De Bortoleto a Chico Landi: os 33 pilotos brasileiros que já correram na F1

O Brasil tem uma história profunda com a Fórmula 1. Desde os primeiros anos da categoria, pilotos brasileiros deixaram sua marca — uns pela ousadia, outros pelo talento técnico ou pela capacidade de emocionar multidões. Mais do que vitórias e títulos, cada nome representa uma época, um estilo e um capítulo dessa trajetória que ajudou a construir a identidade automobilística do país. A seguir, todos os brasileiros que já correram na F1, em ordem cronológica, junto de seus números e conquistas.

Os pioneiros

O primeiro brasileiro a competir na Fórmula 1 foi Chico Landi, em 1951. Ele disputou 6 corridas e somou 1,5 ponto — algo histórico, pois abriu o caminho para todos os que vieram depois. Na década seguinte, outros nomes começaram a surgir, como Fritz d’Orey (1959), com 3 corridas, e Emerson Fittipaldi, que se tornaria o primeiro grande campeão brasileiro.

Emerson Fittipaldi estreou em 1970 e marcou uma era. Em 144 corridas, conquistou 14 vitórias e 2 títulos mundiais (1972 e 1974), sendo o primeiro brasileiro a alcançar o topo do automobilismo. Sua elegância fora das pistas e frieza dentro delas ajudaram a transformar o Brasil em um país apaixonado pela F1. Na sequência vieram nomes como Wilson Fittipaldi, irmão de Emerson (33 corridas), e José Carlos Pace, que venceu uma corrida em 72 provas e deu nome ao autódromo de Interlagos.

Outros pioneiros também marcaram presença nas primeiras décadas, como Gino Bianco (4 largadas), Hermano da Silva Ramos (7), Luiz Pereira Bueno (1), Ingo Hoffmann (3) e Alex Dias Ribeiro (10). Cada um deles ajudou a consolidar a presença brasileira em uma categoria ainda elitizada e distante da realidade nacional.

A geração de ouro

Os anos 1980 e 1990 consolidaram a presença brasileira no panteão da Fórmula 1. Nelson Piquet foi o primeiro tricampeão do país, com 23 vitórias em 204 corridas e títulos em 1981, 1983 e 1987. Inteligente e provocador, Piquet combinava cálculo e velocidade como poucos.

Logo depois veio Ayrton Senna, o nome mais reverenciado da história do automobilismo nacional. Com 41 vitórias, 3 títulos mundiais (1988, 1990 e 1991) e 161 corridas, Senna se tornou um ícone global — símbolo de talento, perfeccionismo e espiritualidade nas pistas. Sua rivalidade com Alain Prost moldou uma das maiores narrativas do esporte.

Durante o mesmo período, outros pilotos brasileiros também deixaram sua marca, como:

  • Roberto Moreno (42 corridas)
  • Maurício Gugelmin (74 corridas)
  • Christian Fittipaldi (43 corridas)

Seria impossível esquecer, também, o icônico Rubens Barrichello, que estreou em 1993 e seguiu até 2011, somando 322 corridas e 11 vitórias — o brasileiro com mais participações na história da F1. Ainda completam essa era nomes como Raul Boesel (23 corridas), Chico Serra (18), Ricardo Rosset (26) e Tarso Marques (24), que contribuíram para manter a força da bandeira verde-amarela no grid.

Os novos tempos

A virada dos anos 2000 trouxe uma geração de transição. Pedro Diniz, Luciano Burti, Ricardo Zonta e Enrique Bernoldi representaram o Brasil em equipes médias e pequenas, mantendo viva a bandeira verde-amarela no grid. Diniz disputou 98 corridas; Burti, 15; Zonta, 36; e Bernoldi, 28 — sem vitórias, mas com contribuições técnicas importantes para as escuderias.

Em 2002, Felipe Massa estreou pela Sauber e logo mostrou talento. Em uma carreira de 269 corridas, conquistou 11 vitórias e ficou a um ponto do título mundial de 2008, num dos finais mais emocionantes da história. Seu duelo com Lewis Hamilton naquele ano é lembrado até hoje.

Outros nomes desse período incluem Antonio Pizzonia (20 corridas) e Nelsinho Piquet (28 corridas), filho do tricampeão Nelson, Cristiano da Matta (28 corridas) e Lucas Di Grassi (18 corridas), que mantiveram acesa a tradição brasileira no início do novo milênio.

A nova geração e o futuro

Nos últimos anos, o número de brasileiros na F1 diminuiu, mas o talento continua surgindo. Bruno Senna, sobrinho de Ayrton, correu entre 2010 e 2012, com 46 corridas, mas trouxe de volta o sobrenome lendário ao grid. Depois dele, Felipe Nasr competiu por duas temporadas (2015 – 2016), somando 39 corridas, mas boas atuações pela Sauber. Mais recentemente, o país teve Pietro Fittipaldi, que disputou 2 corridas em 2020 substituindo Romain Grosjean na Haas.

E finalmente, em 2025, o Brasil voltou ao grid de forma efetiva com Gabriel Bortoleto, campeão da Fórmula 3 em 2023. Agora piloto titular da Sauber (Stake F1 Team Kick Sauber), Bortoleto encerrou o jejum brasileiro de pontos ao conquistar sua primeira pontuação no GP da Áustria, terminando em 8º lugar e somando 19 pontos em seu ano de estreia, mostrando um futuro promissor para o automobilismo brasileiro.

No total, 33 brasileiros já competiram na Fórmula 1 — um número que traduz não apenas estatísticas, mas o peso de uma paixão nacional.

Pedro Nogueira
Pedro Nogueira
Fundador e editor-chefe do "El Hombre" e do "Moda Masculina".

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