe Scolari opte para o time: o escolhido precisará se espelhar em Amarildo para conseguir ajudar a seleção na próxima complicada missão – a semifinal contra a temida Alemanha.

“O grupo precisa se fechar. Nós fizemos isso e demos muita força para o Amarildo. Tínhamos um time muito bom também. Acredito que o Brasil pode ser campeão mesmo sem o Neymar, como a gente foi. Será um título que os outros jogadores terão muita vontade de dar para ele (Neymar)”, analisou Pepe, presente no elenco campeão mundial em 1962 e também na primeira conquista brasileira em 1958.

Eu também acredito nisto, Pepe.

E o jogo contra a Colômbia? Por conta da triste lesão de Neymar, ninguém fala mais da vitória brasileira. Esta que foi uma vitória defensiva. Defensiva porque os jogadores que marcaram os gols foram zagueiros: David Luiz e Thiago Silva. Defensiva porque o grande ponto positivo do time foi a marcação executada para anular qualquer ataque rival.

Defensiva também uma vez que amenizou a pressão por uma boa campanha em Copas: chegamos às semifinais depois de duas competições sem o feito. Defensiva, sobretudo, porque nos colocará, em virtude da lesão de Neymar, em uma posição menos ofensiva taticamente diante do nosso próximo adversário. Teremos um time mais fechado no meio de campo, em minha visão.

Acredito que Felipão colocará um jogador de meio de campo no time, como Hernanes, para dar mais sustentação ao time. Vamos nos defender mais do que atacar. Jogaremos no contra-ataque. Acho certo. Desta forma, traz também mais segurança para a zaga que terá Dante na vaga do suspenso Thiago Silva. Um baita desfalque, é bem verdade.

Por fim, como a cada jogo nesta jornada brasileira rumo ao hexa tem sido uma prova de afirmação da seleção canarinha, faço meu prognóstico para o duelo contra os tricampeões mundiais: vitória brasileira por 1 a 0 e com gol de Fred. Pra cima deles!