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Educação e compaixão são atitudes conflitantes à imagem do masculino?

Thiago Sievers Head de Parcerias

O Facebook é fonte valiosíssima para pesquisas sobre o comportamento humano. É mina de ouro para os cientistas. E os caras das Universidades de Stony Brook, de Melbourne e da Pensilvânia sabem disso.

Eles revolveram realizar um trabalho para detectar diferenças no comportamento de homens e mulheres na rede social e pediram permissão para analisar os dados de mais de 52 mil usuários com média de 26 anos (variando dos 16 aos 64).

Para chegar aos resultados eles analisaram cerca de 10 milhões de postagens.

E quais foram os resultados? Bem, os pesquisadores descobriram que as mulheres são muito mais humanas — vamos colocar assim. A interpretação fica por minha conta. Mas veja se você não interpretaria assim também:

“Os tópicos mais associados a participantes do sexo feminino incluiram amigos, família e vida social, enquanto os temas mais associados a participantes do sexo masculino incluiram palavrões, raiva, discussões sobre objetos em vez de pessoas, e o uso de linguagem argumentativa.”

E não para por aí. Em um segundo estudo, realizado com 15 mil usuários, onde procuraram identificar a diferença de qualidade na linguagem (e não apenas palavras), concluiram o seguinte:

“A linguagem utilizada pelos participantes do sexo feminino revelou-se mais acolhedora, compassiva, educada, enquanto a linguagem usada pelos participantes do sexo masculino se mostrou mais fria, hostil e impessoal.”

Essa a lista das palavras mais usadas pelas mulheres: “felicidade”, “aniversário”, “filha”, “bebê”, “animada” e “grata”.

E essa a lista das palavras mais usadas pelos homens: “liberdade’ (tanto como freedom, quanto como libertity), “vitória”, “derrota”, “batalha” e “inimigo”.

homem

O que isso significa? Muitas coisas — essa fotografia da realidade tem uma infinidade de significados. Margaret L. Kern, uma das pesquisadoras do estudo, entende que esse pode ser o reflexo de um comportamento cultural:

“A linguagem que nós usamos, especialmente com nossas crianças, se tornam parte delas. Talvez utilizamos linguagens que encorajam as meninas a serem mais acolhedoras e os meninos a serem mais durões.”

Faz sentido, Margaret! E vale para reflexão.

A maneira como lidamos com as crianças de nossas vidas — filhos, filhas, sobrinhos, sobrinhas, primos, primas — revela muito do que pensamos sobre o mundo.

Você encoraja seus meninos a expressarem seus sentimentos? Você encoraja suas meninas a enfrentarem o mundo? Ou entende que homem tem que ser firme para lidar com as questões da vida sem demonstrar fragilidade, que é coisa de mulher?

O verdadeiro problema está em pensarmos que educação, compaixão e acolhimento sejam atitudes incompatíveis à imagem do masculino — ou não é isso o que o estudo pode estar revelando?

Claro que não podemos ignorar os fatores biológicos, que levam, muitas vezes, homens e mulheres a terem interesses diferentes naturalmente. Mas, no caso dos resultados dessa pesquisa, estou com Margaret: parece que o aspecto culutral é mais relevante.

Fica o convite à reflexão e ao debate, senhores!