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Brasil nos videogames

Brasil nos videogames: 10 jogos que representaram o nosso país

Ver nosso país sendo representado de alguma forma em games ainda não é algo muito comum – sobretudo quando tiramos jogos de esporte. E quando se trata de falar de uma representação fiel, esse cenário é, infelizmente, ainda mais complicado. Claro, existem personagens clássicos brasileiros que representaram muito bem (e de forma nada caricata) nossa cultura, como o capoeirista Eddy Gordo, visto pela primeira vez em Tekken 3 (lá no PS1). Mas, no geral, não é sempre que vemos representações fiéis do Brasil nos videogames.

O grande problema de algumas dessas representações está na presença de severas imprecisões, seja em termos de dublagem como também tratando-se de ambientação em geral. Mas também existem bons exemplos que mostram que os desenvolvedores pesquisaram bastante para entregar uma representação realista em comparação com o verdadeiro país.

Portanto, separamos em nosso artigo 10 títulos que possuem fases no Brasil, ou que se passam inteiramente no território nacional. Acompanhe!

SOCOM II: US Navy SEALs (2003)

SOCOM

  • Fase(s): “Level 4: Urban Sweep”
  • Plataforma: PlayStation 2

Durante a era do PlayStation 2, a franquia SOCOM se destacava como um dos melhores jogos de tiro tático. Ainda vista pelos fãs como um dos melhores jogos do gênero como um todo, o game conta com jogabilidade fluida, variedade de fases, inteligência artificial competente e belos gráficos para a época em que foi lançado. Oras, até eu mesmo fiz questão de comprar toda a trilogia original para PS2!

Uma grande curiosidade aqui vai para a fase “Urban Sweep do segundo game, que representa a favela do Rio de Janeiro em uma missão que, de acordo com a marinha americana do próprio jogo proclama na introdução da missão: “O governo brasileiro precisa desesperadamente de ajuda e informações quanto a uma facção local […]”. Sério mesmo? Nossa força militar/policial não é tão competente assim? Hm…

Em relação a fase em si, ela está bem caprichada, e é realmente divertido jogar o mapa todo, com vários momentos de stealth action misturados com tiroteio total/ação frenética (rotas adversas que podem ser tomadas na maior parte do tempo de acordo com o jogador). O grande problema aqui está na dublagem dos NPCs: enquanto as antagonistas principais e um dos NPCs são claramente dublados por cariocas, os terroristas nacionais do jogo estão dublados por americanos com um sotaque forte, causando uma sensação hilária para quem for falante nativo de português.

Cruis’n Blast (2017)

Brasil nos videogames

  • Fase(s): “Rio de Janeiro”
  • Plataforma: Nintendo Switch e Arcade

Sendo o título mais recente de nossa lista, Cruis’n Blast é também o mais recente título da franquia Cruis’n que fez muito sucesso no arcade e durante a época do Nintendo 64. Não obstante, é importante refrescar que a série arcade nunca foi levada muito seriamente devido seu design over-the-top.

Em uma das fases, temos o nível intitulado simplesmente de “Rio de Janeiro”, uma etapa curtíssima. E por mais incrível que pareça, há fidelidade presente aqui é incrível para o que ele está se propondo a fazer: o jogo apresenta as comunidades de uma forma muito bonitinha, o Cristo Redentor, um famoso museu local, vários bonecos de carnaval (muito bonitos, por sinal), teleféricos, cachoeiras, estádio de futebol e até o HQ da Petrobrás. E tudo isso com lindos fogos de artifício no background. Uma maneira memorável de representar a querida cidade do Rio de Janeiro.

F3AR (2011)

F.E.A.R.

  • Fase(s): “Interval 02 – Slums”
  • Plataforma: PC, PlayStation 3 e Xbox 360

Logo na segunda fase do último jogo da franquia F.E.A.R (que popularizou com seu primeiro game a mistura de survival-horror com FPS frenético) o protagonista mudo (chamado em todas as suas aparições apenas de “Point Man”), precisa escapar de helicóptero de uma comunidade não-específica (adivinhe de onde…) do Rio de Janeiro.

