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Reformulação e descontinuação: os pesadelos dos fãs de perfume

Imagina você, torcedor de algum time ou fã de uma série, acorda num dia e descobre que seu time deixou de existir ou que o elenco da sua série foi substituído. É uma tristeza, um sentimento de desamparo. São coisas que você preza muito, e elas deixaram de existir ou mudam completamente! No universo da perfumaria, é isso que acontece com a reformulação ou descontinuação de um perfume.

Muitas pessoas adotam uma fragrância como sua assinatura, que dialoga com sua personalidade e os ambientes frequentados. E tudo cai como uma luva: uma química perfeita, um comprometimento parecido com um relacionamento amoroso.

Até que, num belo dia, a grife decide que o perfume passará por uma reformulação e ele passa a cheirar diferente. “Falta algo”, você imagina. Ou pior ainda, ele é totalmente descontinuado. No primeiro você até consegue se adaptar e seguir em diante, mesmo sabendo que o perfume não é mais o mesmo, mas no segundo, você torna-se um viúvo…

Reformulações: o grande teste do tempo

O mais comum que pode acontecer com um perfume são as reformulações. Existem inúmeras teorias que tentam justificar as razões que levam as empresas a mudarem a fórmula do seu perfume, muitas envolvendo uma mística conspiratória. Contudo, na realidade, existem dois fatores imperativos nas reformulações: financeiro e alergênico.

Financeiro é bastante abrangente, mas se uma ou mais matérias primas começam a custar muito mais do que antes (por conta da escassez, por exemplo), a fabricação com aquele componente torna-se inviável e ele acaba sendo trocado por outro mais barato. A troca por um sintético não necessariamente torna o perfume com menos qualidade. Existem situações em que a mudança é feita pois tanto o natural quanto o sintético tem o mesmo cheiro, mas um é muito mais barato. Mas nem tudo são flores (literalmente) e a troca pode comprometer a fragrância e criar algumas mudanças sutis e mais perceptíveis.

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O Kouros é um dos perfumes que sofreu com as reformulações: da sua fórmula original da década de 80, sobrou pouca coisa. Muitos ingredientes naturais, incluindo a civeta, que é de origem animal, acabaram sendo trocados por outros sintéticos. Os mais puristas alegam que a fragrância mudou completamente e hoje, é uma mera sombra do que era antes. Outros dizem que a diferença é perceptível, mas ainda é o bom e velho Kouros de sempre.

Às vezes a reformulação é obrigatória, quando o IFRA (Associação Internacional de Fragrâncias) determina que um componente pode causar danos à saúde ou até mesmo ao meio ambiente. Se uma determinada concentração de óleo essencial ou extrato passa a apresentar risco à saúde, alguns testes são feitos e novos padrões estabelecidos, obrigando a troca pelo sintético (mais seguro) ou a diminuição da dosagem.

A adoção das reformulações preserva o perfume ao teste do tempo, atualizando-o conforme as necessidades impostas pelo mercado de matérias primas ou das regulamentações. Nutrindo ainda os fãs que seguem fiéis ao perfume não o trocam por nada, ainda que o cheiro atual esteja diferente do original.

Descontinuação: quando o perfume “morre”

Às vezes, a reformulação aniquila o perfume e o torna irreconhecível, resultando na descontinuação. Os motivos pelo qual levam o perfume a ser descontinuado são bem variados, mas os mais comuns são relacionados à matéria prima principal (ela deixou de ser fabricada ou ficou inviável financeiramente). Há também o mesmo fator do IFRA nas reformulações.

Vários perfumes deixaram saudades. Mesmo sendo muito bem recebidos pelo público, num dia eles simplesmente deixam de ser fabricados, deixando diversos órfãos das suas fragrâncias. Os mais recentes perfumes a entrarem nessa lista de risco são os bem aclamados Ultra Male, de Jean Paul Gaultier, Acqua di Giò Profumo, de Giorgio Armani e 1 Million Privê, de Paco Rabanne.

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Os motivos pelos quais esses perfumes foram descontinuados é um mistério ainda, já que nenhum detalhe fora revelado. O que se especula no caso do Ultra Male e do 1 Million Privê é a nota de canela presente em ambos, um fator em comum, que poderia contribuir para a descontinuidade. O Armani segue sem motivo definido, mas é muito provável que seja em virtude do término de alguma matéria prima.

O que podemos saber é que nada é para sempre e devemos aproveitar ao máximo a companhia dos perfumes que nos acompanham. É muito legal ter uma fragrância para chamar de sua e identificar-se bastante com ela, a ponto de ser reconhecido e lembrado pelo cheiro. Mas uma parte da vida é apreciar os momentos finitos. Quando um frasco chega ao fim, abre-se outro.

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