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Sim, esse tal de Exercício de Kegel pode turbinar sua performance na cama

Thiago Sievers Head de Parcerias

O sonho de qualquer homem é ter domínio total sobre sua ejaculação. Nem gozar muito rápido e nem precisar de longos períodos para alcançar o clímax sexual.

Quem já passou – ou passa – por essas experiências sabe o quão terrível elas são. Tira a sua confiança, sabota o prazer de uma boa transa e se torna um peso terrível na vida.

Já falamos aqui sobre as possibilidades de problemas sexuais terem origem em aspectos psicológicos. É a mente que comanda muitas das reações fisiológicas – e se ela não está ok o corpo também não estará.

Mas nem tudo precisa ser tratado numa sessão de terapia. Têm problemas que podem ser resolvidos por meio de soluções práticas – como o Exercício de Kegel.

Você já ouviu falar dessa prática?

Ultimamente o Exercício de Kegel tem sido associado com frequência a fatores sexuais, mas sua proposta original é outra.

Esse trabalho foi desenvolvido em 1948 pelo médico americano Dr. Arnold Kegel para ajudar mulheres que sofriam de incontinência urinária. Hoje seu foco é também auxiliar homens que sofrem desse mesmo problema decorrente de cirurgias na próstata.

Mas, veja só, o exercício acabou ganhando outra funcionalidade com o tempo: a sexual.

Como falei, hoje em dia ele é considerado popularmente como uma ajuda para quem sofre de problemas como a ejaculação precoce e a disfunção erétil.

Conversamos com o urologista Dr. Marco Lucon para saber se é essa história realmente é procede: “Há alguma evidência científica que o Exercício de Kegel em homens pode gerar eventual benefício na disfunção erétil (ou impotência), mas os estudos ainda não são conclusivos”.

Ou seja, existem pesquisas que associam positivamente o exercício a esses problemas sexuais. No entanto, ainda não há trabalhos suficientes para que essa ideia seja propagada no meio científico como verdade absoluta.

Mas a perspectiva é ótima, senhores!

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O MÚSCULO PC

“O exercício de Kegel consiste em realizar contrações musculares da musculatura pélvica”, nos explica o urologista Dr. Marcos Lucon.

A associação entre o exercício e as funções sexuais se dá por conta da localização desse músculo – chamado carinhosamente de PC e cientificamente de pubococcígeo – e de suas funções. Ele forma o assoalho pélvico, região próxima à base do pênis e que se estende até o cóccix, é ativado durante a ejaculação, e é responsável pelo fluxo sanguíneo que provoca a ereção.

O professor emérito de fisioterapia e urologia da University of the West England Grace Dorey, que é um entusiasta desse exercício para questões sexuais, afirmou ao New York Times categoricamente: “É tão bom quanto o Viagra, sem o custo e os efeitos colaterais”.

Nesse sentido, encontramos também essa pesquisa que conclui: “Esse estudo sugere que os exercícios para o assoalho pélvico devem ser considerados como uma abordagem importante para homens procurando por resoluções de longo prazo de suas disfunções de ereção”.

No entanto, ainda é preciso que haja mais trabalhos para que a evidência científica seja realmente conclusiva nesse sentido.

EJACULAÇÃO PRECOCE

Quanto à ejaculação precoce, o raciocínio é ainda mais claro.

Como o músculo passa também pela região da uretra, canal que circula urina e sêmen, quando contraído interrompe o fluxo líquido na região. Então se ele for tonificado e fortalecido, essa interrupção fica mais eficiente. Por isso o Exercício de Kegel é utilizado em problemas de incontinência urinária. (E aqui as evidências científicas são fortíssimas, principalmente para homens que passam por cirurgia da próstata.)

Então o que pensaram foi: se ele pode interromper o fluxo da urina, por que não do sêmen?

Faz sentido!

“Esses exercícios procuram fortalecer a musculatura pélvica, que ajuda a dar suporte para bexiga”, explica o Dr. Marcos, que acrescenta: “E isso pode ter impacto na função sexual”.

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A PRÁTICA

Já que há algumas evidências científicas e o raciocínio nos leva a considerar a atuação positiva do Exercício de Kegel em funções sexuais, uma experiência pode ser válida para se observar os resultados.

A primeira coisa a se fazer é reconhecer o músculo. E, para isso, o Dr. dá uma dica: “Para identificarmos a musculatura pélvica em nosso corpo, basta interromper a micção”.

Simples assim.

O músculo que faz essa tarefa é justamente o PC. Então quando você realizar esse teste vai senti-lo contrair e ganhará consciência dele. A prática do exercício é somente a contração desse músculo.

Para exercitar, o médico recomenda que, nas experiências iniciais, estejamos com a bexiga esvaziada e deitemo-nos de costas com os joelhos dobrados e separados. Mas isso é apenas nas primeiras vezes, para que aprendamos com mais concentração a fazer o trabalho: “Com o treinamento os exercícios podem ser feitos andando, em pé ou mesmo sentado”.

A ideia é que se movimente apenas a musculatura pélvica, “evitando a contração de abdômen, coxas e nádegas”. Por isso é preciso concentração nas primeiras vezes.

Mas a maravilha é que o Kegel pode ser praticado em absolutamente qualquer lugar sem que as pessoas saibam que você está “exercitando seu pênis”, já que ninguém saberá que você está movimentando o PC.

Por fim, não há uma recomendação unânime para o treino.

Em nossas pesquisas encontramos sugestões para contrair e relaxar a musculatura rapidamente por 10 segundos; para contrair e segurar por 30 segundo e depois relaxar; para contrair por 5 segundos, relaxar e depois contrair de novo; para contrair o músculo pelo máximo de tempo que você conseguir… enfim, o planejamento varia.

Eis a recomendação do Dr. Marcos Lucon: “Uma das formas de fazer o exercício é contrair a musculatura por 3 segundos e relaxar por 3 segundos por duas ou três vezes. Repetir cerca de 10 treinamentos por dia”.

Então é algo simples. Cada um desses treinamentos não durará mais do que 20 segundos.

E não precisa se preocupar, pois o doutor nos informa que, de forma geral, não há contra indicação à prática do Exercício de Kegel. Apenas não vá pirar e exagerar na dose, pois o PC é um músculo e nenhum músculo deve ser exigido em excesso.