As lições de carreira que um pit stop nos ensina

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Nunca me considerei um fã do automobilismo. Em geral, paro para assistir pequenas partes de um GP a cada seis meses. Três momentos me chamam especial atenção: a largada, a chegada e os pit stops. Tenho admiração especial por estes últimos. Nos poucos segundos que eles costumam durar, as posições se invertem de forma magistral. Mecânicos passam a ser protagonistas, enquanto pilotos viram meros coadjuvantes que aguardam a liberação de parar e seguir.

Está cada vez mais claro que os pit stops são parte integrante das estratégias de corrida de todas as equipes. Engana-se quem pensa que o trabalho de troca de pneus, reabastecimento, limpeza da viseira do capacete ou qualquer outro reparo seja meramente braçal. Um pit stop é uma prova concreta de que a lição que aprendemos a respeito de sinergia não é uma fábula, um devaneio ou uma teoria estéril. Uma parada nos boxes de poucos segundos nos mostra que, de fato, o todo pode ser muito maior que a soma das partes.

Mas a excelência nos pit stops e no trabalho em equipe de forma geral, não é motivada apenas por ter grandes profissionais no time. É preciso conectá-los, fazendo-os pensar e agir como partes fundamentais de um grande sistema. Para isso, não vejo outro caminho a não ser:

– Estabelecer uma meta de resultado. Não existe trabalho bem feito sem alvos a atingir. Toda equipe precisa deles.

– Deixar claro o papel de cada integrante. A palavra chave numa equipe não é hierarquia, mas sim complementaridade.

– Treinar até chegar ao limite da exaustão, pois as habilidades são frutos da repetição e da disciplina.

– Tirar lições dos erros cometidos, entendendo as causas para poder neutralizá-las.

– Celebrar fortemente todas as vitórias, por menores que pareçam ser.

Convido você a dar mais atenção aos pit stops daqui para frente. Por mais que a imprensa fabrique mitos e não canse de exaltar  Alonsos, Vettels, Raikkonens e até Massas, grande parte das conquistas por eles obtidas deve ser creditada ao eficiente, inteligente e sincronizado trabalho de suas equipes. Os pit stops demonstram isso a cada GP.

Flávio Emílio Cavalcanti

Flávio Emílio Cavalcanti é professor universitário, consultor organizacional, administrador e mestre em Gestão de Recursos Humanos.

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