Mesmo num cenário caótico e com a fase chamada apenas de “Slums”, fica clara a representação do lugar com os vários letreiros em português brasileiro, moradores desesperadamente se escondendo do fogo-cruzado, as casas simples e referências sutis ao carnaval. Embora curta, a fase é divertida e a representação está relativamente fiel.

Shadowrun (2007)

Brasil nos videogames

  • Fase(s): Praticamente todo o jogo se passa na cidade de Santos, litoral de São Paulo.
  • Plataforma: PC e Xbox 360

Sendo um dos primeiríssimos jogos lançados para o Xbox 360, Shadowrun é um título focado em multiplayer pouco conhecido entre o público brasileiro, tendo se inspirado vagamente nos clássicos Counter-Strike para PC e o Shadowrun original para Super Nintendo e Mega Drive (embora sua jogabilidade seja completamente diferente).

O que nos chama a atenção em Shadowrun, é o fato do game todo se passar no ano de 2031, em Santos, um município do litoral de São Paulo. Foi uma escolha interessante para ambientação, já que a maioria dos títulos se baseiam em comunidades do Rio de Janeiro.

Driver 2 (2000)

driver 2

  • Fase(s): “Rio”
  • Plataforma: PlayStation

Clássico relativamente esquecido nos anos recentes, tendo ficado mais na memória dos fãs do saudoso PS1, Driver 2 foi um dos primeiros jogos com elementos de mundo aberto antes mesmo do lançamento de Grand Theft Auto III. Embora a franquia já esteja abandonada há algum tempo, Driver 2 marcou fortemente por ser o primeiro título da série e um dos primeiros jogos em ambiente em 3D em que se poderia andar pelas ruas com o personagem e usar um ampla gama de veículos.

Além das ambientações de Chicago, Havana e Las Vegas, o último mapa do jogo era baseado no Rio de Janeiro. Mesmo com todas as limitações impostas para este jogo que já possui 21 anos, os desenvolvedores conseguiram capturar muito bem a ambientação, colocando no mapa não apenas o Cristo Redentor, mas também o histórico Forte de Copacabana, deixando bem de lado as caracterizações de comunidade que os demais jogos desta lista apresentam.

Tony Hawk’s Pro Skater 3 (2001)

Tony Hawk’s Pro Skater 3

  • Fase(s): “Rio de Janeiro” e “Downhill” (exclusiva para versão de PS1 e N64)
  • Plataforma: PS1, PS2, GameCube, Xbox, N64, PC, MacOS, GBA e GBC

THPS3 (como é conhecido) está entre os 15 melhores jogos do Metacritic de todos os tempos, sendo sua trilogia original considerada a “era de ouro” da franquia. Entre as muitas fases regionais presentes do game, temos mais uma vez a presença do Rio de Janeiro. O mapa apresenta uma zona de skate bem urbana centralizada no meio; ao redor, é possível ver o uma grande praia e, do lado oposto, dá para enxergar um morro correspondente à alguma comunidade local. Em grande distância, é possível ver o Cristo Redentor minimamente em uma grande distância na paisagem, de forma quase imperceptível.

Para as versões de consoles mais antigos, o PlayStation 1 e Nintendo 64, um outro mapa substituto de menor escala intitulado de “Downhill” está presente com exclusividade para essas versões como um mapa desbloqueável. Exceto pela presença do Cristo Redentor bem-posicionado e a paisagem distante do Pão de Açúcar, o mapa apresenta um caminho linear repleto de prédios genéricos, vagamente se assemelhando ao que poderíamos considerar ser o Rio de Janeiro.

Incidente em Varginha/Alien Anarchy (1998)

Brasil nos videogames

  • Fase(s): O jogo todo se passa na cidade de Varginha (MG)
  • Plataforma: PC/DOS

Este antigo jogo 100% nacional ganha destaque por ser o primeiro jogo de tiro em primeira pessoa totalmente feito no Brasil e um dos primeiros jogos brasileiros para PC. Desenvolvido por uma pequena equipe de apenas três pessoas, o jogo é baseado no suposto incidente ufológico ocorrido em 1996, na cidade de Varginha (MG).

Apesar do jogo ser um dos muitos clones de Doom da época, o título obscuro da Perceptum conseguiu vender pouco menos de 25,000 cópias ao todo no Brasil e no mundo, sendo considerado uma raridade encontrar uma cópia original do game por aí. Não obstante sua limitada quantidade de texturas e design de fases repetitivo, o jogo possui méritos que muitos jogos da época não continham, como uma dublagem em português (com legendas em inglês) e até cutscenes que favorecem em sua narrativa, um feito histórico para games nacionais.

Assassin’s Creed III (2012)

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  • Fase(s): “The Stadium: MMA Night”
  • Plataforma: PC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One, Wii U e Nintendo Switch

O terceiro game da franquia Assassin’s Creed possui uma fase situada em São Paulo, em um tipo de estádio de MMA integrado com um metrô. Na parte da estação, várias barracas vendem bandeiras brasileiras (e são muitas!), deixando a fase um pouco confusa. Aqui, Desmond é procurado, com vários cartazes mostrando seu rosto ao redor, então é mais uma daquelas missões onde a cautela será necessária.

De forma parecida com SOCOM II, a Ubisoft parece não ter mostrado tanto interesse em autenticidade, já que os NPCs locais são dublados por americanos, causando uma certa estranheza e sensação engraçada para nós.

Call of Duty: Modern Warfare 2 (2009)

Brasil nos videogames

  • Fase(s): “The Hornet’s Nest”
  • Plataforma: PC, MacOS PS3, PS4, Xbox 360 e Xbox One

Das vezes em que o Brasil apareceu em um Call of Duty, quem poderia esquecer da sua primeira aparição em Modern Warfare 2? Aqui, temos uma comunidade do Rio de Janeiro representada com muitos detalhes, como as casas de estrutura simples, letreiros e pinturas, caixas d’água e fuscas e uma bela vista do Pão de Açúcar no momento final da fase. Todavia, vale ressaltar que existem inconsistências: para quem não se recorda, o terrorista principal da missão é chamado de “Alejandro Rojas” – talvez imaginem que falamos espanhol e nossos nomes também sejam?

Independentemente de qualquer coisa, é um dos melhores e mais elaborados mapas de toda a campanha, e sua atenção ao detalhe fica mais aparente nas versões remasterizadas do jogo.

Max Payne 3 (2012)

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  • Fase(s): Praticamente todo o jogo ocorre em São Paulo. Há uma cena na Bahia e um flashback jogável em Nova Iorque
  • Plataforma: PC, MacOS, PS3 e Xbox 360

Max Payne 3 talvez seja, até a data, a melhor representação da cidade de São Paulo em um jogo eletrônico. Diferentemente dos dois jogos anteriores que se passam inteiramente em Nova Iorque, Max veio para o Brasil para tentar se esquecer de seu passado, trabalhando como um segurança para uma família da alta sociedade.

Durante a pesquisa feita para o jogo, a Rockstar Games mandou sua equipe para o Brasil com o objetivo de capturar cada detalhe da cidade. E o jogo destaca com muita precisão vários aspectos que nós brasileiros entendemos, como a desigualdade de classes, o futebol sendo algo adorado por alguns, facções, favelas bem representadas, extrema violência e uma ampla corrupção política por parte de alguns indivíduos.

Por outro lado, o jogo peca bastante em um aspecto fundamental para nós brasileiros: enquanto os personagens principais falantes de português são dublados por portugueses, apenas os inimigos são dublados por brasileiros, causando uma certa estranheza em vários momentos da jogabilidade. E apesar dos pormenores, Max Payne 3 é um jogo de estrutura linear – diferente da maioria dos jogos da empresa –, sendo considerado um dos melhores jogos de tiro em terceira pessoa de sua geração.

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